O Oriente Eterno é, assim, para os maçons o simbólico lugar de onde provém a LUZ, onde está o Grande Arquiteto do Universo, onde o que resta de nós depois de tudo o que de nós o que de nós é físico se extinguir tem lugar, se reintegra.
Oriente Eterno é a designação que os maçons dão ao que nos aguarda depois da morte física. Porquê Oriente e porquê Eterno?
Talvez a mais remota manifestação da crença humana numa Entidade Superior se encontre nos cultos solares. Cedo a humanidade percebeu que o Sol era condição indispensável para a existência e manutenção da Vida, neste pequeno planeta que todos habitamos.
Cedo observou que o negrume da noite era quebrado, primeiro pela luminescência da aurora, depois pela aparição do Astro-Rei, sempre a Oriente.
Cedo se associou o Oriente ao ponto cardeal de onde provém a luz.
Da constatação do fenómeno físico à consideração figurada de que a LUZ nasce, vem, existe, revela-se, no Oriente medeou apenas um pequeno passo.
Por outro lado, são condições imprescindíveis para se ser maçom regular, para além da condição de homem livre e de bons costumes e do efetivo propósito de aperfeiçoamento, a crença no Criador e na vida depois da morte.
O Grande Arquiteto do Universo, por definição e à escala humana, é Eterno. A LUZ que dele provém naturalmente que compartilha dessa caraterística.
O Oriente Eterno é, assim, para os maçons o simbólico lugar de onde provém a LUZ, onde está o Grande Arquiteto do Universo, onde o que resta de nós depois de tudo o que de nós é físico se extinguir tem lugar, se reintegra.
Não existe uma conceção, uma figuração, uma imaginação, comum aos maçons de como é o Oriente Eterno.
Tal como é deixada a cada um a pessoal conceção do Criador, exigindo-se apenas a efetiva crença na sua existência, também as condições e formas de vida após a vida são assunto do foro íntimo e pessoal de cada um.
Em função da crença individual, o Oriente Eterno pode ser associado ao Paraíso cristão, ao Reino de Jehovah, ao Paraíso islâmico, ao Nirvana, ou àquilo em que cada um crer.
A única certeza compartilhada pelos maçons regulares é que a morte física é apenas uma passagem do que de nós é verdadeiramente essencial para outro estádio, outro plano.
E, portanto, que incumbe a cada um de nós o dever de se aperfeiçoar, de se polir, de melhorar, de se capacitar em todos os aspetos, para que, chegada a hora, esteja preparado e em condições de se integrar no seu lugar nesse novo plano da existência.
O que será, afinal, o Oriente Eterno, nenhum maçom o poderá, de ciência certa e segura, afirmar. Apenas que crê na sua existência e que dedica a sua vida a preparar-se para o papel que ali desempenhará.
Afinal, a Luz só é plenamente visível depois de ultrapassada a cortina da morte física e superadas as limitações do nosso corpo físico…
Rui Bandeira
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