A Escada de Jacó no Simbolismo Adonhiranita

 


Os 13 degraus

1o – A Fé
2º –  A Perseverança
3º – A esperança
4º – A Integridade Moral
5º – A Lealdade
6º – A Justiça
7º – A Tolerância
8º – A Prudência
9º – A Temperança
10º – A Serenidade
11º – A Fortaleza da Alma
12º – A Caridade
13º – A Humildade

Foi o Barão Tschoudy, nobre francês, quem fundou o Rito Adonhiramita homenagem a Adoniram (que significa Consagrado pelo Senhor) e exerceu as funções de intendente do Rei Salomão. Adoniram chefiou os homens mandados ao Líbano a fim de cortar madeira – o famoso cedro – para a construção do Templo.

Rito fundamentalmente   teísta, o Adonhiramita tem em seu ritual grande beleza litúrgica, muito próxima  da religião cristã em um Deus onipotente, onisciente e onipresente  ultrapassa o sentido convencional de Grande Arquiteto do Universo, do Rito Moderno, por exemplo, para dotá-lo de atributos de Ser que criou e domina os mundos, governando e dirigindo conforme sua vontade e decisão em concepção quase religiosa.

No 1o Grau, o de Aprendiz, no decorrer de uma Seção econômica, são vários  os referenciais  católicos: 
a) - a abertura do Livro da Lei, A Bíblia, em S. João, I:6-9  “ Houve um homem  “ENVIADO  POR DEUS“ ; 
b) - declarações de abertura e fechamento da Loja invocando o nome de Deus; 
c) - oração ao final da Sessão;
d) - oração na reanimação da Chama Sagrada e seu Adormecimento. 


Estes procedimentos  estão impregnados do mais puro e elevado teísmo, ou seja, o Rito Adonhiramita é um Rito Teísta.

E nessa gama de elementos  esotéricos surge, em sua plenitude simbólica, como ponto importante da estrutura do Rito, a Escada de Jacó.

Conta a narrativa bíblica (Gênesis XXVIII 10 A 18), que Jacó partira de Berseba, por ordem de seu pai Isaac, para uma cidade vizinha onde deveria tomar por esposa uma das filhas de seu tio Labão. A certa altura da jornada, como se fizera noite, deitou-se Jacó, colocando uma pedra sob sua cabaça e adormecendo teve um sonho no qual viu “ posta na terra uma escada cujo topo atingia o céu; e os anjos de Deus subiam e desciam por ela “(GÊNESIS XXVIII, 12).

Como sabemos, a Maçonaria Especulativa buscou  na Bíblia a base de quase todos os seus ornamentos, símbolos e nomenclatura.

Dos graus básicos até os graus filosóficos e capitulares.

No Rito Adonhiramita, Teísta por excelência, esta adoção atingiu níveis de solenidade religiosa. A Escada de Jacó entrou para o simbolismo  maçônico no transcurso do século XVIII e os diversos autores consultados divergem sobre uma data específica, ou mesmo o ano em que tenha aparecido  figurando entre as Colunas representativas das Ordens de Arquitetura nos primeiros painéis pintados.

Convém recordar que anteriormente os painéis eram desenhados no chão , a carvão  e depois apagados com água e sabão.

Desde então a alegoria  bíblica firmou-se como importante e fundamental, pois dentro da visão maçônica (e em especial) Adonhiramita) , representa, através de seus degraus, o conceito de “cavar masmorras  ao vício e submeter as paixões“, procurando a evolução e praticando as virtudes. Enfim, como definimos , fazemos progressos em Maçonaria e recebendo aumentos de salário.

Quem era o Jacó Homem?  
Por todas as ações e atitudes, um falso, um mentiroso, hipócrita, desleal, o primeiro estelionatário dos tempos bíblicos que enganou o Irmão, ludibriou o Pai, comprando ao primeiro o direito  à primogenitura por um prato de lentilhas e ao pai Isaac se disfarçando para receber a bênção  que o elegia herdeiro de todos os bens. 
Na concepção Adonhiramita, Jacó é o profano imperfeito, pedra a ser trabalhada e a escada a difícil jornada a ser percorrida em busca da perfeição, do desenvolvimento espiritual, representando, também, a escalada ascensional na Sublime Instituição, conquistando graus  e paulatinamente ir subindo os degraus de uma escada que, por sua vez, não tem  e nunca terá fim. Como na Maçonaria tudo é simbólico e na vida humana tudo é limitado, o correto é assinalar que o Oriente Eterno está mais próximo que o topo da Escada. 

O ideal é chegar ao fim terreno tendo subido muitos degraus...

Dentro da simbologia maçônica, a Escada de Jacó sempre foi  representada pôr uma variável quantidade de degraus, 3,5,7,13,15 etc. com número ímpar. 

Os valores ímpares são considerados positivos  por todos os estudiosos. Somente o número ímpar de degraus dá, ao caminhante que inicia seu primeiro passo com um pé, a possibilidade de atingir o último degrau com o mesmo pé.

Sob a visão Adonhiramita é comum dizer-se ao Iniciado que ele “subiu o primeiro degrau da Escada de Jacó” e que cada grau conquistado á mais um degrau galgado. 
Assim, pode-se perfeitamente estabelecer uma relação entre degraus/graus para o Rito Adonhiramita, uma ESCADA COM 13 DEGRAUS.

As virtudes encerradas nos degraus são: 
as Teologias – FÉ, ESPERANÇA e CARIDADE; 
as virtudes Cardeais – TEMPERANÇA, JUSTIÇA, FORÇA  e PRUDÊNCIA  e 
as virtudes Adonhiramitas – TOLERÂNCIA, LEALDADE, SERENIDADE, INTEGRIDADE MORAL, PERSERVERANÇA e HUMILDADE.

E estas virtudes se ordenam da seguinte forma na Escada de Jacó: 
1o degrau representa a FÉ, indispensável ao Iniciado; 
2o degrau representa a PERSEVERANÇA, essencial ao Companheiro; 
3o degrau representa  a ESPERANÇA do Mestre no reencontro da Palavra Perdida; 
4º degrau  representa a INTEGRIDADE MORAL, característica de um Mestre Perfeito; 
5o degrau representa a LEALDADE, demonstrada pelo Eleito dos Nove; 
6º degrau representa a JUSTIÇA , qualidade praticada pelo Eleito de Perignam; 
7o degrau  representa as TOLERÂNCIA, inerente ao Terceiro Eleito; 
8º degrau representa a PRUDÊNCIA, necessária a todo Aprendiz Escocês;
9º degrau representa a TEMPERANÇA, adquirida pelo Comp.’. Escocês; 
10o grau representa a SERENIDADE, espelho de um Mestre Escocês; 
11o. degrau representa as FORTALEZA D’ ALMA, apanágio do Cavaleiro do Oriente ou da Espada; 
12o degrau representa a CARIDADE que o cavaleiro Rosa Cruz deve praticar; 
13º degrau representa a HUMILDADE, marca registrada de todo homem sábio que têm consciência do caminho da Perfeição.

Os que foram chamados para a tarefa maçônica são os eleitos. 
Entre muitos, entre milhões, algumas centenas de milhares têm o privilegio de usar o avental em nossos templos  e são iniciados  em nossos augustos mistérios. 

Creio até que não veremos  o advento de uma humanidade Justa e Perfeita, mas o nosso exemplo  vingará. 

O que pensamos, o que fazemos, o que escrevemos, nossa conduta será o ideário  do amanhã, de nações que terão como primado a crença no G.’.  A.’. D.’. U.’. e a Justiça Social.

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