Desconfie de todo Mestre que incorpore em sua apresentação o Arquétipo do Mestre Santo, Sacerdotal e Imaculado.
Esse arquétipo não tem mais espaço dentro do Estudo Esotérico, afinal, sabemos que é da escuridão que brotará a Luz, que é na Fraqueza que nos tornamos fortes, que é na queda que entendemos de onde caímos.
O Antigo Modelo Messiânico, Mosaico, Kristico é pedra de tropeço aos Estudos e Evolução...
Vejamos os casos que se repetem de Padres, Médiuns, Pastores e Gurus que são totalmente desacreditados quando se conhecem sua vileza, e vileza essa que nem deveria ser tomada como tal, quando um padre se relaciona com uma mulher, ele “perde” sua santidade, porque sua comunidade creditava nele o Arquétipo do Mestre Sacerdote, o Intermédio entre o Homem e D’us, quando um médium é pego em um bar tomando um copo de cerveja, é desacreditado, pois seus irmãos creditavam nele o aspecto da Santidade Austera, quando um Pastor é descoberto juntando dinheiro para si, é tomado como ladrão, pois suas ovelhas colocavam nele o Arquétipo do Homem Incorruptível, quando um Guru é pego saboreando um belo prato de comida é deposto de seu lugar de Mestre, pois seu séquito cria ele um Asceta Abnegado dos Prazeres da Existência...
Sendo assim, no Caminho Esotérico é preciso achar o Mestre que viveu e vive entre os homens, como homens vivem entre si, aquela imagem do Eremita com Longas Barbas Brancas que vive nos bosques semeando a Energia Vital é um Arquétipo Mental e jamais físico e literal...
Quando olhamos para os Grandes Avatares, como Buda, Krishna, Rama, Jesus, Aarão ou Moisés estamos de frente um Arquétipo impossível de ser alcançado, são imagens do que é a Perfeição Humana, mas se olharmos para esses homens de forma histórica e filosófica veremos que foram homens como nós...
Buda teve filhos e se relacionou com centenas de mulheres de seu harém antes de achar a Iluminação, Rama perdeu-se em ira quando sua esposa foi raptada e cometeu grandes atrocidades antes de achar o Dharma, Jesus irou-se profundamente dentro do templo ao ponto de quebrar as mercadorias dos vendilhões, Aarão sucumbiu a pressão da comunidade e criou o Bezerro de Ouro, Moisés irou-se profundamente contra a comunidade e bateu na rocha quando D’us pediu que falasse com ela...
Sendo assim, quando achar um Mestre no seu caminho vestindo esse manto imaculado de santidade, desconfie, pois ninguém nasce Iluminado, ninguém vem ao Mundo Completo, e nenhum Mestre do Caminho terá alcançado a Luz sem antes ter vivido a Treva...
A Elevação é um processo, e na dualidade onde estamos, quanto mais Luz mais Sombra, quanto mais retificado for homem, mais haverá para ser retificado, quanto mais desbastada for a Pedra Bruta tanto mais deverá usar as ferramentas para deixar Retilíneo os seus ângulos ...
Com uma ferramenta Traçamos O Círculo Divino e com a outra o Quadrado Material...
Sendo assim, não tomemos jamais sobre nós esse Arquétipo de Mestre Imaculado, na Kabbalah, dizemos que Todo Mestre já é tomado como Vil nos Planos Superiores, porque leva consigo uma responsabilidade tremenda, podendo desvirtuar toda uma comunidade por sua má interpretação, nesse tocante o Evangelho nos Adverte: “Não queiram todos ser chamados de Mestre”...
O Tanah nos explica: “Não seja demasiado bom, nem tão pouco seja inteiramente mau, por que odiaria sua própria vida?”
O Equilíbrio surge de extremos...
Se olharmos então para a Tradição Hermética, Aquele que Alcançou a Grande Obra, não é aquele que vive na Luz, mas aquele que sabe equilibrar os Opostos, os Gêneros, a Dualidade, a Vibração, O Pêndulo e a Mente...
Isso quer dizer não retirar-se de tudo, no passado esses eram chamados de Perushims ou Parushims, Fariseus, que quer dizer, literalmente, Os Retirados...
Meditem sobre isso...
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