O que significa "seguir o Cristo"?
Seguir a Cristo significa compreender que o próprio homem criou o seu desolado campo de existência.
Que ele mesmo conserva as paredes da sua prisão.
Aquele que sobe esse primeiro degrau da Senda vê diante de si o segundo degrau.
O nosso Microcosmo é comparável com uma pilha atômica que é alimentada todos os dias por:
1.º éter refletor — na forma de hidrogênio;
2.º éter luminoso — na forma de oxigênio;
3.º éter de vida — na forma de nitrogênio;
4.º éter químico — na forma de carbono.
Eles são os quatro alimentos da pilha atômica humana.
Por que recebemos esses alimentos?
Por que ocorre combustão na nossa pilha humana?
Para que os processos de vida sejam possíveis.
Os processos de vida são processos de produção.
Os quatro éteres, nas condições em que recebemos para serem utilizados no nosso sistema, são a origem das diversas substâncias e forças produzidas na nossa pilha de vida.
RESPIRAÇÃO HUMANA
Tomemos como exemplo o processo respiratório humano.
A substância que inalamos é totalmente diversa daquela que exalamos.
Entre outras coisas, exalamos gás carbônico.
Que é um óxido de carbono, um produto de combustão, uma transformação do éter químico.
Existem várias propriedades do gás carbônico.
GÁS CARBÔNICO
A atmosfera o contém, sem dúvida, porque ele é produzido durante o processo respiratório de homens e animais e também durante a combustão ou decomposição de substâncias orgânicas.
Se não houvesse uma correção, a nossa atmosfera certamente conteria cada vez mais e mais gás carbônico.
O que poderia ser fatal, visto que uma chama se extingue imediatamente quando entra em contato com esses gás.
Todo o processo de combustão se tornaria impossível na presença do gás carbônico na atmosfera.
Toda a vida poderia ser literalmente sufocada.
Contra esse perigo aparece em socorro o reino vegetal.
As folhas das plantas absorvem o gás carbônico e exalam o oxigênio.
O reino vegetal evita assim que nos sufoquemos com o produto da nossa própria pilha de vida.
Investigadores analisaram até que ponto a atmosfera pode ser saturada com gás carbônico.
Sem causar a morte do ser humano.
Um ser humano normal pode resistir à concentração de 5% de gás carbônico no ambiente.
Este gás está sempre presente na atmosfera, embora em uma percentagem bem menor!
Agora pensemos no nosso lar, na nossa sala de estar e no nosso pequeno jardim!
Grande parte da nossa vida decorre no lar.
Nele respiramos e assim produzimos gás carbônico.
Todas as plantas na nossa casa, no nosso quarto e no nosso jardim respiram o gás carbônico que produzimos.
Para nós e para as plantas isso é uma bênção.
Pois se não houvesse gás carbônico não haveria plantas.
Mas também sem as plantas seríamos sufocados.
O reino vegetal e a sua proteção são uma necessidade vital para todos os seres humanos.
Quanto mais decomposição e mais consumo houver, maior será a produção de gás carbônico.
Quanto mais gás carbônico e mais plantas maior será a segurança da vida para os humanos.
Porque as plantas devolvem oxigênio em troca do gás carbônico que recebem de nós.
Mas não é o oxigênio puro, mas apenas um derivado dele.
Pode-se dizer que esse oxigênio se assemelha ao éter luminoso.
Mas é um tanto escuro e a sua vibração é muito mais lenta.
Esse oxigênio inferior das plantas mistura-se outra vez com o oxigênio da atmosfera.
Novamente inalamos esse oxigênio e produzimos novo gás carbônico quando exalamos…
Talvez vejamos agora diante de vós essa corrente de vida e vejamos que vivemos da misericórdia do reino vegetal!
Mas considerado corretamente, esse é um processo assustador, muito duvidoso e mesmo degenerativo.
Contudo, tem algo mais.
O gás carbônico é um subproduto do éter químico.
Mas os outros três éteres também são transformados na nossa pilha de vida.
Assim como o gás carbônico é mortífero, os outros gases derivados também são em maior ou menor medida.
Mas o subproduto do carbono torna o reino vegetal necessário para a nossa sobrevivência.
Pois bem, os subprodutos do éter de vida, o nitrogênio, do éter luminoso, o oxigênio e do éter refletor, o hidrogênio,
tornam necessários, além do reino vegetal, o reino animal, o reino dos insetos e micróbios e o reino dos elementais.
Por nossa causa esses reinos assimilam todas as coisas pelas quais pereceríamos.
Eles existem, eles vivem das irradiações mortais da pilha humana.
Mas devolvem o produto decomposto dessas irradiações sem os venenos.
VIDA HUMANA
Pode-se admirar que esses reinos persigam-se, destruam-se, devorem-se, mutilem-se e infectem-se?
Porque eles vivem e provêm dos vapores letais da nossa existência.
Que é baseada apenas no instinto de autoconservação e totalmente afastada de Deus.
Como é possível ver beleza nisso?
Como é possível esperar algo disso?
É possível assim ver diante dos olhos esse horror, considerado normal segundo as leis da natureza?
INFERNO HUMANO
Quem pode realmente viver neste inferno?
Está agora claro que vivemos em um estado de queda?
Que o nosso estado humano de vida ainda coopera nessa queda?
Que a humanidade está a ponto de se precipitar, com pressa furiosa, em um horror destituído de toda razão?
Participamos de uma catástrofe cósmica e com ela cooperamos.
Pois exalamos permanentemente o alento da morte.
Mas o Homem Original recebia outrora o Alento da Vida da Gnosis.
Mesmo uma criança pode compreender que os reinos naturais falham na tarefa de nos preservar da morte.
REVOLUÇÃO CÓSMICA
O homem está usando cada vez mais alimentos sintéticos.
Regiões cada vez maiores são desflorestadas e cultivadas.
O perigo microbiano e os insetos venenosos são combatidos em escala crescente.
As enfermidades são combatidas, os cadáveres são queimados e os animais são substituídos por máquinas.
O que mais não faz o homem na sua existência auto conservadora?
Ele combate perigos, mas desencadeia outros.
Mas é um esforço vão e inútil.
As forças difusoras da morte, produzidas pelas pilhas de vida humanas, que já não podem ser completamente absorvidas
pelos reinos protetores da natureza, tornam-se cada vez mais numerosos e abrangentes.
O alento da morte ganha cada vez mais terreno no campo terrestre.
A consequência não pode ser outra senão uma explosão atômica.
Que designamos como “Revolução Cósmica”.
As enfermidades que flagelam a humanidade são causadas por reinos subumanos da natureza, por reinos necessários
à transformação dos produtos da nossa pilha de vida, produtos que são perigosos para nós?
Pensemos nos mosquitos causadores de muitas enfermidades.
O inseto vive dos produtos atômicos da nossa pilha de vida.
Ele nos ataca e pica em cega reação.
Porque a criatura se dirige em autoconservação ao seu criador e sustentador.
Qual é a consequência disso?
Os mosquitos são exterminados, o que é compreensível.
Outros insetos que os substituem são também atacados na sua existência.
Além de micróbios e diferentes espécies de vírus que atormentam o nosso corpo.
Mas são também combatidos.
Fazemos isto e precisamos fazê-lo porque não podemos fazer outra coisa!
Porém se tivermos êxito no extermínio desses germens seremos vitimados pelo veneno produzido por nós mesmos.
Pois com as funções biológicas dos reinos subumanos ainda experimentamos esse veneno sob a forma de doenças.
Mas que é uma reação retardada e bem enfraquecida de um envenenamento maior.
GRITO DE SOCORRO
Existe uma tragédia maior?
A nossa vida é combater as enfermidades, buscar saúde e assim inalar, em grandes doses, os próprios vapores da morte.
Quem vivencia claramente tudo isto possui o "auto-conhecimento" da sua natureza da morte.
Essa pessoa cessa as furiosas tentativas de conservar a cabeça fora das águas do "Mar Acadêmico".
Pois nela existe apenas uma Resolução e um Anseio:
Que é a Resolução de acabar com o seu estado doentio.
Além do Anseio do coração pela Salvação da Alma mediante o Alento da Verdadeira Vida.
Então, vem o grito de socorro do poeta no Salmo 42:
"Assim como o cervo brama pelas correntes das águas, assim suspira a minha alma por ti, ó Deus!
A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo.
Quando poderei entrar e me apresentar perante a face de Deus?"
Fonte: Capítulo I-15, do livro "O Novo Homem", de Jan van Rijckenborgh.
Imagem: Pinterest: O sangue do Cordeiro de Deus alimentando o Santo Graal.
Anthony Mamre
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