“A diferença entre os cientistas e os grandes místicos consagrados é que, esses últimos, são sábios que alcançaram o conhecimento superior – posto que apreendem a realidade através das faculdades que desenvolveram muito além das normais.”
Gal. Alfredo Moacyr M. Uchoa
“Lá vem o Juliano com esse papo de poder da mente” (risos). Eu sei que, se você está lendo este artigo é porque acompanha o conteúdo que produzimos na Pozati Filmes e curte esse tipo de conversa.
Sim, a coisa é séria, e foi com esta perspectiva que o governo dos Estados Unidos começou a financiar, nos anos 70, um programa de visão remota – técnica de pesquisa experimental em que uma pessoa tenta obter informações de uma localidade distante, por meio da clarividência – uma habilidade da mente humana de ver a distâncias não visíveis a olho nu, ou através de objetos opacos.
A experiência americana teve início em 1972 e foi desenvolvida pelo Instituto de Pesquisa de Stanford (SRI), em Menlo Park, na Califórnia.
Tudo começou quando o artista plástico Ingo Swann entrou em contato com o físico Harold Puthoff, pesquisador do SRI, e sugeriu que se fizesse um estudo de parapsicologia.
Swann afirmava ser capaz de visualizar detalhes de objetos, lugares e pessoas mentalmente, sem usar os olhos ou outros sentidos.
Puthoff o convidou então para passar uma semana no SRI.
Antes de Swann chegar, o cientista trancou um magnetômetro – instrumento que mede a intensidade do campo magnético – num contêiner no porão, sem que o convidado soubesse e se surpreendeu ao verificar que Swann não só “perturbou” o aparelho como também foi capaz de desenhá-lo a partir de uma visão mental.
O feito chamou a atenção da CIA (Agência Central de Inteligência americana), que estava interessada em financiar um estudo sobre a aplicação da parapsicologia para fins militares, pois tinha informação de que a União Soviética já trabalhava nisso desde os anos 60. Em plena Guerra Fria, as duas nações teriam apostado na possibilidade de montar uma equipe de espiões clarividentes, capazes de obter informações valiosas sobre instalações militares e documentos secretos.[1]
Ora, se por definição nenhum outro sentido fora utilizado para obtenção da informação sobre o magnetômetro, como é que ela “foi parar” na mente de Swann?
Ou melhor, onde a mente de Swann foi buscar a informação sobre o aparelho?
Talvez a resposta esteja na tal não-localidade da consciência, ou seja, no fato de nossa consciência não residir em nosso corpo físico materializado no espaço-tempo, mas apenas se manifestar nesta realidade através de nossa mente e cérebro.
É mais ou menos assim: imagine que o seu corpo físico é um computador, seus órgãos são os componentes, chips, placas, etc.
Todo hardware do computador, uma vez ligado, faz rodar o software do sistema operacional, em geral iOS ou Windows.
A mente é como se fosse o sistema operacional do corpo.
Quando você usa o seu computador, você usa ao mesmo tempo o hardware e o software.
A sua mente é software, o seu corpo é o hardware.
Mas você não é o computador, nem o sistema operacional.
Você é o usuário da coisa.
Você interage, usa, controla e se beneficia do computador, você se manifesta através dele, mas você não é o computador.
Você instala novos programas e aplicativos para necessidades específicas.
O seu computador tem as suas configurações, o seu jeito de se organizar, guarda as suas ideias e as suas memórias. Mas você não é o computador.
Se o software e o hardware do computador fossem locais, você, usuário, seria não-local, ou seja, você está além, você transcende aquele conjunto.
Você usa o computador e os seus programas, mas você não é o computador e nem os seus programas.
Assim é a nossa consciência, nosso espírito.
Usamos esse corpo e essa mente.
Sobre eles exercemos nossa vontade.
Mas nós não somos esse corpo.
Nós apenas o estamos utilizando.
Quando os computadores ficam obsoletos, quebram, “dão pau”, os usuários simplesmente trocam de computadores.
Assim também a sua consciência vem antes deste seu corpo atual, e continuará para além da finitude deste corpo pela morte física.
O corpo é local, físico, manifesto e sujeito ao tempo-espaço, assim como a realidade em que nos contemos.
O espírito e a consciência estão além do espaço-tempo. São não-locais.
Se eles estão além do espaço-tempo, não estão sujeitos aos limites impostos por ele.
Tudo o que nós processamos com esse corpo, com essa mente, estão ao mesmo tempo na memória do ‘computador’ e na memória do usuário.
Ou seja, as informações que processamos estão armazenadas em nossa mente e em nosso espírito, em nossa consciência não-local.
Imagine agora que o computador está conectado à internet.
E que todos os arquivos que você processa nele estão ao mesmo tempo na memória local do seu computador e num backup na nuvem.
Ou seja, tudo o que você cria no seu computador, ele automaticamente faz um upload para um servidor remoto, como segurança, para que, no caso de você precisar acessar esse arquivo de outro lugar, ele estar disponível quando e onde você quiser.
Veja que poderoso esse exemplo. Imagine que todo dado, toda informação e todo conteúdo processado pelas consciências estão, de alguma forma, tendo o seu upload realizado para uma “nuvem não-local”.
Um servidor fora do espaço-tempo, que recebe absolutamente tudo o que todas as mentes humanas processam.
Você consegue imaginar o volume de informações que essa “nuvem não-local” contém?
Pense no caso de Stanford agora com a nossa analogia.
O cientista escondeu o equipamento do clarividente.
Só que ao fazê-lo, ainda que em segredo, “processou” com o seu hardware e software, a informação de onde o aparelho estava.
Como todos estamos ligados a essa “internet maior” a informação foi enviada para a “nuvem não-local”.
Quando o clarividente chega para a experiência, o que ele faz é “acessar a nuvem não-local” e “fazer o download” da informação que precisava. Incrível, não é?
Todos nós fazemos isso involuntariamente o tempo todo. Todos nós temos latentes essas habilidades em nossa mente.
E, com um pouco de treinamento, “instalando os aplicativos certos” nela, você não imagina o quão infinitas são as nossas potencialidades e possibilidades.
O mais louco dessa “nuvem não-local” é que, por estar além do espaço-tempo, as informações ali contidas não estão sujeitas ao tempo, nem ao espaço.
Você pode acessar uma informação processada por uma consciência que se manifesta fisicamente no Japão, por exemplo.
Ou ainda por uma consciência que se manifestou no Japão de 1945, ou que se manifestará no Japão de 2045.
Porque não tem tempo, nem espaço. Daí as regressões a vidas passadas e as premonições (conhecimento antecipado de fatos futuros).
Não há limites para a mente humana e as suas habilidades.
Certa vez eu conversava com o físico Amit Goswami, conhecido mundialmente por defender ideias da Física Quântica e os seus desdobramentos no campo da consciência.
Falávamos justamente sobre essa questão da não-localidade de nossas consciências e das infinitas possibilidades que essa noção nos possibilita.
Em certo ponto da conversa, perguntei:
– Amit, se minha consciência é não-local, eu posso acessar informações de outras consciências, independentemente de onde elas estejam?
– Sim! – respondeu o físico.
– Mesmo que essas consciências estejam em outro país? – retruquei.
– Claro! – devolveu enfático, e complementou: – As informações são não-locais, não importam tempo nem espaço, ou seja, independe da distância.
– Mesmo que essas consciências estejam em outro planeta? – retruquei mais uma vez, como quem dá um xeque-mate.
Ele titubeou um pouco, sacou de imediato onde eu queria chegar desde o início, e acenou com a cabeça positivamente:
“A menos que modifiquemos a nossa maneira de pensar, não seremos capazes de resolver os problemas causados pela forma como nos acostumamos a ver o mundo”.
Albert Einstein
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