Massacre de Sharpeville 21 de março de 1960 - O Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial.

 

O Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial foi criado pela Organização das Nações Unidas e celebra-se em 21 de março em referência ao Massacre de Sharpeville



Massacre de Sharpeville

Descrição

No dia 21 de Março de 1960, ocorreu no bairro de Sharpeville, na cidade de Johanesburgo, na África do Sul, um protesto, realizado pelo Congresso Pan-Africano. 

O protesto pregava contra a Lei do Passe, que obrigava os negros da África do Sul a usarem uma caderneta na qual estava escrito aonde eles poderiam ir. 

Comentários

  1. O Apartheid, palavra que significa “separação” em português, foi instaurado na África do Sul em 1948. O regime, que perdurou no país de ampla maioria negra até 1994, quando Nelson Mandela se tornou o primeiro presidente negro da nação, foi marcado por inúmeras tensões políticas entre o movimento negro e o Estado.

    Naquela época, os negros sul-africanos só podiam circular em determinados espaços, permitidos ou não segundo a cor da pessoa.

    A delimitação, registrada no passaporte de cada sujeito, era exercida em escolas, igrejas, supermercados, banheiros, entre outros locais.

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  2. O documento, com todas informações da pessoa, como foto, números, registros profissionais, anotações sobre imposto de renda e ficha criminal, foi primeiro utilizado durante a escravidão, e depois como forma controlar negras e negros. A essas e esses, era obrigatória a apresentação do registro sempre que pedido pelos policiais sul-africanos.

    Um dos capítulos mais tristes e marcantes da resistência contra o Apartheid exigia o término da “Lei do Passe”.
    No fim de 1959, o Congresso Nacional Africano (CNA), principal partido de oposição, dirigido por Nelson Mandela, havia declarado em conferência que o grande enfrentamento do ano seguinte seria o fim do documento.

    1959 foi também marcado por uma racha na luta contra o Apartheid. Robert Subukwe liderou uma dissidência da CNA e construiu o Congresso Pan-Africanista (CPA), divergência que se materializou nas datas escolhidas para os atos de denúncia da Lei do Passe.

    Enquanto o grupo de Mandela planejava os atos no dia 31 de março, Subukwe antecipou e fez as manifestações no dia 21 daquele mês.

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    Respostas
    1. A proposta de Subukwe era a de coordenar um ato pacífico, com negras e negros sem qualquer documento, para que todos fossem presos. A manutenção provisória de milhares de negros atrás das grades causaria sérios problemas às administrações locais, por conta das prisões lotadas e da falta de mão de obra.

      O local decidido foi Shaperville, na província de Gauteng, quando entre 5 e 7 mil pessoas marcharam contra a Lei do Passe. O grupo de manifestantes, na cidade próxima a Johanerburgo, se reuniu em frente ao distrito policial, para desespero de 20 soldados presentes.

      O reforço logo chegou. Cerca de 130 homens foram acionados, todos com a escolta de tanques e motos.

      O clima piorou com a chegada de aviões caça, que com seguidos voos rasantes tentavam dispersar a multidão.

      Desarmados, os manifestantes responderam lançando algumas pedras.

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  3. O tom do protesto ganhou outros ares por volta das 13 horas locais, com a tentativa de detenção de um dos líderes da manifestação, o que gerou um caos na entrada da delegacia. O tumulto foi o estopim para o início da matança.

    Os agentes do Estado abriram fogo contra a turba que corria para se salvar das balas policiais. Em meio aos tiros, 69 pessoas morreram e outras 186 ficaram feridas.

    O governo sul-africano se utilizou de caminhões para retirar os corpos e nenhum policial foi condenado ou preso.

    Em Langa, distrito da Cidade do Cabo, no mesmo dia, a polícia também atacou os manifestantes. O resultado foram 3 mortes e 26 pessoas feridas.

    A resposta ao massacre foi autoritária. O governo decidiu banir qualquer organização política na África do Sul.

    Poucas semanas depois, em 8 de abril, o CNA e o PAC foram fechados e um estado de emergência foi declarado.

    O massacre foi o estopim para Nelson Mandela abandonar a possibilidade de dialogar e protestar de maneira não violenta.

    Não tardou para Madiba, como é carinhosamente lembrado pelos sul-africanos, depois de algumas ações militares, ser preso pelo regime, em 12 de junho de 1964.

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  4. Anos mais tarde, em 1966, a Organização das Nações Unidas (ONU) proclamou a data como o Dia Internacional contra a Discriminação Racial, em memória às vítimas do massacre.

    Hoje, a data é feriado na África do Sul, momento de recordação e homenagem aos mortos. O dia também serve para celebrar o fim do Apartheid.

    Referências:

    http://correionago.ning.com/profiles/blogs/o-massacre-de-sharpeville-e-o-dia-internacional-pela-elimina-o-da

    https://mamapress.wordpress.com/2014/03/21/o-massacre-de-sharpeville-e-a-memoria-do-dia-internacional-pela-eliminacao-da-discriminacao-racial/

    https://efemeridesdoefemello.com/2015/03/21/o-massacre-de-sharpeville-na-africa-do-sul/

    http://www.pordentrodaafrica.com/noticias/por-dentro-da-historia-o-massacre-de-sharpeville-durante-o-apartheid

    http://www.ebc.com.br/cidadania/2015/03/dia-internacional-pela-eliminacao-da-discriminacao-racial-e-comemorado-neste

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