O Demiurgo na Kabbalah Tradicional
Visto que muitos tem se interessado pelo estudo do Oculto, lembramos e salientamos que existem dois tipos de Ocultistas:
2 - Aquele que Oculta porque não sabe de nada, então "mistifica" tudo para parecer profundo quando na verdade é muito raso.
Nós no Lótus acreditamos ainda que existem dois tipos de Adeptos, os que são Caridosos, ou seja, que entregam as Verdades em seus Textos (nunca entregando A Verdade em bandeja de prata) e aqueles que não são Caridosos, que usam palavras complicadas e rebuscadas para confundir mais do que elucidar, usarão palavras como "Enxofre Arsênicado para a coagulação da Tria Prima nas três etapas do Processo"...
Sendo assim, uns caridosos e ocultistas o fazem velando o símbolo, e outros que não entendem o que estão falando apenas recitam fórmulas para mistificar.
Para a Kabbalah não é diferente, sendo ela um dos pilares mais antigos do Ocultismo, gostariam alguns de pensar que os Hebreus eram os que melhor a conheciam, mas vemos que na Época de Rabi Yeshua (Jesus) os melhores Kabbalistas estavam na Pérsia, no Egito e em Qu'ram (Essênios) e não em Jerusalém.
A Kabbalah fala também sobre esse "Deus Menor", mas em símbolos mais justificados e alinhados com o Caminho do Meio, o Fio da Navalha, a Kabbalah não é religiosa e também não é Idólatra, para ela Existe Apenas HaShem, que em hebraico significa: "O Nome", pois de forma que ninguém conhece a Natureza do Eterno, não se pode dar a Ele nome algum, pois o nome está ligado ao conhecimento da Natureza do Nomeado.
A Árvore Sephirótica assim como os 4 mundos da criação que nela estão escondidos trazem para nós características sobre o "Demiurgo", vamos vê-las? Tentaremos ser os mais Caridosos Possível:
No Topo da Árvore nós Veremos 3 semicírculos, que trarão os nomes:
Ain
Ain Soph
Ain Soph Aur
Ain no hebraico é negativo e não significa apenas um Não, mas tem a conotação de não existir, quando lhe perguntam por exemplo se você tem um carro e você não tem, você responderá "Não existe um carro para mim"...
Logo, vemos ai o contexto do D'us Imanifesto, está na Não Existência.
Então o Ain Soph será traduzido como Luz Infinita (Contudo, luz em hebraico é Ohr, e não Soph) Aqui nós vemos então, que o Ain Soph é A Não existência que Passa a ser.
E o Ain Soph Aur é o nome da Não Existência que Agora existe.
Antes de dar forma a qualquer coisa D'us era Perfeito em Si mesmo.
Aqui o Mundo de Representação é Atziluth (Esfera que se traduzirá como o Mundo da Emanação) é daqui que sairá O Eterno para suas menores partes, é daqui que tudo Emana, onde tudo é mantido, a Fonte.
Logo abaixo desses 3 semicírculos, nós temos Kether, a Coroa, aqui está o TetraGramaton (Yod He Vav He) e claro, Elohim (Forças não Sexuadas ou ainda, hermafroditas).
Veremos no Bereshit (Gênesis) que é Elohim quem cria os homens e o mundo, a mando do D'us deste Estado.
Aqui a esfera kabbalista será B'riah, que significa (Mundo da Criação).
É nesse momento que Elohim dirá:
"Veja agora o homem é como nós, conhecedor do bem e do mal"...
Percebe-se então a apropriação utilizada pelos Ocultistas sobre as Potências Criadoras, contudo para a Kabbalah, D'us, nesse Estado de Kether continua sendo D'us, contudo, menor...
Por exemplo, quando no livro de Daniel ele vê D'us em seu trono ele não está vendo HaShem, mas o D'us daquele lugar (Por favor não pensem de forma Idólatra, D'us é o Mesmo em Todos, mas em expressões menores e Alegóricas)...
Muito bem, então o próximo estado das Esferas Cabalistas, está o Mundo de Yetzirah, o Mundo da Formatação, onde as coisas ganham forma, ganham estrutura e por fim vamos a Asiah, que é o Mundo Denso, o Mundo Físico...
Dentro destes mundos estão as energias pensadas pelos mestres nos Contadores da Árvore, Energias que vem do Próprio Eterno, sendo filtradas e Equilibradas...
Logo, HaShem, O Eterno está em todas as partes da Criação mas após Kether não podemos sequer imaginar O Que Seja HaShem, na Sua Magnitude e Perfeição, mente humana nenhuma pode entender o que Seja o Eterno, o Infinito no qual todos os infinitos existem, esse, ninguém jamais viu, nem Moshê, nem Rabi Yeshua, nem Eliahu, nem profeta algum...
Então, esse "D'us menor", que é representado ora como Adonai, ora como Elohim, ora como Yod He Vav He, é parte Geometrizante do Próprio Eterno, a parte dele que estando próximo da matéria pode criar Tudo...
Não é algo Terrível para a Kabbalah, mas é a Única Condição para a Existência de algo no Eterno que não seja o Próprio Eterno em Conhecimento Total de Si Mesmo, a única forma de Ser O Doador Eterno e Perfeito, tendo Amor a Criação, é Diminuir-se a Si Mesmo e Ocultar-se...
Baruch HaShem por isso!
Sabendo disso, ainda creem os irmãos que existe para o Eterno, o Ain Soph Aur, um inimigo diametral?
Shalom Lekulam, Shalom Tzadikim
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