AO quarto caminho se inicia com a ESPERANÇA e conduz à porta da IMORTALIDADE.
O bairro, que se constitui com o terceiro caminho, oferece em seu limite externo a palavra FORTALEZA e, no interno, VERDADE.
Acham-se reunidos no bairro da Escultura, materialização sublime do pensamento humano, a exatidão da Percepção, a Fortaleza da mão, a Vigilância dos pormenores, a Verdade da obra – para que a Esperança anime a conquista da Imortalidade.
Tolerância de religião é a principal lição deste Grau.
A Maçonaria aceita todas as religiões que observem seus princípios básicos e afirma que nenhum homem deve ditar o que outro deve acreditar.
Liberdade de pensamento é essencial para o desempenho do livre arbítrio do homem. Dizemos que todo homem tem direito de julgar as reivindicações e a evidência das chamadas verdades que os credos religiosos apresentam. Então, as investigações satisfazem os testes de veracidade e de prova, significa a verdade para eles.
A fé de um homem pertence somente a ele mesmo, conforme parte do mundo que ele constrói para si.
Ele é livre para pensar e raciocinar por si, sem oposição de nenhuma fonte. Isso inclui se levantar para um plano mais elevado de revelação espiritual e dominar, assim, quaisquer propensões animalescas. Ele é o vencedor de si mesmo quando domina o animal interior e aprende a controlar suas paixões e a melhorar seu estado dentro da Maçonaria. Conforme traçamos nossa viagem histórica dos remotos períodos, devemos ter em mente que existem quatro modos pelos quais podemos olhar; para trás, para dentro, para cima e para diante. Olhar para trás é retrospectivo. É extremamente valioso para as virtudes que nos foram ensinadas e a inspiração que alcançamos para o futuro: porém, se for uma posição demasiadamente dominante, tenderemos a nos imobilizar para a ação adequada no presente. Conforme um indivíduo espirituoso, certa vez, observou: “ Algumas pessoas vêm olhando para trás, para os bons velhos tempos, desde o qüinquagésimo primeiro aniversário de Adão! “
O olhar para dentro é introspectivo. Isto também tem valor, se não for praticado excessivamente. Na Maçonaria temos interesse, principalmente, com os olhares para cima e para diante. Um chefe cínico, numa etapa da Revolução Francesa, perguntou a um camponês: “ O que vocês farão quando nós demolirmos suas igrejas?” A resposta merece a imortalidade: “Nós ainda teremos a estrelas!” Então, nós do Rito Escocês vivemos, principalmente, no presente, mas avançamos para diante e para cima, instruídos e inspirados pelo passado.
Dentre as linhas mestras de ensinamento deste Terceiro Bairro ( Esperança – Imortalidade – Fortaleza e Verdade) levamos nosso raciocínio para o desenvolvimento do estudo filosófico da VERDADE.
O QUE É A VERDADE?
A verdade consiste numa relação de conformidade entre conhecimento e as coisas consideradas. A verdade consiste, pois, em julgar que as coisas são o que são na realidade: “ Dizer que é, o que é, e dizer o que não é o que não é, eis a verdade”, assim disse Aristóteles. Podemos, pois, definir também a verdade como sendo: “Uma relação de conformidade entre o que o espírito julga, e o que de fato é.”
A VERDADE LÓGICA E A VERDADE ONTOLÓGICA
Existem duas espécies de verdades, sendo uma a verdade lógica, isto é, a verdade dos nossos conhecimentos, que consiste na conformidade da nossa inteligência com o objeto, e a verdade ontológica, isto é a verdade das coisas, que consiste na sua conformidade com a inteligência divina.
Uma vez que a verdade ontológica pertence à metafísica, falaremos então da verdade lógica.
A verdade do conhecimento, ou verdade lógica, é a conformidade da inteligência com o que é, isto é, com o objeto.
Todos os atos pelos quais a inteligência se conforma com os objetos, serão por isso mesmo, cada um ao seu modo, susceptíveis de verdade lógica. Todo o conhecimento intelectual se funda nas intuições imediatas absolutamente infalíveis da consciência.
A inteligência humana tende naturalmente para a verdade; sendo, porém imperfeita, nem sempre atinge, e quando atinge, é quase sempre de modo imperfeito.
Daí existirem diversos estados da inteligência em relação a verdade:
A verdade pode estar para a inteligência como se não existisse: É o estado de ignorância.
A verdade pode entrever-se como simplesmente possível: É o estado da dúvida.
A verdade pode atingir-se como provável: A inteligência está neste caso no estado de opinião.
A verdade pode atingir-se como plena evidência: É o estado de certeza.
A verdade pode ser desconhecida, negada ou afirmada diferente do que é: É o estado de erro.
Conforme dito acima, ontologicamente, só existem coisas verdadeiras. Entretanto, a verdade pode aparecer-nos mais ou menos claramente. Esta é a razão porque o mesmo objeto, que para mim é duvidoso, pode muito bem ser certo para outra pessoa, mas bem dotada em sua inteligência. Convém salientar que a dúvida foi transformada por Descartes em método de conhecimento. É claro que, para a inteligência perfeita – DEUS – toda a verdade é evidente, e neste caso perdem sentido os termos duvidoso e provável.
AS TRÊS ESPÉCIES DE VERDADE: METAFÍSICA, FÍSICA E MORAL
A verdade metafísica não é passível de ser contradita: por exemplo, o todo é maior do que as partes: 2+2=4. Por serem verdades aprendidas pela razão, a evidência e a certeza, que delas procedem, chamam-se racionais ou metafísicas. A certeza metafísica supõe a total impossibilidade da dúvida. Ao afirmar uma verdade metafísica, o espírito sabe que a contraditória é absurda.
A verdade física é contingente, isto é, o predicado sempre combina com o sujeito: o sol ilumina, o leão tem juba. Estas verdades são apreendidas pela experiência; por isso, por sua evidência e certeza, chamam-se verdades físicas.
Finalmente, existem as verdades morais, que independem de leis físicas ou metafísicas, mas dependem da lei psicológica e moral, isto é, de uma lei da natureza humana. Exemplos; O homem tende para a felicidade: ele é feito para a verdade: e está submetido à lei do dever. Como vimos, a definição de verdade é das mais complexas, e cada filósofo a apresenta de maneira diferente. A verdade dos conhecimentos é a base da Filosofia, e a verdade Moral é a base da vida social.
A BUSCA DA VERDADE
Quando o fogo dos desejos está assolando o mundo, não importa saber qual é a composição do universo ou qual é a organização ideal da comunidade humana. O importante é saber como resolver o problema dos nascimentos, da velhice, das doenças e da morte. Os que buscam a verdade não devem esperar que isto seja uma tarefa fácil. Antes de tudo, deve-se ter na mente a natureza básica deste mundo, onde reinam a vida, o sofrimento e a morte. Vida, oh vida ! Para que serves se o ser humano não faz bom uso dos seus conhecimentos? “ O conhecimento da verdade é dado àquele que domina o eu pessoal e as impressões dos sentidos. Aquele que atingiu esse conhecimento e esta sabedoria entra na Paz Suprema, no Nirvana”.
Como ensinaram Buda, Confúcio, Zaratustra, o Amor é a via principal para a iluminação. O Amor é o Alfa e o Ômega da vida. O Homem nasce com o Alfa. O Ômega só é alcançado pelo trabalho difícil, árduo e constante, no seu aperfeiçoamento espiritual.
Para o Maçom, a busca da verdade deve ser constante. É algo que começa com a sua Iniciação, mas que nunca mais acaba, ainda que tenha atingido os mais altos Graus. Através de seus símbolos e alegorias, a Maçonaria ensina que a verdade é um atributo da Divindade, e que só pelo “burilamento” das asperezas do seu caráter, pelo estudo e pela meditação, pelo uso da razão e da moral, o maçom pode alcançar a iluminação e aproximar-se da Grande Verdade, o Grande Arquiteto do Universo.
BIBLIOGRAFIA
1- Ritual do Grau 29 Grande Pontífice de Santa André
2- Comentários sobre Moral e Dogma – Henry C. Clausen 33° Supremo Conselho do Grau 33 do Rito Eescocês Antigo e Aceito da Maçonaria –Jurisdição Sul E.U.A. 1974
3- Kadosh do 19 ao 30 – Rizzardo da Camino- Madras 2007
4- Rito Escocês Antigo e Aceito 1° ao 33° Rizzardo da Camino Madras 2004
5- Bíblia Sagrada Edição Ave Maria 1975
6- Site da WEB sobre -Aristóteles – Kant – Hegel – Confúcio – e A Doutrina de Buda
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