O ponto, pai de todos os símbolos e princípio do Universo.

 

Se procurássemos uma origem comum a todos os símbolos, sem dúvida teríamos que mencionar o Ponto, já que os outros símbolos são compostos por muitos pontos que se agrupam em uma direção ou outra até o primeiro ponto.



No Ponto nascem todos os outros símbolos, tornando-se sua essência interior. O Ponto simboliza o estado limite da abstração do Volume, do Foco, do Centro, do Princípio e do Fim. Por isso designa o poder criador e o fim de todas as coisas.
Tudo começa em um único ponto que só tem uma opção quando está em completa solidão: separar-se em dois. É a ação que nos conta a história da Criação do Gênesis onde Deus divide e estabelece a dualidade: luz e escuridão, as águas acima e as águas abaixo, céu e terra.
Um único ponto tem apenas uma possibilidade dentro das 4 principais operações matemáticas possíveis: somar, subtrair, multiplicar e dividir. E essa possibilidade nada mais é do que dividir em duas partes iguais.




O Ponto é o princípio da extensão e não está sujeito a condições espaciais. Leibnitz destacou o ponto metafísico do ponto espacial e matemático. Nas doutrinas hindu e tibetana, o Ponto chama-se Bindu e representa a primeira gota, o germe a partir do qual tudo se manifesta. Em muitas técnicas de meditação, simboliza o centro da consciência de todas as realidades e possibilidades. Geralmente é representado como o ponto central de um círculo que o contém.



Carl Jung chamou esse minúsculo ponto central de "o símbolo de um misterioso centro criativo da natureza".
Também poderíamos definir o Ponto como. o menor dos sinais visíveis. É sinônimo de brevidade e concentração.
O alquimista Gerard Dorn falou do Ponto como a origem de toda a criação:
"É de um pequeno ponto que a sabedoria de Deus fez a enorme máquina do mundo."
Dorn o definiu nos seguintes termos:
"Nada é mais parecido com Deus do que o Ponto porque não ocupa espaço, não pode ser medido nem apreendido".


O Ponto também está relacionado ao minúsculo grão de uma semente de mostarda que se torna uma grande árvore e que o próprio Jesus comparou ao Reino dos Céus.



O Ponto dá origem a todas as tendências opostas: para cima e para baixo, masculino e feminino, quente e frio, preto e branco,... dualidade.
Mas também é um lugar de reconciliação e calma, pois está no centro de cada explosão da vida.
No simbolismo da Cabala Judaica, o ponto oculto torna-se, quando manifestado, a letra Yod.
No Yantra, o Bindu é o ponto de contato dos dois triângulos opostos no vértice, que representam Shiva e Shakti: é Brahma indiferenciado.



O Ponto é também a letra do monossílabo sagrado OM, é o germe dentro da casca, como o princípio de todos os seres e coisas que nos acompanham neste mundo terreno.
Na arte rupestre é comum encontrar a representação de um ou mais pontos.
Os pontos simbolizam várias características ou fenômenos naturais, como gotas de chuva, estrelas, a luz das estrelas, faíscas de fogo, etc.

Nas pinturas pré-históricas que mostram cenas de caça, os pontos ao redor de um animal passam a representar os próprios caçadores que cercam a presa, conseguem encurralá-la e matá-la.

Outras tradições definem o Ponto como um poderoso centro divino dentro do ser humano. Um grande gnóstico do segundo século, Monomio nos diz sobre esta questão:
"Para buscar Deus, você deve tomar a si mesmo como ponto de partida. Descubra as fontes de tristeza, alegria, amor, ódio, raiva, paixão ou egoísmo. Se você investigar essas perguntas, encontrará as respostas dentro de si mesmo. você mesmo e verá que tudo sairá de um, como aquele pequeno ponto que o representa. Nesse Ponto é onde tudo tem sua origem e onde reside a libertação e o desenvolvimento de cada um."

Tudo começa de um único e pequeno ponto.
Todos os outros símbolos são filhos deste ponto, como faz a própria Mãe Natureza.
E é que a Simbologia não escapa de cumprir a grande máxima:

"Abaixo é como acima, como acima como abaixo"

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