COMO MUDAR...

 


O medo de mudar tem a ver com o medo de falhar

Agora, deixe-me compartilhar a segunda informação importante sobre os processos de transformação pessoal: as chances são de que muitos altos e baixos acontecerão ao longo do caminho de mudança, o que é justamente o que mais nos causa medo.

Você deve saber do que estou falando… Pense só em como foi a última vez em que você decidiu sair do seu lugar comum para empreender uma mudança qualquer e, de repente, algo deu errado. Imagino que tenha pensado imediatamente:

“Será que fiz besteira em mudar?”
“Será que vou me arrepender?”
“Será melhor eu voltar para o caminho antigo, que eu conhecia tão bem?”

Bem, sinto lhe dizer, mas esse sentimento é absolutamente normal e comum a todos nós – sim, repito, absolutamente TODOS nós – compartilhamos. 

A verdade é que o medo existe por uma boa razão: ele serve de alerta e de gatilho para que possamos nos proteger de perigos iminentes, como a possibilidade de um assalto ou de ser atacado por um animal, por exemplo.

Mas, na vida emocional propriamente dita, o medo quase sempre faz pouco sentido. É claro que devemos nos proteger de pessoas e situações que possam nos machucar ou nos fazer sofrer. 

Mas a verdade é que não temos nenhum controle do que acontece do lado de fora, então, esse medo especificamente só causa angústia e ansiedade, ou seja… Sofrimento!

Em outras palavras, no aspecto emocional, o medo quase sempre está direcionado para fora. O nosso grande pavor é saber que, no caminho de transformação pessoal, invariavelmente vamos errar, falhar, nos arrepender, sofrer… 

Por isso, para evitar resultados tão catastróficos, decidimos que é melhor ficar onde já estamos, por pior que seja este lugar! Percebe como a conta não fecha?

Quando exageramos na autocrítica, quando observamos a nós mesmos a partir da ótica da negatividade, quando não nos damos outra possibilidade a não ser a de alcançar a perfeição… Bem, tendemos, de fato, para o nosso pior. Não necessariamente porque o pior virá; mas, simplesmente, porque só estamos abertos a enxergá-lo em detrimento de todas as coisas boas que possam acontecer.

É isso que, muitas vezes, fazemos com nossas próprias vidas. Queremos acertar, e acertar, e acertar. E, por isso, quando erramos, ignoramos as conquistas para focar apenas nos nossos próprios erros. 

Culpamos aos outros e a nós mesmos. Sentimos que somos incapazes e insuficientes e carregamos esse peso por toda a vida, sem considerar o óbvio: como seres humanos, eventualmente, vamos errar e, se possível, aprenderemos com nossos erros. Por mais clichê que possa parecer, esse é o segredo do amadurecimento e da superação.

Então, apenas para concluir, quero lhe dizer que as dicas que lhe trago a seguir serão, sim, muito úteis – mas apenas se você for capaz de acolher o seu medo para seguir em frente com medo e tudo. 

O lugar novo, este em que você deseja chegar, às vezes, pode requerer um trabalho mais longo, por isso, batlahe por ele com paciência e aceitação de seus limites. Construa sua mudança aos poucos, com pequenos passos e vitórias diárias.

E, claro, ainda mais importante, pegue-se pelo colarinho: lembre-se que não basta a intenção ou só o desejo, é preciso agir

Dentro de um processo de mudança, cabe seguir o ritmo que você quiser, só não vale ficar parado(a). Crescimento e conhecimento são sempre contínuos; nós nunca paramos de crescer e nem de aprender!

Vamos às dicas!

Ainda que esteja disposto a se transformar para dar fim a uma dor, a sua trajetória ficará muito mais fácil e prazerosa se for marcada, alimentada, estimulada pelo seu amor-próprio









1) Desenvolva o Autoconhecimento

Volte a atenção para si mesmo e desenvolva a autoconsciência. Observe-se no dia a dia, como você age, reage, que sentimentos estão mais presentes; por exemplo, quando fica desanimado(a), frustrado(a), como é seu comportamento? 

E quando está entusiasmado(a), motivado(a)?

Faça essa autoanálise sem julgamentos ou críticas, apenas deixe fluir suas percepções. Onde está o foco de seus pensamentos? São de negatividade e de dificuldade? Por que é que está pensando e se sentindo assim?

Se for capaz de reconhecer os gatilhos que podem bloquear suas motivações para a mudança, terá mais facilidade em manter afastados esses comportamentos e essas emoções. É um treino para a vida toda.

2) Respire com consciência

respiração consciente ajuda a mudar estado emocional e leva maior oxigenação para dentro de você, auxiliando para que obtenha mais serenidade e confiança para decisões e mudanças.

E é um exercício bastante simples, já que a ideia é mesmo essa: reserve pelo menos cinco minutos para respirar com toda a sua atenção. Isso nos ajuda a sair do piloto automático e ganhar autoconsciência de uma ação que, até então, era feita espontaneamente. Ou seja, significa dar o primeiro passo para começar a se olhar com outros olhos, para começar a se enxergar com mais atenção.

Experimente realizar esse exercício antes de tomar decisões difíceis. Você vai ver como estimula escolhas mais sustentáveis e positivas.

3) Pratique a positividade

Ser positivo é estar e se sentir livre, aberto, disponível e pronto para receber o que é seu. Mais que isso é compreender que, se algo acontece, acontece por um motivo. É também manter a conexão com seu propósito de vida. Então, pergunte-se: PARA QUE essa situação está me acontecendo? O que ela me traz de aprendizado?

4) Liberte-se de seus sentimentos negativos

Sentimentos negativos tornam-se um lixo tóxico dentro de nós, inclusive causando doenças. É importante que procuremos meios para que, metaforicamente, possamos tirá-los de dentro de nós. Você pode gritar, correr, anda de bicicleta, dançar, ou seja, movimentar-se colocando, nos seus movimentos, a intenção de remover essas emoções de dentro de você. Agora, IMPORTANTE: ninguém merece ouvir ou receber seu lixo tóxico; portanto, não é para despejar raiva ou aborrecimento sobre o outro.

5) Amplie sua empatia e compaixão sobre o outro

Enquanto seres humanos, nós não vivemos isolados. Pelo contrário, precisamos e validamos a nossa existência por meio da nossa relação com o outro. Por isso, qualquer caminho que envolva sua transformação pessoal envolverá, também, a transformação de seus relacionamentos.

Muitas vezes, por exemplo, você pode se sentir paralisado(a) por achar que determinada situação só mudará se o ‘outro’ mudar. Mas, de fato, você não tem controle sobre o comportamento alheio; as únicas emoções, pensamentos e atitudes sobre o qual tem real poder são as suas.

Além disso, você é um ser humano que se constituiu de maneira única, portanto, o mesmo vale para o outro. Seus valores, noções e maneiras de se comportar são seus, apenas seus. O outro não tem como atender suas expectativas, assim como você não tem como atender as dele. Essa compreensão vai lhe ajudar a conquistar mais empatia e compaixão, o que lhe será de grande utilidade em seu caminho de mudança.

6) Assuma a responsabilidade por si mesmo

As suas escolhas diárias determinam os resultados que obtém. Então, errando ou acertando, lembre-se que foi você mesmo(a) quem gerou esse resultado. Perdoe-se por suas falhas e siga em frente; aplauda suas vitórias e siga em frente. É só você quem pode fazer isso.

7) Lembre-se que o único tempo que você possui é o AGORA

Por mais clichê que isso pareça, perceba: o passado já foi, o futuro ainda não chegou e o único momento possível é o agora. Então, procure manter o foco nesse tempo, o tempo de já, desse instante, do hoje. Quanto mais fincar os pés no presente, mais poderá transformá-lo num verdadeiro presente para si e na motivação do AGORA. E pergunte-se: o que é que você pode fazer de novo ou de diferente agora, nesse exato momento, para colher resultados diferentes e novos no futuro?

8) Não se cobre tanto

Muitas vezes, para evitarmos uma dor, acabamos por gerar um caminho de autocrítica que leva à própria frustração. Queremos uma vida melhor, um emprego melhor e que o(a) companheiro(a) nos ame incondicionalmente… Mas a vida não é permanente, o mundo não nos dá garantia e o tempo é inexorável. E aí? Seja mais flexível consigo mesmo(a). Você não é perfeito(a), e ninguém o e. Essa é uma das maiores graças da humanidade!

9) Pratique o perdão

Você já sabe onde falha no presente e os erros que já cometeu na vida. Também já identificou como se expressa e lida com as situações ao seu redor. Agora, é o momento de praticar uma das mais importantes habilidades do ser humano: o perdão.

E como isso é possível? Quando pensamos na história do outro a partir desse novo ponto de vista, ganhamos a chance de compreendê-lo, perdoá-lo e, ainda, perdoar a nós mesmos por nossos próprios erros. Ao conquistarmos essa clareza, temos a oportunidade de caminhar em outras direções e criar maneiras de ser e agir mais positivas e benéficas. Essas novas formas de atuar perante a vida serão as principais ferramentas para alcançar os seus principais objetivos de transformação.

10) Recicle seus comportamentos

Reciclar comportamentos é transformá-los com intenção e a partir de treino; é estimular seu cérebro para que passe a funcionar de um modo diferente do que está habituado. Existem duas reciclagens fundamentais no autoconhecimento. Uma que se refere ao estado emocional e a outra ao comportamento.

A primeira transforma o estado de espírito. Por exemplo, numa situação de aborrecimento ou tristeza, você recorre a mecanismos que lhe ajudam a mudar a emoção, como ouvir uma música, ler um livro, fazer atividade física ou cantar – vale qualquer coisa que lhe traga uma sensação positiva.

A outra reciclagem é treinar, na prática, o novo comportamento – afinal qualquer mudança efetiva requer treino, treino e mais treino. Ou seja, cabe a você se dedicar a criar um novo jeito de agir. Aqui, a mudança se dá pela ação.

Você vai começar a fazer ginástica todo dia de manhã? Pegue-se pelo colarinho e vá! 

É uma reciclagem: assim, estará adotando um novo hábito em vez de ficar dormindo ou comendo em frente à televisão.

Ou, então, durante dez dias ou 15 dias, pratique visualizações mentais: imagine, por exemplo, que o relógio desperta, você acorda disposto(a), toma um café da manhã saudável e vai se exercitar. 

Este exercício diário de visualização contribuirá para que seu cérebro dê início à mudança, porque ele não sabe a diferença entre realidade e imaginação. 

Então, imagine – e, claro, parta para a prática!


CEO do Centro Hoffman, é expert em Autoconhecimento e Inteligência Comportamental, considerada uma das maiores especialistas no método Hoffman no Brasil. Palestrante, Coach, Master Practitioner em PNL, Consteladora Sistêmica, autora de "O Mapa da Felicidade" e de "Perdão, A Revolução que Falta", além de coautora de mais sete livros sobre Gestão de Pessoas, Liderança e Coach.



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