A simbologia maçônica é quase incalculável, afinal a linguagem simbólica é um dos elementos mais importantes para esta ordem. Eles mesmos dizem que “se encontram no nível e se separam no esquadro”, ou seja, se encontram como iguais e se separam com verdadeira amizade.
Os maçons também possuem sinais secretos de reconhecimento, comprimentos, palavras-chave e códigos.
Também usam aventais ricamente decorados em suas cerimônias, junto com medalhas, espadas, faixas e “jóias” que são frequentes agrupamentos complexos de simbologia.
Vários historiadores vinculam a origem da Maçonaria à Ordem dos Pobres Soldados de Cristo e do Templo de Salomão, mais conhecidos como os Cavaleiros Templários.
O fundador da Maçonaria moderna foi William Schaw de Saucie, também nomeado pelo Rei James da Escócia como Mestre de Obras em 1568, para a construção de castelos e palácios.
Sob sua orientação os iniciados na irmandade eram introduzidos a simbologia esotérica, relacionada com as ferramentas e os materiais utilizados na construção.
A simbologia utilizada nos ritos maçônicos são baseados na arte da construção, por sua vez carregados de ensinamentos éticos e morais, ajudando o maçom a desenvolver um relacionamento com Deus, o “Grande Arquiteto do Universo”.
Dentre os principais itens da simbologia maçônica estão:
ESQUADRO E COMPASSO
O esquadro é dentro da simbologia maçônica representante da moralidade, da verdadeira régua do carpinteiro, com uma perna maior do que a outra. Era usada para testar as bordas dos tijolos e das pedras.
Simboliza ainda a retidão limitada por duas linhas: uma horizontal, que representa a trajetória a percorrer na Terra, ou seja, o destino; e a outra vertical, o caminho para cima, dirigindo-se ao Cosmo, ao universo, ao infinito, à Deus. O esquadro simboliza também a carne, o corpo físico.
Já o compasso simboliza, na simbologia maçônica, a virtude, a delimitação de espaços por círculos. Representa o senso da medida das coisas. Significa a Justiça e o Espírito. Também simboliza a relação dos Maçons entre si, e os demais entes. Assim, fixada uma das pontas do compasso, pode por mais ou menos afastamento das pernas, descrever círculos sem conta.
O compasso com as pontas sobre o peito desnudo, sobre o coração do iniciado, busca lembrar a vida profana, na qual não tinha sentimentos e desejos regulados, agora, por esse simbolismo da exatidão, o maçom regula os pensamentos e ações.
Juntos, compasso e esquadro simbolizavam toda a maçonaria, sua filosofia e ensinamentos éticos e morais. A letra G no meio, significa Deus ou a Geometria, já que Deus é o Grande Arquiteto.
Este símbolo composto pode ser visto ainda como uma variação da Estrela de Davi, ou Selo de Salomão, que ainda possui significados no hermetismo e no esoterismo oriental.
A ROSA
Uma cruz sobre uma rosa, evoca os rosa-cruzes e na maçonaria está ligada ao grau rosa-cruz.
ASSINATURA MAÇÔNICA
Quando os mestres-construtores começaram a se organizar, eles começaram a deixar sua marca ou assinatura nos prédios que construíam.
Ao se tornar um aprendiz ou artesão, ele tinha que escolher uma marca que seria sua para sempre e não poderia ser mudada. Era sua marca registrada que era dada num ritual solene com seis mestres maçons-construtores presentes. Findado o ritual, seu nome e sua marca eram registrados em livro.
Essa marca simbolizava caráter, integridade e habilidades.
TRIÂNGULO E CÍRCULO
O triângulo equilátero remete diretamente à Santíssima Trindade, sendo um símbolo da consciência humana e o princípio da harmonia.
A conexão do triângulo com os quatro elementos também aparece na alquimia, em que é utilizado em várias formações para simbolizá-los.
O triângulo invertido está associado à fertilidade feminina.
Apontando para cima o triângulo representa o fogo, a busca espiritual e os órgãos masculinos; para baixo, simboliza a água, a meditação e os órgãos sexuais femininos. Inserido em um círculo simboliza a eternidade.
O círculo é um símbolo profundo encontrado em todas as culturas e por todas as eras.
Ele representa o Sol, o todo, o ser completo, a integridade, a iluminação, o ciclo de vida e renascimento, a roda da vida, a Pedra Filosofal da alquimia.
Por não ter começo nem fim, o círculo é um símbolo universal da eternidade, perfeição, divindade, infinidade e a ordem cósmica final.
OUROBOROS
O Ouroboros é um dos símbolos maçônicos que possui significados diversos em outras associações e linhas esotéricas, estando ligado ao simbolismo do círculo
Na maçonaria, a imagem de uma serpentes mordendo a própria cauda simboliza a eternidade, renovação, amor e sabedoria e pode ser encontrado em fachadas, altares e até mesmo pisos e tetos.
OLHO EM UM TRIÂNGULO
Esse olho que tudo vê representa a introspecção espiritual, alto conhecimento e a habilidade de ver os mistérios ocultos.
Um olho sem a pálpebra simboliza a Divina Essência e o Conhecimento Divino e, posicionado dentro do triângulo , é tanto um símbolo maçom, quanto cristão. Na simbologia cristã ele remete à Santíssima Trindade.
O olho acima do triângulo é um símbolo maçônico para o Deus que tudo sabe.
Esse é um simbolo que tem diversas interpretações, desde o desabrochar da consciência espiritual e a abertura da terceira visão, até mesmo o controle que no levaria à Nova Ordem Mundial.
ESTRELA FLAMEJANTE, SOL E A LUA
A estrela maçônica de cinco pontas deriva do pentagrama de Pitágoras como símbolo de luz, centro místico e expansão do Universo.
Colocado entre o esquadro e o compasso, representa o Céu e a Terra, remetendo à regeneração do indivíduo por meio da iluminação em mundo desconhecido.
Símbolo da perfeição e do princípio divino, no coração do iniciado.
O Testamento Maçônico nos conta que “quando o pentagrama, ou Estrela Flamejante, estava para ser visto no leste, Moisés chamava toda a corte para iniciar novos princípios”, numa clara referência aos Princípios do Tabernáculo, criados por Moisés com o dever de trabalhar incessantemente pela glória de Deus, a honra de seu país e a felicidade de seus irmãos e para oferecer graças e oração à deidade, em vez de sacrifícios de carne e sangue.
Obviamente a Estrela Flamejante aqui relacionada ao pentagrama só pode se referenciar ao planeta Vênus e seu pentáculo.
Existe também o símbolo do SOL FLAMEJANTE , encontrado como elemento decorativo de muitos prédios, representando o Universo e a eternidade.
ESCADA EM CARACOL
Escadas em caracol, conhecidas como cochleus na Maçonaria Escocesa, simbolizam a progressão de iniciado e as paradas que ele deve fazer para refletir sobre o que lhe foi ensinado.
Simbolicamente, a espiral está conectada com o movimento, a energia e o crescimento.
Desde os primórdios ela é o ornamento favorito ligado ao simbolismo do desenvolvimento cíclico, à involução e evolução, ressurreição e renovação, conceitos muito ligados à filosofia maçônica.
Nos tempos antigos acreditava-se que os céus eram alcançados subindo-se uma estrada em espiral que chegava a um círculo de escadas. As almas subiam ao Céu através deste caminho que era espelhado na Terra como um escada em espiral até a montanha sagrada.
Também pode ser encarado como um símbolo de avanço na hierarquia.
A escada do Primeiro Grau possui três degraus que representam: fé, esperança e caridade.
O nível mais avançado tem sete degraus que simbolizam justiça, bondade, fé, trabalho, paciência e inteligência.
Segundo a tradição, os sete degraus correspondem a sete Virtudes: Esperança, Temperança, Amor, Fé, Fortaleza, Justiça e Prudência. Sete também são os degraus da escada de Jacó.
Estes sete degraus também simbolizam os sete graus do iniciado na ordem, sendo três elementares, três filosóficos e um cabalístico, à saber, “Adepto”, “Companheiro”, “Mestre Perfeito”, “Cavaleiro da Cruz”, “Intendente da Caverna Sagrada”, “Cavaleiro do Oriente”, e “Grande Pontífice da Montanha Sagrada”.
JOIAS FIXAS
Na maçonaria americana, o nível, o prumo e o esquadro são conhecidos como as Joias Fixas da Loja.
Eles são colocados em posições especiais dentro do projeto: o esquadro no Leste, o nivelador no Oeste e o prumo no Sul.
No sistema inglês, as Joias Fixas são a pedra rígida, a pedra perfeita e a prancheta.
Essas joias de construção não mais representam construção física e agora são símbolos de nível psicológico e espiritual de crescimento.
A RÉGUA, O MAÇO E O CINZEL
A Régua era usada pelos Maçons operativos para medir e delinear o trabalho, medindo, também, o tempo e o esforço a despender.
Para os maçons especulativos a Régua, assim dividida, ensina a apreciar as 24 horas em que está dividido o dia, induzindo ao seu uso com critério, na meditação, no trabalho e no descanso físico e espiritual. Símbolo da razão e do caráter cognitivo da mente humana. Com esse instrumento o Aprendiz Maçom planeja seu trabalho na Pedra Bruta, em ato racionalizado
O Maço é instrumento importante, símbolo de que a habilidade sem emprego da razão é de pouco valor e que o trabalho é uma obrigação do homem. Inutilmente o coração conceberá e o cérebro projetará se a mão não estiver pronta a executar o trabalho.
O Cinzel, é um instrumento que concede forma e regularidade à massa informe da pedra bruta e pode marcar impressões sobre os mais duros materiais.
Ele simboliza que a educação e a perseverança são necessárias para chegar à perfeição; que o material grosseiro só recebe fino polimento, depois de repetidos esforços e que é unicamente por seu incansável emprego que se adquire o hábito da virtude, a iluminação da inteligência e a purificação da alma.
O Maço e o Cinzel representam a Vontade, a Inteligência e a Razão, que tornam o homem capaz de discernir o Bem do Mal, o Justo do Injusto para fazer se aproximar da realização efetiva destes ideais que necessitamos querer antes de poder, e também para fazer e poder fazer, sendo a vontade a força primária da qual se pode considerar derivados todas as demais forças e, portanto, aquela que deve dominar.
Juntos representam a perfeição latente do Ser Espiritual.
E assim, o maço simboliza a vontade que constitui a primeira condição para qualquer progresso e ao mesmo tempo o meio indispensável para realizá-lo. Com o maço o Aprendiz golpeia simbolicamente a Pedra Bruta, conferindo energia ao seu trabalho.
O GRANDE SELO
O Grande Selo dos Estados Unidos é o emblema sagrado dos antigos iniciados e mostra treze estrelas, que representam os estados originais.
A águia segura um ramo de oliveira com treze folhas e treze grãos, e na outra garra ela segura um grupo de treze flechas que simbolizam o poder da a paz e da guerra investido ao congresso.
A pirâmide alude à força, à duração, e o olho sobre ela à providencia americana.
OS NÚMEROS TRÊS, CINCO, SETE E NOVE
O número três possui um papel interessante na simbologia maçônica, indo além de um simples numeral. Ligado ao triângulo e, por consequência, à Santíssima Trindade, ele expressa todos os aspectos da criação, incluindo o nascimento, a vida e a morte; passado, presente e futuro; assim como mente, corpo e alma.
No ensinamento grego pitagórico, uma influência forte na maçonaria, o número três representa a harmonia perfeita, a união da unidade (um) e a diversidade (dois). Na cabala é o número da luz, o número sagrado.
Já o número cinco, segundo Pitágoras, é o número da humanidade, o corpo humano com seus quatro membros e a cabeça que se encaixa no pentagrama. No caso da maçonaria, a Estrela Flamejante.
O cinco, na simbologia maçônica, também representa ruptura por consistir de duas partes desiguais, além de ser um emblema de saúde e segurança e representa o espírito mais os quatro elementos. Acredita-se ainda que as fadas contavam de cinco em cinco.
O número sete possui um amplo significado na magia e no mistério divino. No Egito Antigo eram sete os deuses de luz, assim como eram sete os deuses de trevas. São sete os nossos chakras principais, há sete galhos para a árvore cósmica do xamã. Para os cristãos, são sete os pecados capitais e as virtudes celestiais.
Também são sete os degraus da escada de Jacó, também sete são os degraus da escada em espiral maçônica, são sete as virtudes maçônicas. Na cabala representa o triunfo do espirito sobre a matéria.
Não podemos nos esquecer que no sétimo dia Deus descansou segundo o simbolismo judaico-cristão
O poder triplo do três é o simbolismo principal do número nove, que também representa a imperfeição dos homens e o coro dos anjos.
O AVENTAL
A mais honrosa insígnia do maçom, o Avental é o emblema do trabalho, indicativo para se meterem sempre ativos e laboriosos.
Sem ele o maçom não pode comparecer às reuniões, bem como também não deve ser usado para visitar uma Loja onde haja um Irmão contra o qual tenha-se animosidades ou com o qual esteja em desarmonia.
Albert Pike estabeleceu que “o Avental é a evidência de vosso direito de sentar-se entre nós…” .
O avental que reveste todo Maçom é um emblema do corpo físico, com o qual os transforma em verdadeiros artistas, oferecendo magistério ou domínio completo sobre o mundo.
BOAZ e JAKIN
A simbologia maçônica traz signos de dualidade, como as colunas Boaz e Jakin, ligadas à mitologia da construção do Templo de Salomão. As duas colunas marcam posições extremas norte-sul por onde passa o Sol nos solstícios à frente do Templo de Javé em Jerusalém.
Além disso, Zoab é a primeira palavra sagrada do aprendiz maçom, essa palavra deriva da Coluna que, colocada no lado norte da porta do Templo de Salomão, significa força moral e apoio.
BAPHOMET
Este símbolo seria um dos grandes legados dos templários para a maçonaria. Ou seja, o significado do bode maçônica estaria ligado ao significado do Baphomet templário.
Os Templários tinham sua base em Jerusalém na gênese da ordem. Sendo assim, outra hipótese seria que Baphomet fosse uma corruptela de Abufihamat, que significaria “Cabeça do Conhecimento”.
Se lembrarmos da acusação impetrada aos Templários de adorar uma cabeça barbada podemos perfeitamente considerar esta hipótese. A barba carrega um simbolismo que remete ao conhecimento.
Enfim, a cabeça barbada, posteriormente associada ao Baphomet, que para os inquisidores nada mais era senão o Diabo, para os cabalistas é a própria figura de Deus e, segundo esta lógica, os Templários estariam cultuando a Energia Vital que dá existência ao universo, o Cristo Cósmico.
Ainda analisando o ídolo templário sob uma ótica cabalista temos que o nome Baphomet, lido ao contrario, como é comum na Cabala, no revela TEM – O – H – P – AB que seriam abreviações para Templi Ommium, Hominium Pacis Abbas, que significaria O Pai do Templo, Paz Universal do Homens, ou seja, o Cristo Cósmico.
Uma outra corrente alquímica associa o Baphomet templário a uma representação alquímica da união do enxofre e do mercúrio filosofal, considerados como elementos masculino e feminino na consecução da Grande Obra.
O que faria todo o sentido para a associação do Baphomet templário a uma imagem de Hermes Trimegisto. Afinal, grande parte da filosofia alquímica vem dos textos herméticos aglutinados hoje em dia no Caibalion.
A ESPADA
Todos os que possuem o Grau de Mestre (ou seja, aquele que já foi iniciado, elevado ao Grau de Companheiro maçom) usam uma espada, suspensa à cintura por cinto de couro preto. A espada é o símbolo da igualdade, da justiça e da honra. Corresponde, na simbologia maçônica à consciência e à presença Divina na construção do Templo.
AR, ÁGUA, FOGO E TERRA
O Ar (símbolo da vitalidade) é o emblema da vida humana em seus tumultos de paixões e dificuldades; os ódios, as traições, as desgraças que ferem o homem virtuoso, em uma palavra, a vida humana na luta dos interesses e das ambições, cheia de embaraços aos nossos intentos.
A água na simbologia maçônica é o signo da pureza da vida na Maçonaria. Nas antigas iniciações a purificação da alma fazia-se pela Água, imagem também do oceano da vida com as furiosas vagas das ilusões.
O fogo na simbologia maçônica representa o batismo da purificação. Purificado pela água, o fogo eliminou as nódoas do vício. As chamas do fogo simbolizam também aspiração, fervor e zelo, um permanente lembrete da aspiração da verdadeira glória, trabalhando ininterruptamente pela causa em que empenha.
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