CARIDADE....que andemos segundo os seus mandamentos.
Este é o mandamento, como já desde o princípio ouvistes; que andeis nele. João. (II João, 6.)
Em todos os lugares e situações da vida, a caridade será sempre a fonte divina das bênçãos do Senhor.
Quem dá o pão ao faminto, a água ao sedento, remédio ao enfermo e luz ao ignorante, está colaborando na edificação do Reino Divino, em qualquer setor da existência ou da fé religiosa a que foi chamado.
A voz compassiva e fraternal que ilumina o espírito é irmã das mãos que alimentam o corpo.
Assistência, medicação e ensinamento constituem modalidades santas da caridade generosa que executa os programas do bem.
São vestiduras diferentes de uma virtude única. Conjugam-se e completam-se num todo nobre e digno.
Ninguém pode assistir a outrem, com eficiência, se não procurou a edificação de si mesmo; ninguém medicará, com proveito, se não adquiriu o espírito de boa vontade para com os que necessitam, e ninguém ensinará, com segurança, se não possui a seu favor os atos de amor ao próximo, no que se refira à compreensão e ao auxílio fraternal.
Em razão disso, as menores manifestações de caridade, nascidas da sincera disposição de servir com o Mestre, são atividades sagradas e indiscutíveis.
Em todos os lugares, serão sempre sublimes luzes da fraternidade, disseminando alegria, esperança, gratidão, conforto e intercessões benditas.
Antes, porém, da caridade que se manifesta exteriormente nos variados setores da vida, pratiquemos a caridade essencial, sem o que não poderemos efetuar a edificação e a redenção de nós mesmos.
Trata-se da caridade de pensarmos, falarmos e agirmos, segundo os ensinamentos do
Divino Mestre, no Evangelho. É a caridade de vivermos verdadeiramente nele para que Ele viva em nós.
Sem este, poderemos levar a efeito grandes serviços externos, alcançar intercessões valiosas, em nosso benefício, espalhar notáveis obras de pedra, mas, dentro de nós mesmos, nos instantes de supremo testemunho na fé, estaremos vazios e desolados, na condição de mendigos de luz.
EMMANUEL-XICO XAVIER.
pobreza, nos nossos dias, decorre de diversos factores, tais como o desemprego e a privação de recursos alimentares e habitacionais. Mas o agravamento da crise económica atingiu os “novos pobres”, nomeadamente muitas pessoas e famílias da classe média que deixaram de conseguir fazer face às despesas do seu agregado familiar e, hoje, passam por uma situação de “fome envergonhada”.
ResponderExcluirNuma sociedade cada vez mais universal, torna-se necessário implementar políticas e medidas que visem a correcção das assimetrias e a promoção da inclusão social. Neste contexto, para além da intervenção do Estado é, também, fundamental a participação activa da sociedade civil, com a intervenção directa da comunidade e o seu envolvimento na prossecução das finalidades das políticas sociais.
Todos nós podemos e devemos ser parte na solução, desenvolvendo esforços para a construção de uma sociedade mais solidária, próxima e inclusiva, envolvendo os carenciados e os excluídos, alargando, desta forma, a cidadania social.
Infelizmente, o elevado nível de desigualdades sociais parece nunca ter sido encarado como o alvo primordial das políticas públicas, assistindo-se a um crescimento praticamente descontrolado da pobreza e da exclusão social.
ResponderExcluirPor isso, é indispensável aprofundar o conhecimento dos diversos factores que contribuem para o aumento das situações de pobreza e de exclusão social, monitorizando e adequando permanentemente as medidas sociais, através do acompanhamento local e de proximidade das situações de vulnerabilidade.
O papel do Estado (e do poder local) é, assim, fundamental no combate à pobreza e à exclusão social, quer seja através de uma intervenção directa, quer seja em regime de solidariedade ou subsidiariedade, isto é, através da atribuição de competências às entidades particulares e aos organismos públicos que trabalham no domínio da acção social.
As políticas sociais têm de ter como base a implementação de medidas que visem eliminar as dificuldades no acesso a recursos, direitos e serviços, causada, entre outros factores, pela deficiência das redes de equipamentos sociais, pela degradação do parque habitacional e pelas assimetrias territoriais.
O estímulo da intervenção social e o aumento da capacitação das organizações locais é fundamental para o sucesso de um plano de intervenção social, sendo essencial dar enfoque à promoção do associativismo local e de novos espaços de solidariedade, permitindo, também, que os destinatários possam participar activa e afectivamente nos projectos.
ResponderExcluirAo nível local é urgente promover a implementação de um plano de desenvolvimento social forte, coeso e objectivo, através da definição criteriosa de objectivos e estratégias operacionais, sem descurar os indicadores de uma permanente avaliação das orientações e da execução do plano social.
Para alcançar estes intentos, é fundamental identificar e compreender os principais problemas e constrangimentos locais, situá-los no contexto socioeconómico local e regional e analisar a sua evolução ao longo do tempo. Só desta forma se consegue implementar e promover uma política social que seja, efetivamente, um eixo estratégico para o futuro da comunidade local, assente nos princípios da integração, articulação, participação, inovação e igualdade de género.
Outro sector fundamental é o da saúde, no âmbito do qual é evidente a necessidade de melhoria das condições de acessibilidade, equidade, qualidade de atendimento e eficiência dos serviços. O acento tónico deve ser colocado no reforço da articulação ente as várias respostas existentes, dos programas de apoio domiciliário, dos serviços de proximidade e da respectiva divulgação junto da comunidade.
ResponderExcluirNaturalmente um plano de desenvolvimento social local deve contemplar outros eixos prioritários, como sejam a educação e formação, a segurança, a igualdade de oportunidade para o género, as crianças e jovens, as pessoas idosas, com deficiência ou incapacidades, os sem-abrigo, os imigrantes e as minorias étnicas.
Um plano de desenvolvimento social que tenha em conta as questões supra referidas, consubstanciará um grande passo para a atenuação da pobreza e da exclusão social. Para que esta luta tenha o sucesso desejado, também é indispensável mobilizar cada vez mais recursos, tanto materiais como humanos.
É fundamental incentivar a participação motivada e empenhada de toda a comunidade.
Perante a realidade actual, é fundamental reconhecer e assumir que a pobreza e a exclusão social estão presentes no nosso dia-a-dia. Com base nessa realidade, chegou a altura de encarar novas reformas que promovam a solidariedade, fomentem a equidade e reforcem a coesão social, sem descurar a necessidade de prosseguir dinâmicas de auscultação e participação, com a promoção contínua de práticas de partilha, de cooperação e de compromisso.
ResponderExcluirInfelizmente, a pobreza e a exclusão social, em vez de regredir, estão cada vez mais, e mais depressa, a progredir. Não podemos ficar indiferentes a esta evidência, pois a indiferença torna-a tolerável. Impõe-se, por isso, que as políticas sociais seja eficazes e baseadas na realidade social, para que, com empenho e com a sensibilidade de toda a comunidade, possamos lutar, em conjunto, contra a pobreza e a exclusão social.