ASTRAL


Esotericamente, antes dos Iir:. adentrarem ao Templo, com um único golpe mântrico do bastão no chão mosaico, o Mestre de Cerimônias ordena que os espíritos se elevem, pois os trabalhos logo se iniciarão. Exotericamente, com esse golpe mântrico, o som se propaga e atinge o cérebro, já intimamente ligado ao significado egregoral que  disciplina e ordena a mente que sessão irá começar. 

O sinal foi dado.

Mas é na abertura da loja, com a leitura do salmo 133 do Livro Sagrado Bíblia pelo Irmão Orador que o fenônemo da EGRÉGORA toma força. É quando o Salmo 133 acena com a agradabilidade da convivência em união fraterna e a compara com “o óleo precioso sobre a cabeça o qual desce para a barba, a barba de Aarão... é como o orvalho do Hermon que desce sobre os montes de Sião...ali ordena o Senhor sua benção e a vida para sempre...”, que traduz que o amor fraterno é comparado ao óleo santo de consagração e ao orvalho que umedece Jerusalém, dando vida à natureza.

No preciso momento da abertura do Livro Sagrado e no curso da leitura de uma passagem do Livro da Lei, conforme o grau em que se abre a loja, inicia-se a formação da EGRÉGORA, assunto objeto desta modesta peça que começa a ser detalhado, cujo campo maçônico se entrelaça com o da espiritualidade.

Rizzardo Da Camino em seu Grande Dicionário Maçônico, ensina que Egrégora deriva do grego `egregorien` com o significado de velar ou vigiar. No Livro de Enoch está escrito que os anjos que haviam jurado velar sobre o Monte Hermon teriam se apaixonado pelas filhas dos homens, ligaram-se a elas.

Papus, em seu magnífico “Tratado Elementar da Ciência Oculta” introduz a noção de que as egrégoras seriam imagens astrais geradas por uma coletividade.

O maçom pode se aproximar dos seres superiores e elevados através somente do seu livre-arbítrio. No astral nascerão os germes das grandes associações, das grandes amizades, das grandes proteções.

Mas como as egrégoras estão em constante modificação, por força das variações das idéias-força, não possuem um ponto de apoio.

Por isso a necessidade da concentração sem esforço durante a ritualística, para que essa egrégora possa permanecer o maior tempo possível ativa, constante e homogênea.

Egrégora é uma forma pensamento que é criada por pensamentos e sentimentos, que adquire vida e que é alimentada pelas mentalizações e energias psíquicas.

É uma entidade autônoma que se forma pela persistência e intensidade de correntes emocionais e mentais.

Pensamentos e sentimentos fracos criam egrégoras mal definidas e de pouca vida ou duração, porém pensamentos e sentimentos fortes criam egrégoras poderosíssimas e de longa duração.

Existem egrégoras positivas que protegem, atraem boas energias e afastam cargas negativas, e egrégoras negativas que fortalecem o mal, canalizam forças negativas e repelem forças positivas.

A origem do termo EGRÉGORA é a mesma de "gregário", do latim gregariu: o que faz parte da grei, ou seja, rebanho, congregação, sociedade, conjunto de pessoas. No plano da espiritualidade usa-se o nome egrégora para designar um grupo vibracional, um campo de energia sutil em que se congregam forças, pensamentos ou vibrações com um determinado objetivo.

A egrégora pessoal é formada pelas energias psíquicas da pessoa e principalmente pelos seus pensamentos. Assim, uma pessoa psiquicamente equilibrada e com pensamentos positivos, cria uma egrégora positiva. Do mesmo modo, uma pessoa desequilibrada emocionalmente e negativa cria uma egrégora negativa. Porque a egrégora é como um filho coletivo que se realimenta das mesmas emoções que a criaram.

O maçom correto deve ter plena convicção de que as suas aspirações e desejos de bem, ainda que em pensamentos, nenhuma se perde. Nossa vida deve produzir idéias-força poderosas. Esse é o segredo da prece dos ditos “fracos”.

A maçonaria aceita a presença da Egrégora em suas sessões litúrgicas. 

A egrégora é uma “entidade” momentânea que subsiste enquanto o grupo está reunido. Para que ela surja é necessária a preparação ambiental, formada pelo som, pelo perfume do incenso e pelas vibrações dos presentes.

Estas vibrações devem ser puras. 

O maçom deve eliminar, ainda no átrio, todos os pensamentos inapropriados para o culto maçônico. 

A ritualística e a liturgia, preparam o surgimento da egrégora, no exato momento em que o Irmão Orador termina a leitura em voz alta, do trecho do livro sagrado, a egrégora forma-se brotando do altar como tênue fio espiritual para adquirir corpo etéreo com as características humanas. 

Os mais sensitivos percebem esta entidade, ela se mantém silenciosa mas atua de imediato, em cada maçom presente, dando-lhe a assistência espiritual de que necessita, manipulando as permutas de maçom para maçom, construindo assim a Fraternidade(5). Para cada loja forma-se uma egrégora específica.

Os céticos não aceitam esta entidade, porém os estudos aprofundados revelarão a possibilidade de seu surgimento. 

Porém, esta entidade não deve ser motivo de adoração pois é uma entidade formada pela força mental e pelas vibrações do conjunto. A egrégora é a materialização da força do maço enquanto em loja.

                                                      

                                                      CONCLUSÕES

A egrégora pode ser associada à consciência de grupo, mas ela é, ao mesmo tempo, algo mais do que isso. 

Aprendemos que quando dois ou mais se reúnem em um esforço     conjunto, é criado algo maior que a soma de seus esforços pessoais. 

Daí podemos comparar essa idéia à idéia de que o TODO é maior do que as partes que o compõem. 

Também não devemos nos esquecer que a egrégora de nossa Ordem inclui todos os maçons vivos e também aqueles que passaram pela transição e hoje vivem no Oriente Eterno. 

A egrégora é, portanto, o resultado de nosso pensamento criativo nos planos exotérico e esotérico do pensamento.

A egrégora surge em Loja a partir do esforço e da meditação de cada irmão. Ela atua equilibrando as desigualdades emocionais e espirituais dos IIr:. em Loja.

Grande é sua atuação na CADEIA DE UNIÃO. 

E somente em Loja existe oriunda de formação assemblear, onde todos nós, Irmãos, somos condôminos deste fenômeno.

Representa na sua forma mais sublime a expressão “ESTAR A COBERTO”.                               

Mais do que um manto protetor, configura para o maçom a materialização de sua fraternidade quando um pouco de si é ofertado, por um mecanismo sobrenatural e divino, ao Irmão necessitado.                                                                                                            

Para tanto impõem-se as posturas mentais, espirituais e corpóreas mencionadas, não somente como um exercício de Virtudes Teologais  (Fé, Esperança e Caridade) e Cardiais  (Prudência, Temperança, Justiça e Coragem ), mas como também na visão Aristotélica de perfilar pelo caminho do justo o bem absoluto e teológico do ser humano: 

- a felicidade, para nós simbolizada pelo alcançar do cume da ESCADA DE JACÓ, para que possamos um dia gozar com firme fé da glória do Grande Arquiteto Do Universo e ao seu lado tomarmos assento, para que possamos descobrir em cada Irmão nossos dons espirituais mais acanhados


Oportuna ainda a citação das palavras do maçom emérito Rizzardo da Camino em sua obra “O aprendiz maçom”, atinente ao assunto posto em pauta e que diz respeito também a ética maçônica:


“Aqueles que nada vêem, que nada sentem e que atuam “mecanicamente”,  que participam da cerimônia porque a isso foram conclamados pelo Venerável Mestre, devem aceitar o desafio de participação efetiva e espiritual. Então, só assim, hão de se dar conta que maçonaria não é um clube social ou recreativo.”


Referência: misticismoeesoterismo.blogspot.com.br

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