Divindade, na Bíblia, é um atributo exclusivo do Deus único e verdadeiro que, em grego, língua original do Novo Testamento, é “Theos”.
Já Jesus Cristo em grego é “Logos”, em latim “Verbum”, e em português “Verbo”, palavra, discurso, razão.
Eu me preocupo com a correção e a clareza dos textos que escrevo, dispensando, porém, os adornos literários. Lamentavelmente, muitos teólogos escrevem propositadamente seus textos em um estilo empolado, exatamente para que deixem os leitores em dúvidas. É que, às vezes, nem eles mesmos acreditam muito no que escrevem.
“Logos”, na mitologia grega, significa também demiurgo, que quer dizer intermediário entre Deus e os homens. E o erudito autor do Quarto Evangelho, são João Evangelista, não ignorava que “Logos” significava também demiurgo. Hoje, há biblistas que têm dúvidas sobre se é mesmo desse evangelista a autoria do Quarto Evangelho.
Mas qualquer que seja o autor, ele era realmente muito erudito para não saber que “Logos” significava também demiurgo.
E comparemos demiurgo com o que diz Paulo: “Pois existe um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens: o homem Cristo Jesus...” (1 Timóteo 2: 5).
Esse texto paulino deixa bem claro que Deus é um só, o Pai, e que Jesus, por ser um homem muito especial, é o único intermediário entre Deus e nós
Tenho dito muito, e repito-o, que Jesus e até nós também somos deuses, mas relativos (Salmo 82: 6; e João 10: 34), e que Deus absoluto é só mesmo um, ou seja, Aquele que Jesus nos ensinou a chamarmo-Lo de seu Pai e Pai também de todos nós.
Diz-nos são Tomás de Aquino que todos os seres são contingentes (vindos de outros seres) e que Deus é o único Ser incontingente (que não vem de outro ser).
O ensino espírita é semelhante ao desse grande filósofo e santo, pois diz que Deus é a causa primeira de todas as coisas e a Inteligência Suprema.
E vamos ao ensino bíblico do próprio Jesus: “O Pai é maior do que eu” (João 14: 28). Falando com um jovem: “Por que me chamas bom? Bom é só Deus” (Marcos 10: 18).
E, na sua primeira Ressurreição ou primeira aparição a Maria Madalena: “Subo para meu Pai e vosso Pai, para meu Deus e vosso Deus” (João 20: 17).
Entre as verdades bíblicas e as “verdades” criadas pelos teólogos, as bíblicas são as verdadeiras.
Aliás, as outras “verdades” viraram dogmas ou crenças obrigatórias, justamente porque são polêmicas, e são polêmicas exatamente porque não estão de acordo com a Bíblia.
E esse é o maior problema do cristianismo, problema esse que jamais será solucionado com medidas do tipo de novos métodos de evangelização, que seriam como que analgésicos, que tiram a dor, mas não curam, porque não eliminam as causas.
Sem querer agredir a Igreja, que é a Mãe das igrejas cristãs, ela é a que mais tem que se reformar, corrigindo seus erros doutrinários como, aliás, ela, por outras vezes, já o fez.
E sei que muitos teólogos desejariam falar também, de público, essas coisas que digo, mas não o fazem, porque não podem, e por isso, até gostam deste blog!
O Verbo era Deus (relativo) e estava com Deus (absoluto), pois o Verbo não era e não é a Divindade, e estava e está com Deus, a Divindade!
A Encarnação do Verbo é, portanto, o profundíssimo mistério cristão daquele dia supremo em que a Virgem concebeu e gestou Aquele que a gerou, tornando-se Mãe daquele que a criou; Ele, que, como explica São Paulo, mesmo “ sendo de condição divina, não se prevaleceu de sua igualdade com Deus, mas aniquilou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e tornando-se igual aos homens ” (Fl 2,6-7).
ResponderExcluirÉ este movimento divino de encarnar-se, denominado “ kenose ” pela teologia, o imenso e imponderável mistério que celebramos toda vez que rezamos o ângelus ou o credo.