A verdadeira missão fim de um verdadeiro mestre

 

Se a iniciação enseja emancipação, independência, liberdade, então, por que os mestres se acostumaram a acumular discípulos?
E o que seria desses mestres sem os seus discípulos?
Já fizeram a si essa singela pergunta?
Bem. A solução para essa questão não está na "função de mestre", mas na sua verdadeira intenção como mestre.
Tão logo, o mestre que se viciou em acumular discípulo para ensinar os seus dogmas, em verdade ele jamais se tornou num mestre, mas um ególatra, aquele que se não tivesse discipulo, também não teria motivos para continuar no caminho.
Quantos e quantos mestres nós encontramos hoje na internet sedentos por mais e mais discípulos?
E pasmem que isto o que hoje ocorre não distoa daquilo que deverá acontecer, isto é, um período no qual mais discípulos serão emancipados à mestres.
O novo Eon é sim um período no qual deverá surgir um maior número de mestres, porém verdadeiros mestres, não falsos profetas, que não transmitem os ensinamentos que libertem os seus discípulos, mas ao contrário, espalham os seus dogmas por toda a parte para escravizar e aprisionar ainda mais os seus seguidores.

Sem estes discípulos, tais mestres não saberiam o que fazer, doravante.
Falaremos da verdadeira maestria, aquela em que o mestre retransmite seus conhecimentos emancipadores, para que seus discípulos também se tornem mestres, não dos seus dogmas, mas cada qual da sua própria verdade.
O verdadeiro mestre, antes de ser mestre de outrem, ele é mestre de si, do seu próprio caminho, sendo que, mesmo sem discípulos, ele sabe para onde ir, ele sabe para qual destino caminhar.
Compreendendo isto, um verdadeiro mestre que tem discípulos, ele não depende da posse de discípulos para ser considerado mestre, mas ao contrário, possuir discípulos o torna novamente aprendiz, pois quem ensina também está a aprender, e neste caso aprende duas vezes.
Poucos sabem que o símbolo iniciático da maestria é o sacrifício.
Logo, ao contrário dos falsos mestres, o verdadeiro mestre não quer discípulos, mas ao contrário, ele quer apenas continuar a caminhar, livre, ao lado de outros mestres. Porém, por juramento, o mestre deve sacrificar-se caso no seu caminho surja um discípulo preparado clamando pelo seu saber, pois quando há um discípulo preparado será quando o mestre deverá se apresentar.
Portanto, não queira ser mestre dos outros, mas busque ser mestre de si, jamais se abdicando de sacrificar a sua iniciação para guiar novos neóphitos à emancipação, pois este sacrifício será o maior sinal da sua maestria.

E quando seus discípulos se tornarem também mestres, será então o momento de continuar a sua caminhada, não mais sozinho, mas acompanhado, não dos seus discípulos, mas dos novos mestres que doravante serão os seus parceiros de senda, caminhando lado a lado.
E essa é a verdadeira missão fim de um verdadeiro mestre.

Reflitam profundamente sobre tudo o que leu.
Há muito saber oculto nas entrelinhas.



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