Equécrates pede notícias a Fédon sobre os últimos dias de Sócrates. Fédon explica que um atraso ocorreu entre o julgamento e a morte, e descreve a cena em uma prisão em Atenas no final do dia, nomeando os presentes.
Ele conta como visitou Sócrates no início da manhã com os outros.
A esposa de Sócrates, Xantipe, estava lá, mas estava muito angustiada e Sócrates pediu que ela se recolhesse. Sócrates relata que por causa de um sonho recorrente ele fora ordenado a "fazer e cultivar a música", então escreveu um hino e, em seguida, começa a escrever poesias com base em fábulas de Esopo.
Neste diálogo, Sócrates discute a natureza da vida após a morte em seu último dia antes de ser executado bebendo cicuta.
Sócrates foi preso e condenado à morte por um júri ateniense por não acreditar nos deuses do Estado e de supostamente corromper a juventude da cidade.
O diálogo é contado a partir da perspectiva de um dos alunos de Sócrates, Fédon de Élis.
Tendo estado presente no leito de morte de Sócrates, Fédon relata o diálogo desde aquele dia para Equécrates, um filósofo de Pitágoras.
Ao envolver-se na dialética com um grupo de amigos de Sócrates, incluindo os tebanos Cebes e Símias, Sócrates explora vários argumentos a favor da imortalidade da alma, a fim de mostrar que existe vida após a morte e que a alma vai existir depois dela.
Fédon conta que, após a discussão, ele e os outros ficaram lá para testemunhar a morte de Sócrates.
Na ocasião de sua morte, segundo Fédon, estavam Apolodoro, Critobulo e seu pai, Hermógenes, Epígenes, Ésquines, Antístenes, Ctesipo de Peânia, Menexeno, Símias o Tebano, Cebes, Fedondes, Euclides e Terpsião, além de outros. Segundo Fédon, Platão se encontrava doente.
O mais importante a se lembrar, antes de iniciar a leitura do diálogo, é que este é um diálogo que não pertence à "fase socrática" de Platão, (divisão utilizada por alguns Filósofos).
Sendo assim, ele estaria apenas usando a imagem do mestre para "divulgar" seu próprio projeto filosófico. Isto pode ser confirmado em determinadas passagens, como por exemplo, naquela onde Cebes comenta: "(…) Como o que costumas dizer amiúde : aprender nada mais é que recordar". Este trecho mostra claramente a ideia de Platão acerca do mundo das ideias, sua máxima teoria.
Platão recebeu uma influência muito forte da religião Órfica, que cria na alma e reencarnação.
O diálogo Fédon é uma máxima desta influência, onde Platão faz o primeiro postulado acerca da alma.
O diálogo "Fédon", já da maturidade de Platão, ocorre na época posterior ao julgamento de Sócrates, e anterior à sua execução com a cicuta.
Seus discípulos o cercam nesses últimos instantes de vida, sofrendo muito, parecendo por todo o tempo não entender a mensagem principal de Sócrates: que a morte é uma escolha, já em vida, de quem é filósofo: "o exercício próprio dos filósofos não é precisamente libertar a alma e afastá-la do corpo?".
Para Platão, o corpo, ao mesmo tempo em que pode atrapalhar o pensamento filosófico, como distração dos sentidos, também está ligado a esse pensar.
Há uma interdependência e uma diferença entre os planos da percepção e da inteligibilidade.
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