A PERCEPÇÃO ERRADA DA MORTE

 

A PERCEPÇÃO ERRADA DA MORTE
Como é dito: «Os homúnculos intelectuais erradamente chamados homens desejam apenas libertar-se da morte, mas não sabem se libertar da vida».
"Conforme o tempo da existência passa, quando se procura e se percebe hipotéticos flashes da verdade, vai-se acrescentando a evidência do fato certo da finitude do nosso organismo físico, da nossa personalidade: da morte. E o humanóide, a todo custo, deseja sobreviver, mas concentra o seu objetivo na sobrevivência do organismo físico e da mente.
Quando cometemos esse erro, esquecemos esta sábia máxima do Avatara: «Vana coisa é a morte do corpo físico; o importante é a destruição total de mim mesmo».
Pelo contrário, quando se compreende corretamente esta certeza axiomática, longe de conduzir ao desânimo, antes chega a revelar tudo o extraordinário, o profundamente misterioso, o recôndito, o acentuadamente mágico que acontece durante a nossa existência diária.
Assim, se consegue valorizar, numa nova dimensão, todas as bênçãos, que podem bem ser elevadas à categoria de milagres, que compõem a nossa existência como indivíduos, colocados em toda a magnificência da Criação.
Por conseguinte, essa nova percepção aplica-se, além disso, a tudo o que diz respeito à mesma humanidade, ao nosso Planeta, à própria Criação.

Assim se consegue sentir e saborear, sob uma nova escala de valores, o maravilhoso dom da vida.
E descobre-se que a mal chamada morte (do corpo) nada mais é do que o trânsito (da Alma) desde o temporal (terra) até o eterno (estados internos de Consciência).
Diz o Mestre: «É preciso estudar o ritual da vida e da morte enquanto chega o Oficiante (o SER)».
À medida que esta predisposição se vai instalando e fortalecendo gradualmente as angústias e os dramas existenciais vão cedendo protagonismo à serenidade, à paz interior, à absoluta e inabalável confiança na Providência Divina.
Tendo em conta tudo o que precede, cabe, pois, sentirmo-nos absolutamente protegidos pelo Senhor e decidir-nos a dar o primeiro passo.
Dito nos nossos termos: romper com a “doença do amanhã”.
Diz um aforismo que «a importância do primeiro passo é o acerto da sua orientação e não a distância percorrida». Mostrar a coragem de dar esse primeiro passo significa reconhecer nossa miséria interior, renunciar à soberba e compreender que nunca teremos todas as certezas necessárias.
Não haverá lugar, portanto, para nenhum planeamento determinado pela nossa pessoa, atitude tão tradicional em nós que sempre nos conduziu ao fracasso.
Pelo contrário, compreendendo que a nós nada nos compete, e todas as vicissitudes e penas serão aliviadas pelo PAI que, unicamente, exige tempera da Alma para procurá-lo com firmeza, paciência e esperança.
Eis o que revela o mistério da vida e da morte: «Não há ressurreição sem morte, nem amanhecer algum na natureza nem no homem sem que lhe precedam as trevas, tristezas e atónicas noturnas que tornam a sua Luz mais adorável».

É urgente, muito urgente, aumentar e assentar, a prática no nosso trabalho INTERNO, de modo que transformemos constantemente a nossa própria existência num sentido e sagrado ritual devocional.

E esta sugestão deve ser aplicada, muito especialmente, à meditação, a viver na memória do SER para ser digno de receber sua Santa Graça. "

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