TROLHA = Instrumento retangular, com alça numa face e bem aplainada na outra, com que os pedreiros distribuem o emboço, regularizando a superfície;
COLHER DE PEDREIRO = Instrumento triangular com que os pedreiros tiram a argamassa do caixão, alisam o revestimento e assentam tijolos.
Em Maçonaria, a Trolha além de servir para glorificar o Trabalho, o Trabalho Perfeito do Maçom, simboliza a virtude da Tolerância e é representada nos Painéis pela figura da Colher de Pedreiro.
Por que pela Colher de Pedreiro e não pela Trolha?
Ressalte-se que não se deve confundir Tolerância com Conivência ou Omissão.
Nesse sentido, parece que a figura da Colher de Pedreiro está mais de acordo com a virtude da Tolerância, posto que com este instrumento é impossível alisar ou regularizar grandes superfícies, grandes faltas.
A ação da Colher de Pedreiro é limitada, enquanto que a Trolha, mais apropriada para a tarefa de alisar, pode vir a cobrir em demasia a imperfeição, a falta, correndo-se o risco de passar para o terreno da Conivência ou da Omissão
A Maçonaria utiliza os artefatos e ferramentas ligados à atividade da construção como símbolos ilustrativos dos ensinamentos que procura transmitir e preservar. É o caso, por exemplo, da trolha.
ResponderExcluirA trolha, ou colher de pedreiro, é uma ferramenta do ofício da construção utilizada para separar, transportar, projetar ou colocar argamassa, massa ou cimento nas superfícies, paredes ou muros, de uma construção. Serve também para alisar a massa, argamassa ou cimento colocada, por exemplo, numa placa ou na união entre pedras ou tijolos de uma parede ou muro.
Tendo em conta estas utilidades para o ofício da construção, a Maçonaria Especulativa adapta o conceito para simbolizar virtudes ou comportamentos que devem ser adotados pelos maçons e naturais numa Loja maçónica.
Tal como a ferramenta operativa alisa as superfícies, assim também o maçom deve utilizar a trolha da concórdia, da conciliação, para alisar, regularizar, aplainar diferenças ou conflitos entre Irmãos.
A Fraternidade não é necessariamente um oásis de paz e ausência de conflitos. Tal como os irmãos biológicos, embora mantendo entre si laços fortes de solidariedade e amor fraternal, não obstante têm frequentes desacordos, querelas, conflitos, que aprendem a regular sem pôr em causa a sua relação fraternal, também os Irmãos maçons estão sujeitos á erupção de conflitos e desacordos entre si, que devem regular preservando as suas fraternais relações.
Devem, por isso, sempre ter ao alcance de sua consciência a trolha da conciliação, da boa-vontade, do saber olhar pelo ponto de vista do outro, para alisar as diferenças, conciliar os interesses ou propósitos divergentes.
A trolha simboliza ainda a benevolência, a tolerância, a indulgência, perante as asperezas, os defeitos alheios, espalhando sobre eles a massa do perdão, do esquecimento de injúrias ou agravos, em prol da harmonia da construção.
O maçom não se deve também esquecer nunca que, tal como se vê na necessidade de utilizar a trolha para alisar as asperezas que vê em outros, também os demais utilizam idêntico instrumento simbólico em relação às suas próprias imperfeições. A tolerância, a fraternidade, funcionam em sentido duplo. Ninguém tem o direito de reclamar para si o perdão ou a complacência em relação aos seus erros sem ele próprio ter idêntica atitude em relação aos demais.
Manejar a trolha simbólica não é fácil. Exige treino, exige habituação, exige bom-senso. Só progressivamente aquele que entra na Maçonaria se habitua a manejar esta ferramenta simbólica. Enquanto as ferramentas por excelência do Aprendiz são o maço e o cinzel, com que desbastam a sua pedra bruta, corrigindo-se das maiores asperezas e dando-se forma adequada para colocação útil no Grande Templo da Harmonia Universal, e que as ferramentas do Companheiro são essencialmente o prumo, o nível e o esquadro, com que colocam a pedra já aparelhada no sítio certo e útil, o Mestre Maçom tem como instrumentos essenciais a Prancha de Traçar, onde traça os planos da construção de si mesmo e do seu comportamento e – precisamente – a trolha, com que espalha o cimento da harmonia, que une definitivamente todos os materiais da sua construção de si.
Este trabalho é um resumo das pesquisas realizadas sobre o tema nos mais diversos meios, tendo como objetivo principal apresentar aos irmãos o significado da ferramenta trolha no âmbito maçônico.
ResponderExcluirInicialmente antes de entrar no contexto da ferramenta, é necessária uma breve explicação sobre símbolo e simbolismo.
Marco Antonio Perottoni escreve em seu estudo sobre Trolha, a seguinte frase: ”Pelo sistema que se fundamenta nos simbolismo, ou seja, na interpretação dos símbolos, a Maçonaria se desenvolve, e desenvolve seus membros, de uma forma muito pessoal e autodidata.”.
A utilização de símbolos para expressar um pensamento, é o estado mais primitivo da linguagem filosófica, na qual os dogmas religiosos e científicos eram expressos. A palavra símbolo vem do grego SUMBOLON, que deve ser entendido por duas partes ou duas correspondências sendo uma física, a parte visível, caracterizada pela forma, material, utilização e emprego e uma segunda que corresponde a parte subjetiva onde prevalece os aspectos de representatividade ou seja ao mundo moral, abstrato.
Os símbolos também devem ter várias interpretações. O escritor maçônico J. Carmeloup descreve, “um símbolo admitido apenas uma única interpretação não será um verdadeiro símbolo.”, Nicolau Aslan em seu livro Estudos Maçônicos, completa esta ideia dizendo, “e firmando um pé na tradição e outro na ciência, que o mantem na senda do progresso, desta forma consegue o maçom o equilíbrio perfeito.”.
Desta forma este trabalho procura descrever a ferramenta TROLHA no campo físico e simbólico.
Forma física
ResponderExcluirTrolha ou colher de pedreiro sem dúvida a ferramenta mais usada pelo profissional da construção civil. Ela é formada por uma folha de aço em forma de triangulo trapezoidal, com um pescoço em formato de “L” que termina em um cabo de madeira no centro do triangulo, formando a figura de um coração. A colher de pedreiro tem tamanho variado e seu formato pode ter ligeiras variações para melhor se adequar as tarefas e em especial a forma do pedreiro trabalhar.
A definição da palavra TROLHA tem sua origem no Latim TRULHA, onde denomina-se como colher de mexer panela.
ResponderExcluirA palavra TROLHA, segundo Dicionário Aurélio:
1 Espécie de pá em que o pedreiro tem a argamassa de que se vai servindo.”
2 Servente de pedreiro.
3 Pedreiro.
4 Operário que assenta e conserta telhados.
5 Pintor de brocha.
6 Homem sem importância ou sem préstimo.
7 Bofetada, tapa, tabefe.
Segundo Rui Bandeira, “A trolha ou colher de pedreiro é uma ferramenta da construção utilizada para separar, transportar, projetar ou colocar argamassa ou cimento nas superfícies, paredes ou muros, de uma construção. Serve também para alisar a massa, argamassa ou cimento colocado, por exemplo, numa placa ou na união entre pedras ou tijolos de uma parede ou muro.”
No dicionário da Maçonaria, a Trolha é definida como “Espécie de pá achatada, usada pelo pedreiro para aplicar a argamassa.”.
Gostaria de ressaltar um trecho de Roberto Pantoja, onde ele descreve uma pequena falha de interpretação que pode trazer a palavra Trolha. Escreve ele, “o termo trolhamento nada tem a ver com a ferramenta trolha, este termo é derivado do português de Portugal, que tem na palavra trolha diversos significados, sendo uma delas OPERÁRIO QUE ASSENTA E CONSERTA TELHADO.
Ou seja, se você mora em Lisboa, por exemplo, e estiver com problemas no telhado de sua casa, você chama o trolha que vai verificar qual o problema e efetuar o reparo.”.
Definição Maçônica:
ResponderExcluirA Maçonaria utiliza desta ferramenta para construir um conceito simbólico para nortear os maçons quanto à benevolência.
Segundo Jules Boucher em seu livro A Simbólica Maçonaria, Trolha; “serve para amassar a argamassa destinada a realizar a unidade quando se cimenta as pedras do edifício. A Trolha reúne, ela realiza a fusão, ela unifica. É, portanto, essencialmente, o emblema dos sentimentos de benevolência esclarecida, de fraternidade universal e de muita tolerância, distintivo do verdadeiro Maçon.”.
A trolha simboliza a capacidade de tolerar as asperezas e defeitos alheios, espalhando sobre eles a massa do perdão e da harmonia, usando assim a trolha da concórdia, da conciliação, para alisar, regularizar, aplainar diferenças ou conflitos entre Irmãos.
A argamassa simboliza o amor fraterno, compreensão, tolerância, dedicação, perseverança, conhecimento e perdão que unem e harmonizam todas as pedras, mantendo a individualidade ou consistência de cada um.
A Maçonaria não é formada apenas de paz, seu interior apresenta pontos frágeis de relacionamento gerando conflito e dificuldade no relacionamento. Jules Bouche escreve em seu artigo, ”Tal como os irmãos biológicos, embora mantendo entre si laços fortes de solidariedade e amor fraternal, não obstante têm frequentes desacordos e conflitos.”
Manejar a trolha simbólica no seu mais amplo sentido não é tarefa fácil, exige muita compreensão da ferramenta, treinamento, habilidade na escolha da melhor forma de aplica-la e muita sensibilidade para detectar a melhor hora para utiliza-la. Somente a evolução continua e o exercício da utilização da Trolha trará progressivamente habilidade ao manejar esta ferramenta simbólica.
Enquanto as ferramentas por excelência do Aprendiz são o maço e o cinzel, com que desbastam a sua pedra bruta, corrigindo-se das maiores asperezas e dando-se forma adequada para colocação útil no Grande Templo da Harmonia Universal, as ferramentas do Companheiro são essencialmente o prumo, o nível e o esquadro, com que colocam a pedra já aparelhada de forma certa e útil, por último, o mestre verifica a exatidão com que foi feito o trabalho, dando a última demão e estendendo com a trolha o cimento que une definitivamente todos os materiais. Por isso, concedera-se que a TROLHA é um instrumento do Mestre Maçom.
Em certas lojas inglesas, porém, a TROLHA é a ferramenta do trabalho do Mestre Instalado.
Classificação:
ResponderExcluirSegundo Jules Boucher a TROLHA é classificada como uma ferramenta NEUTRA, ou seja, ela não pertence às ferramentas ATIVAS, nem uma ferramenta PASSIVA.
Abaixo tabela com a classificação das diferentes ferramentas e seus sentidos:
Ferramentas Ativas
(Espírito) Ferramentas Passivas
(Matéria)
Compasso (Medida de Pesquisa)
Malho (Vontade na Aplicação)
Perpendicular(Profundidade na Observação)
Régua (Precisão na Execução)
Esquadro (Retidão na Ação)
Cinzel (Discernimento na Investigação)
Nível (Uso correto do Conhecimento)
Alavanca (Poder da Vontade)
Neutro
TROLHA (Benevolência para com Todos)
Este trabalho proporcionou-me o esclarecimento sobre o que é um símbolo e em especial a certeza que um símbolo tem sempre vários pontos a serem observados.
ResponderExcluirO pedreiro tem na sua colher uma ferramenta individual e particular, ela deve ser a extensão de seu braço e deve se adaptar ao seu movimento, capacidade física e em especial, a tarefa e a forma de realiza-la. Assim são as pessoas, alguns utilizam a colher grande ou pequena podendo carregar mais ou menos benevolência, capacidade de perdoar, capacidade de colocar-se na posição dos outros, buscando sempre criar a unidade entre as partes sedimentando através da aplicação do cimento.
Incrivelmente com a utilização ela vai se desgastando e ficando ainda mais particular na medida que forma um conjunto cada vez mais perfeito entre a ferramenta e o pedreiro.
O pedreiro deve escolher a colher certa de acordo com a necessidade prevista no momento. Quando for assentar tijolos esta deve ser maior com capacidade de aplicar uma grande quantidade de massa, possibilitando acertar as diferenças entre as pedras, já quando vai realizar o reboco a mesma dede ter a capacidade maior de alisamento, levando o todo a um só resultado.
Assim também deve ser o MAÇOM, a cada momento deverá eleger qual a melhor ferramenta seu tamanho e formato de acordo com a tarefa que esta realizando, lembrando-se que a massa é vinda do operador da TROLHA.
Termino meu trabalho com uma frase de Aristóteles.
“Somos aquilo que fazemos consistentemente. Assim, a excelência não é um ato, mas sim um habito.”