A Astrologia na Maçonaria

Maçonaria e Programação Neurolinguística

Colunas Zodiacais (Rito Escocês Antigo e Aceito)

Os Signos Zodiacais, assim como todos os mitos solares e agrários da Antiguidade, representam a morte e o renascimento anual da Natureza. Por isso, eles simbolizam o iniciado, desde que, como candidato, ele é encerrado na Câmara de Reflexão* – representado por Áries, passo inicial da renovação da natureza pelo Fogo, simbolizando o Fogo Interno, o ardor do candidato à procura da Luz – até o ápice de sua caminhada maçônica, quando recebe o Grau de Mestre – representado por Peixes, a total renovação da Natureza, a volta do Sol e da vida, pronto para mais um ciclo. 

Os Signos relacionados com o Grau de Aprendiz são: Áries, Touro, Gêmeos, Câncer, Leão e Virgem. Simbolizam solidez, força, a ligação entre a terra e o céu. Os atuais Templos Maçônicos (Rito Escocês Antigo e Aceito) têm Doze Colunas que correspondem aos Signos do Zodíaco, e podem ser consideradas a base mental da Loja.

As Colunas, nos antigos cultos de fertilidade, podem aparecer como representação do órgão sexual masculino.

*A palavra V.I.T.R.I.O.L., sigla formada pelas palavras da máxima hermética de origem alquímica “Visita Interiore Terrae Rectificandoque Invenies Ocultum Lapidem”. Segundo o Ir. José Castellani, a tradução para o português seria, visita o interior da terra e seguindo em linha reta, em profundidade, encontrarás a pedra oculta. Já segundo o Ir\Rubens Augusto Vieira, a tradução seria, visita o interior da terra e, retificando, encontrarás a pedra oculta. Ambos embora com palavras diferentes, concordam que a “pedra oculta” seria a “pedra filosofal”, que transmutaria os metais inferiores em ouro, mas a frase representa, também, a procura do “eu” interior, do mais recôndito valor espiritual do Homem.

colunas gregas

Colunas Gregas

A Coluna simboliza limites, pois possui um eixo ou centro. As Três Colunas, das três ordens arquitetônicas gregas (Dórica, Jônica e Coríntia) são as que, simbolicamente, sustentam a Loja de Aprendiz, sendo, por isso, assimiladas ao Venerável Mestre e aos dois Vigilantes. Três das principais Colunas são representadas pelo Venerável Mestre e pelos Primeiro e Segundo Vigilantes. 

Há outra Coluna, totalmente invisível, que se eleva do Altar até o Grande Arquiteto do Universo. 

As Colunas colocadas na entrada da Loja representam as Colunas de Salomão: “Jaquim” (“ele firmará” – pilar da direita – tem esse nome por causa do sumo sacerdote que realizou a sagração dessa seção no Templo de Salomão) e “Booz” (“nele está a força” – pilar da esquerda – é assim denominado por causa de Booz, o bisavô de Davi, rei de Israel), construídas por Hiram Abiff. A unificação desses dois pilares representa “estabilidade”. 

A Coluna Dórica, a mais forte, sem base e com um capitel (cabeça da coluna) simples, mas de alta plasticidade é a personificação da Força do homem, sendo, por isso, assimilada pelo Primeiro Vigilante, responsável pela Coluna da Força. 

Coluna Jônica, mais esbelta, com uma base e um capitel trabalhados, com quatro voltas é a representação da Sabedoria, sendo, portanto, assimilada pelo Venerável Mestre, personificação da Sabedoria. 

A Coluna Coríntia, com um capitel de maior sutileza plástica é a representação da Beleza, sendo assimilada pelo Segundo Vigilante, responsável pela Coluna da Beleza;

Rito Escocês Antigo e Aceito

Este Rito é uma das cerimônias mais difundidas na Maçonaria atualmente. É composto por Trinta e Três Graus. Ele foi formado ou extraído do Rito de Perfeição ou Rito de Heredon, que contava Vinte e Cinco Graus. 

A constituição dos Altos Graus é atribuída ao pensador escocês Andrew Michael Ramsay (1686-1743), sendo a base do Rito Escocês Antigo e Aceito. 

Ramsay protagonizou a criação deste Rito em solo francês, ocasião em que proferiu dois discursos de grande repercussão a respeito do assunto.

“Antigo”: porque é ex-operativo. “Aceito”: por serem seus membros aceitos ou iniciados, sem serem construtores.

A origem do Rito Escocês Antigo e Aceito é razão de muitas discussões.

Ao contrário do que se acredita, o Rito Escocês nada tem a ver com a Escócia, pois na época do aparecimento deste Rito, as Lojas da Escócia trabalhavam no Rito “Emulation Rite”. 

O Rito de York é praticado nos EUA. O “Emulation Rite” é praticado na Inglaterra e na Comunidade Britânica, como em toda a Grã-Bretanha.

O Rito Escocês surgiu na França, depois de lá ter sido introduzida a Maçonaria Inglesa, do Rito de “Emulation Rite”.

No final do século XVII, vários maçons escoceses fugiram para a França, em virtude de acontecimentos e convulsões sociais, que aconteceram nas Ilhas Britânicas. O tipo de cerimonial que praticavam ficou marcado como Ritual dos Escoceses ou Rito Escocês.

Foi a partir de 1732 que a primeira Loja desses maçons escoceses “Scottish Chalé” passou a funcionar em Bordeaux, um dos centros maçônicos mais antigos e influentes na França.

Hermetismo

Desde a Pré-História, o homem sempre teve a necessidade de desenvolver uma cultura mística. O medo do desconhecido e a necessidade de dar sentido ao mundo que o cercava, levaram o homem primitivo a criar sistemas de crenças e rituais “mágicos”. 

O homem buscava o significado dos fenômenos da Natureza e de sua própria existência.

O Período Pré-Histórico é o considerado sem documentação escrita. A Pré-História divide-se em Idade da Pedra, do Bronze e do Ferro. A Idade da Pedra divide-se em dois períodos: Paleolítico ou Idade da Pedra Lascada, e Neolítico ou Idade da Pedra Polida.

O Período Paleolítico, a etapa mais antiga da Pré-História, começou há cerca de dois milhões de anos e terminou há cerca de dez mil anos. Nessa época ocorreu uma importante evolução física entre os hominídeos: surgiram os primeiros homens modernos, isto é, os da espécie “homo sapiens” – evolução física acompanhada de evolução cultural correspondente ao tamanho de seus cérebros.

O Período Paleolítico ou da Pedra Lascada, divide-se em três etapas: Inferior, Médio e Superior. Seu desenvolvimento está ligado às quatro fases da Era Glacial, separadas por intervalos de clima temperado conhecidos como eras inter-glaciais.

No Paleolítico o homem divinizava as forças da Natureza.

Uma descoberta primordial do Período Paleolítico foi o fogo – depois disso, o homem passou a assar a carne e a cozinhar vegetais. 

Junto ao fogo os grupos de hominídeos se reuniam, protegiam-se do frio, dos ataques de predadores, e através da linguagem, desenvolviam suas crenças. Com a utilização do fogo, o ser humano, passou a ter mais controle em relação ao que acontecia à sua volta.

O homem chega ao Período Neolítico com maior desenvolvimento físico, intelectual e espiritual, como comprovam achados fósseis. 

Desenvolvia sua inteligência, sua linguagem verbal e a linguagem simbólica. Também adorava deusas que representavam a fecundidade, pois uma das principais preocupações do homem primitivo era a preservação da espécie.

No Neolítico o homem continuou divinizando as forças da Natureza, e muito provavelmente acreditava na vida após a morte, pela maneira como enterrava seus mortos: debaixo de grandes lajes de pedra suspensas, com suas roupas, armas, enfeites e oferendas.

O homem é o único animal com percepção clara da inevitabilidade de sua morte. 

A capacidade de prever (que aconteceu com a evolução dos lobos pré-frontais) teve como consequência a consciência da morte.  Essas cerimônias fúnebres que incluíam o sepultamento de alimentos e utensílios com o falecido sugerem não apenas a consciência da morte, mas também uma cerimônia ritual já desenvolvida para manter o morto na vida além da vida.

Com o tempo houve uma evolução e, à medida que o homem passou a organizar sua existência numa base mais racional, sentiu a necessidade de ir além das relações com as forças que povoavam o Universo: passou também a temer as ações do “ser superior” que “criara” todo aquele Universo. 

Assim nasceram as religiões – as religiões consistem em um corpo organizado de crenças que ultrapassa a realidade da ordem natural e tem por objeto o sagrado ou “sobrenatural”.

Hermes é um dos doze deuses do Olimpo, mensageiro dos deuses, correspondente ao deus Mercúrio dos romanos, filho de Zeus com Maia, uma das plêiades, filhas do gigante Atlas. Hermes criou a lira, cujo som encantou o deus Apolo, que trocou seu rebanho e o caduceu (bastão com duas cobras entrelaçadas e duas asas na parte superior) por ela. Ganhou também, de Apolo, o dom da profecia, obtido em troca da Flauta de Pã. Era protetor dos pastores e seus rebanhos, dos cavalos e animais selvagens. Mais tarde tornou-se deus dos viajantes, dos comerciantes e dos ladrões.

O Hermetismo baseia-se na figura de Hermes Trismegisto, que combinava aspectos do deus Hermes com os do deus egípcio Thot (deus da sabedoria, representado com a cabeça de íbis).

Maçonaria e Astrologia

Astrologia pode ser definida como um sistema simbólico que relaciona o macrocosmo (os Planetas) e o microcosmo (o indivíduo na Terra).

Os fenômenos da Natureza e os astros (Sol, Lua, Estrelas), sempre exerceram curiosidade, atração e respeito no homem primitivo. Os hominídeos do Paleolítico divinizavam as forças da Natureza. No período Neolítico, além da Natureza, os hominídeos criaram novos deuses, sempre relacionados ao universo que os envolvia. Com o advento da agricultura (cerca de dez mil anos atrás), o homem percebeu que a vida das plantas obedecia a um determinado ciclo, comandada pelos astros, no céu, e que havia um momento propício para arar, semear e colher. Eis aí, o nascedouro da Astrologia. Porém, há registros das fases da Lua inscritas em ossos, quinze mil anos atrás, na Mesopotâmia (terra entre os rios Tigre e Eufrates).

O estudo dos astros pode ter se iniciado na Mesopotâmia. A Caldéia era uma região ao sul da Mesopotâmia, principalmente na margem oriental do rio Eufrates, mas muitas vezes o termo é usado para se referir a toda a planície mesopotâmica. A Astrologia, possivelmente, teve origem na antiga Caldéia. Com seus conhecimentos astronômicos, os caldeus conheciam os planetas até Saturno. Conheciam muito bem as fases da Lua, prevendo com precisão os eclipses. Foram eles que, criaram os Doze Signos do Zodíaco. Os caldeus perceberam que determinadas épocas ou signos produziam certos traços de caráter, e com isso criaram toda a base da simbologia que hoje é a Astrologia.

A civilização mesopotâmica nasceu há cerca de quatro mil anos a.C. com o povo ubaida. Depois vieram os sumérios, com a escrita cuneiforme. Em 1350 a.C., tem início o Império Assírio, que controla a antiga Pérsia, Síria, Palestina e Egito. Os sumérios criaram o sistema sexagesimal que, facilitou operações matemáticas e o desenvolvimento da astronomia. Os egípcios adotaram esse sistema e, construíram obras arquitetônicas alinhadas às estrelas fixas, com precisão.

Por todos os séculos seguintes, os povos que viveram entre os rios Tigre e o Eufrates continuaram a registrar suas observações do céu.

Com a dominação do rei Ciro II da Pérsia, a região estabiliza-se. Os persas, no contato com os astrólogos da Mesopotâmia, introduziram a matemática no cálculo astronômico e astrológico – há um grande avanço com a regularização dos calendários, como consequência de um entendimento maior dos ciclos celestes.

Depois que Alexandre, O Grande, conquistou o Egito (331 a.C.), houve um destaque na historia da Astrologia. O período alexandrino foi rico na produção intelectual.

O avanço das tropas de Alexandre, fez com que o idioma grego se espalhasse como língua cultural. Assim, os métodos babilônicos anexados à Astrologia egípcia, puderam chegar, em idioma grego, à Índia. Mesmo após a dominação romana, a cultura era helenista.

Data do primeiro século d.C. o mais longo tratado astrológico – o autor é Doroteu de Sidon e o trabalho é o “Pentateuco”, um longo poema astrológico em cinco livros.

O imperador romano Adriano (117 d.C.) foi considerado o patrono da Astrologia e seu mapa natal chegou até nossos dias.

Cláudio Ptolomeu (100-170 d.C.?), egípcio de nascimento, cidadão romano e que escrevia em grego, foi o organizador de uma corrente representativa do conhecimento astrológico – escreveu o “Almagesto”.

No final do século II d.C., Antióquio de Atenas compila textos de astrólogos anteriores – uma das partes é o “Thesaurus”.

Em 313 d.C., o cristianismo torna-se a religião oficial, mas o paganismo ainda é tolerado.

Em 410 d.C., Roma caiu, com a chegada dos visigodos. Em 476 d.C. o Império Romano do Ocidente chegava ao fim.

A primeira fase do Império Bizantino vai de 324 a 640 d.C.

Os dias gloriosos da Astrologia terminaram oficialmente, em 357 d.C., com Constâncio.

Próximo ao ano 227, a região do atual Irã foi tomada pelos exércitos sassâmidas do persa Adachir I, que transformou o Zoroastrismo em religião do estado.

A Astrologia árabe foi uma extensão da tradição Astrológica grega e recebeu influências da Astrologia hindu.

Após a dominação árabe, a maior parte dos textos de astrologia persa foi destruída.

Na Idade Média os astrólogos eram chamados “mathematici”, pois a Astrologia era a aplicação mais importante da matemática. A prática da medicina era baseada na determinação astrológica do tratamento adequado, portanto os médicos também eram matemáticos Tycho Brahe. A Astrologia e a Astronomia eram, de início, um mesmo estudo. Tycho Brahe, por exemplo, nascido em 1546, era médico e astrônomo em Copenhague, mas também astrólogo do rei da Hungria.

A Astrologia era respeitada e, somente criticada por fatores intercorrentes: Dante Alighieri (maçom) expõe ao ridículo, no Inferno da “Divina Comédia”, os astrólogos Guido Bonatti (conselheiro de Guido de Médici) e Michael Scott, mas por  misturarem necromancia à Astrologia, abusando dos conhecimentos obtidos. Cecco d’Ascoli, professor de astrologia em Bolonha, foi queimado vivo na fogueira em 1327 não por ser astrólogo, mas por suas opiniões consideradas heréticas.

O Renascimento trouxe uma difusão da Astrologia, apoiada inclusive pelo papado.

Na Maçonaria, a presença da Astrologia é patente. Um exemplo são as Doze Colunas do Templo (Rito Escocês Antigo e Aceito), que correspondem aos Signos do Zodíaco. O Zodíaco é uma faixa celeste imaginária, que se estende entre oito a nove graus em cada lado da eclíptica e   que com esta coincide. Eclíptica é o caminho que o Sol, do ponto de vista da Terra, parece percorrer anualmente no céu. Essa faixa foi dividida em doze casas de trinta graus cada uma, e o Sol parece se mover um grau por dia.  Os Planetas conhecidos na Antiguidade (Mercúrio à Saturno) também faziam parte do Zodíaco, pois suas órbitas se colocavam no mesmo plano da órbita da Terra.  O Zodíaco então é dividido em Doze Signos, que são percorridos pelo Sol, uma vez por ano. Os Signos representam o aprendizado percorrido pelo maçom, desde sua iniciação na Ordem até o Grau de Mestre Maçom.

Nos Templos, (Rito Escocês Antigo e Aceito), cada uma das Doze Colunas, que representa uma das Constelações Zodiacais, sustenta simbolicamente a calota celeste e representa um mês do ano maçônico.

As Doze Colunas Zodiacais estão situadas no Ocidente, estando seis no lado Norte, onde têm assento os Aprendizes, e seis no lado sul, onde têm assento os Companheiros.

De um modo geral, essas Colunas simbolizam o caminho iniciático do Aprendiz, Companheiro e Mestre, resumido pelo “desbastamento da pedra bruta”, ou seja, o seu aperfeiçoamento moral e espiritual. As seis Colunas que estão no Norte, relacionam-se a essa caminhada do Aprendiz.

O início do aprendizado começa na Cerimônia de Iniciação, isto é, “a abertura da porta que autoriza o começo das passadas”.

Se olharmos horizontalmente para o céu no equador celeste, o limite do Universo são as Constelações. As Doze Colunas transmitem a ideia de que as leis do Universo chegam até nós pelo que representam os Signos Zodiacais e as Constelações.

Outro exemplo são as três colunas gregas Dórica, Jônica e Coríntia, que representam a Força, a Sabedoria e a Beleza correspondem a Ares (ou Hércules), Minerva e Vênus.

Os quatro elementos: Terra, Água, Ar e Fogo, que formam toda a Criação na Astrologia, fazem parte da simbologia maçônica.

The Masonic zodiacal symbol on the facade of the Library of Congress in Washington DC

Alguns autores traçam um paralelo entre os Três Graus Simbólicos e os Signos: Aprendiz: Áries, Touro, Gêmeos, Câncer, Leão e Virgem; Companheiro: Libra; Mestre: Escorpião, Sagitário, Capricórnio, Aquário e Peixes.

O maçom, em seu caminho iniciático, pode percorrer e aprender com as características de cada Signo do Zodíaco:

Áries: representado por Marte e pelo Fogo – é o fogo interior, a força que estimula o crescimento e o desenvolvimento;

Touro: representado por Vênus e pelo elemento Terra – é a matéria, na qual se dá a fecundação, a elaboração interior;

Gêmeos: representado por Mercúrio e pelo Ar – é a criatividade, a versatilidade, a engenhosidade e a vitalidade criadora;

Câncer: representado pela Lua e pela Água – é o aprendizado em relação à tenacidade e a cautela;

Leão: representado pelo Sol e pelo Fogo – é o emprego da razão com base crítica;

Virgem: representado por Mercúrio e pelo elemento Terra – é o emprego do espírito analítico;

Libra: representado por Vênus e o Ar – simboliza o equilíbrio entre os dois pólos, que são a construção e a destruição;

Escorpião: representado por Marte e a Água – simboliza emoções e sentimentos como o rancor e a obstinação;

Sagitário: representado por Júpiter e pelo Fogo – simboliza a mente aberta e o julgamento crítico;

Capricórnio: representado por Saturno e pelo elemento Terra – simboliza determinação e perseverança;

Aquário: representado por Saturno e pelo Ar – simboliza o sentimento humanitário e solidariedade;

Peixes: representado por Júpiter e pela Água – simboliza o desprendimento das coisas materiais.

O iniciante maçom, também pode observar como aprendizado, as características de cada Planeta:

Sol: Regente do signo de Leão. Simboliza a vida, marca o signo do nascimento. Símbolo de autoridade, de poder, de orgulho e de desenvolvimento.

Lua: Regente do signo de Câncer. Tal como o Sol, representa a vitalidade física e o grau de evolução, principalmente na área psíquica.

Mercúrio: Regente dos signos de Gêmeos e Virgem. Na mitologia grega e romana, Mercúrio é o mensageiro dos deuses do Olimpo. É o planeta da inteligência, da adaptabilidade, regendo a vida mental. Mercúrio marca a adolescência do ser humano.

Vênus: Regente dos signos de Touro e Libra. Vênus era a deusa do amor, da beleza e das artes.

Marte: Regente dos signos de Áries e Escorpião. Deus da guerra, Marte simboliza a energia, a vontade de empreender, a coragem, a ação, que pode chegar à violência. Potencial de agressividade, sobre o espírito de conquista. Rege a indústria, o fogo, o ferro.

Júpiter: Regente do signo de Sagitário (e, secundariamente, Peixes).  Pai e soberano dos deuses do Olimpo, Júpiter reina sobre as leis e a religião. É o planeta da autoridade, do êxito social e das honras, da burguesia. Com Mercúrio partilha o domínio sobre a razão e sobre o intelecto. Júpiter marca a idade madura do ser humano.

Saturno: Regente do signo de Capricórnio. Deus do Tempo, Saturno marca a velhice do indivíduo. Representa a paciência, a prudência, a meditação, espírito cientifico, e a solidão. Desempenha um papel na doença, na fatalidade, na ruína, no isolamento. Num sentido positivo, Saturno apoia os esforços de longa duração, o trabalho obstinado, a capacidade de organização.

Seguem-se os planetas de descoberta recente:

Urano: Regente do signo de Aquário. A descoberta deste planeta, no final do século XVIII, coincide com vários fatos históricos que perturbaram o mundo: Revolução Francesa, Guerra da Independência nos Estados Unidos, inicio da Revolução Industrial, etc. Urano é o planeta de todas as mudanças. Rege o progresso, as invenções, as reformas, as ciências.

Netuno: Regente do signo de Peixes. Deus dos oceanos, Netuno é o planeta das águas, das viagens marítimas, dos lugares aquáticos e simboliza o que é vago, impreciso. A sua ação tanto se exerce nas grandes correntes de pensamento, nas reformas, como também no caos e na anarquia.

Plutão: Regente do signo de Escorpião. Descoberto em 1930, Plutão é o planeta mais afastado do nosso sistema solar pelo menos, segundo os conhecimentos atuais. Plutão assinala as metamorfoses profundas e representa as forças psíquicas, misteriosas e violentas. É um fator de destruição e de possível regeneração.

Os signos zodiacais relacionados com o Grau de Aprendiz Maçom são: ÁriesTouroGêmeosCâncerLeão e Virgem. O signo zodiacal relacionado com o Grau de Companheiro é Libra; e os inerentes ao Grau de Mestre Maçom são os signos de EscorpiãoSagitárioCapricórnioAquário e Peixes. Acompanhe cada um da sua representatividade:

Coluna nº 1: Áries, localizada junto à coluna do Norte, corresponde à cabeça e ao cérebro do homem e representa Benjamim e como faculdade intelectual, a vontade ativa gerada pelo cérebro. Corresponde ao planeta Marte e ao elemento fogo, representando no aprendiz o fogo interno, o ardor encontrado no Candidato à procura de Luz.

Coluna nº 2: Touro, localizada junto á coluna do Norte, corresponde ao pescoço e à garganta. É Issachar por representar a natureza pronta para fecundação, simboliza que o candidato, depois de ser adequadamente preparado, foi admitido nas provas de iniciação. Corresponde ao planeta Vênus e ao elemento Terra.

Coluna nº 3: Gêmeos, localizada junto á coluna do Norte, corresponde aos braços e às mãos, são os irmãos Simeão e Levi, como faculdade intelectual é a união da intuição com a razão. Corresponde ao planeta Mercúrio e ao elemento Ar. Representa a terra já fecundada pelo fogo, á vitalidade criadora, simboliza o recebimento da luz pelo candidato.

Coluna nº 4: Câncer: localizada junto à coluna do Norte, representa o nascimento da vegetação, a seiva da vida, simboliza a instrução do iniciado e a absorção por parte dele, dos conhecimentos iniciáticos da Maçonaria. Corresponde aos órgãos vitais respiratórios e digestivos. É Zabulão, como faculdade intelectual representa o equilíbrio entre o material e o intelectual. Corresponde a Lua e ao elemento Água.

Coluna nº 5: Leão, localizada junto ao Oriente, corresponde ao coração, centro vital da vida física; é Judá. Como faculdade intelectual, os anelos do coração, pois se pensava ser ele o órgão do intelecto. Corresponde ao Sol e ao elemento fogo, é para o Aprendiz a luz que vem do Oriente, é o calor dos Irmãos dentro da Loja. É o emprego da razão a serviço da crítica, é a seleção de conhecimento.

Coluna nº 6: Virgem, localizada junto ao Oriente; corresponde ao complexo solar que assimila e distribui as funções no organismo. É Ascher. Como faculdade intelectual exprime a realização das esperanças. Corresponde ao planeta Mercúrio e ao elemento Terra. Representa, para o Aprendiz, o aperfeiçoamento, quando já pode se dedicar ao desbastamento da Pedra Bruta.

Coluna nº 7: Libra, localizada junto à coluna do Sul, caracterizada por Vênus corresponde ao elemento ar e se refere ao grau de Companheiro Maçom. Simboliza o equilíbrio entre as forças construtivas e destrutivas.

Coluna nº 8: Escorpião, localizada junto à coluna do Sul, caracterizada por Marte e pelo elemento água. A partir dessa coluna até a coluna de Peixes, todas se referem ao grau de Mestre Maçom. Essa coluna representa as emoções e sentimentos poderosos, rancor e obstinação e a constante batalha contra as imperfeições.

Coluna nº 9: Sagitário, localizada junto à coluna do Sul. Caracterizada por Júpiter e pelo elemento fogo. Representa a mente aberta e o julgamento crítico.

Coluna nº 10: Capricórnio, localizada junto à coluna do Sul, caracterizada por Saturno e pelo elemento Terra. Simboliza a determinação e a perseverança.

Coluna nº 11: Aquário, localizada na coluna do Sul, caracterizada por Saturno e pelo elemento Ar. Representa o sentimento humanitário e prestativo.

Coluna nº 12: Peixes, localizada na coluna do Sul, caracterizada por Júpiter e pela Água. Simboliza o desprendimento das coisas materiais.


A Astrologia e os Símbolos Zodiacais

Rito Adonhiramita

No início da Idade Média, os teólogos enfrentavam o problema de classificar a astrologia como ciência legítima, ou como arte divinatória proibida, cabendo a Santo Alberto Magno (1200-1280) separar a astrologia de suas associações pagãs, percebendo o seu valor teológico e afirmando que, embora as estrelas não pudessem influenciar a alma humana, elas, certamente, poderiam influenciar o corpo e a vontade dos homens. São Tomás de Aquino, considerado o maior dos teólogos cristãos, consolidou a obra de Alberto, tornando-a aceitável como assunto digno de estudo e afirmando que, na sua visão do universo, podia ser tomada como uma complementação da doutrina cristã; foi graças a essa maneira peculiar de encarar as coisas que nenhum astrólogo foi queimado nas fogueiras do “Santo Ofício”, como aconteceu com alquimistas, templários, rosacruzes, maçons, etc.

Pode-se imaginar que tudo começou em tempos imemoriais, quando o homem, em vigília a zelar pelos rebanhos, observava os corpos celestes no firmamento intrigando-se com os seus regulares movimentos. Percebeu então que lenta e regularmente os astros mudavam de posição em relação ao nascer do Sol, e que depois de determinado tempo voltavam com absoluta regularidade ao mesmo ponto no firmamento.

Não pode deixar de observar, outrossim, que o nascimento helíaco de certos grupos de estrelas se repetia em períodos coincidentes com determinados acontecimentos ânuos importantes de sua vida, como o nascimento de crias nos rebanhos, a recorrência regular de épocas de chuva, a germinação de culturas sazonais, e outros fatos de sua vida repetitiva de pastor-agricultor.

Quando um determinado grupo de estrelas precedia o nascer do Sol era hora de plantar, ou era hora de transferir os rebanhos para outras pastagens, ou era hora de tosquia, ou era hora de colher, ou era tempo de cio entre os animais e era preciso acasalá-los, ou vinha o tempo de nascimentos em sua família.

Recorrer ao nascimento helíaco como ponto de referência foi um passo inicial importante, foi a descoberta de um referencial, foi o início da marcação e medição do tempo.

Nascimento helíaco de um astro é o seu aparecimento logo acima do horizonte imediatamente antes do nascer do Sol.

Assim os grupos de estrelas referenciais de tempo foram recebendo nomes tirados da vida quotidiana daqueles primeiros astrônomos. Esses nomes nada tinham a ver com a formação característica dos conjuntos estelares. Eram simples nomes apenas, nada relacionados com poderes mágicos e premonições.

Os Signos e as Construções

Os templos de estilo gótico construídos na Idade Média revelam toda a magia dos ocultistas e sociedades secretas da época.

Se a busca dos idealizadores do gótico ainda permanece um enigma, o estudo da origem da expressão ‘arte gótica’ apenas reforça a ideia de que sua inspiração é totalmente mística.

Estudos etimológicos remetem às palavras gregas goés-goéts, de bruxo, bruxaria, que sugere a ideia de uma arte mágica. O alquimista Fulcanelli prefere associar ‘arte gótica’ a argot, que significa idioma particular, oculto, uma espécie de cabala falada, cujos praticantes seriam os argotiers (ar góticos), descendentes dos argonautas.

No mito grego de Jasão, eles dirigiam o navio Argos, viajando em busca do Tosão de Ouro. Jasão teria sido um grande mestre, que iniciava seus discípulos nos mistérios egípcios, inclusive na geometria sagrada, que é uma das chaves da arquitetura gótica. Prova dessa herança egípcia está no fato de os construtores góticos disporem os símbolos que aparecem nos entalhes, nas estátuas, nos medalhões e vitrais de maneira que obedeçam sempre a uma sequência que torna inevitável a associação de uns com os outros. Trata-se de um recurso egípcio de memorização que permite a apreensão de um grande número de informações, pois somos, sem perceber, levados a relacionar cada coisa ao local onde ela se encontra.

Talvez seja esse o motivo pelo qual muitas vezes o zodíaco está representado dentro das catedrais fora de sua ordem convencional. Longe de ser aleatório, esse desmembramento está relacionado ao sentido mais esotérico de cada signo, como se vê a seguir:

Áries:  Geralmente sua figura é a de um carneiro, que simboliza o início do caminho na buscada elevação espiritual.

Touro: Representado pelo próprio Touro, às vezes está associado ao evangelista Lucas; às vezes a Cristo. Simboliza a vida na matéria.

Gêmeos: Sua representação usual é de duas figuras humanas abraçadas, que expressam a capacidade de elevar espiritualmente o próximo por meio da transmissão de conhecimentos. Em Chartres, este signo aparece junto a uma das portas e mostra dois cavaleiros atrás de um grande escudo.

Câncer: Na forma de um caranguejo ou de um lagostim, costuma estar próximo da pia batismal, junto da imagem do arcanjo Gabriel. Com certeza, trata-se de uma influência da Cabala, que associa a Lua, regente de Câncer, a Gabriel, o emissário do nascimento. A intenção é mostrar que, por meio do batismo (ritual iniciático), o homem pode se religar às esferas espirituais das quais se origina.

Leão: Com a mesma representação de hoje, é emblema do evangelista Marcos, a quem emprestaria seus atributos de persistência e força de vontade na busca da espiritualização.

Virgem: Algumas vezes aparece como uma jovem segurando uma espiga de milho. Mas pode também estar representado por uma estátua da própria Virgem Maria, com uma estrela na cabeça. É um dos signos mais ricos de significados nas igrejas góticas, uma vez que a maioria delas foi dedicada justamente à mãe de Cristo. Em Amiens, por exemplo, ela se encontra em duas árvores. Na iconografia cristã, uma delas representaria a árvore pela qual a humanidade caiu – numa referência ao mito de Eva e da serpente tentadora enroscada numa árvore –  enquanto a outra remete à cruz de Cristo, pela qual a humanidade foi redimida.

Libra: Quase sempre aparece como uma mulher segurando uma balança desproporcionalmente grande, no interior da qual há uma pessoa envolta num halo de luz. Seria um lembrete para o homem de que ele também faz parte do divino.

Escorpião:  Sua imagem pode ser traduzida por uma águia (símbolo de elevação espiritual) e representa o evangelista João. Ou, então, aparece como um escorpião mesmo, já com um sentido de regressão espiritual. Só que, como não havia escorpiões na Europa, muitas das suas representações têm pouquíssimo a ver com a realidade. Em ambas as formas, o signo está localizado aonde a luz do sol chega por último.

Sagitário: Este signo costuma ser representado por um centauro prestes a disparar a sua flecha. Na catedral de Amiens, porém, ele aparece na forma de um sátiro. Mas ambos traduzem a luta que o homem precisa travar para vencer sua natureza material, a fim de ascender a planos mais elevados.

Capricórnio: Meio cabra, meio peixe, este signo indica as posições que o homem tem de enfrentar em busca de espiritualização.

Aquário: Representado por um homem segurando um livro ou um pergaminho, foi adotado como emblema do próprio cristianismo e do evangelho de Mateus. Esotericamente seria o ar cósmico que permeia todas as formas de vida.

Peixes: Rico em significados esotéricos aparece normalmente como dois peixes unidos por um cordão, nadando em direção opostas. O cordão seria o fio de prata que une o corpo e a alma durante a vida, mas que se rompe na morte. Um dos peixes corresponde, portanto, ao espírito, que permanece acima do plano físico, enquanto o outro, a alma, seria um intermediário direto com a matéria.

Os Símbolos Zodiacais e o Desenvolvimento Humano

Os símbolos são instrumentos que resumem o saber e facilitam o acesso ao conhecer. A fé é apenas o saber que se aceitou sem conhecer.

Se considerarmos a evolução do ser humano, muito provavelmente possamos aceitar que primeiramente houve símbolos, antes ainda da língua falada e escrita e, portanto a fé nos antigos símbolos pode ser tomada como a alavanca de todo o conhecimento humano até hoje.

De acordo com os astrônomos, umas 4.000 estrelas podem ser percebidas à vista desarmada, numa noite serena. É de se supor que um bom observador lá nos primórdios da civilização, após associar o aparecimento repetitivo dos astros com acontecimentos ânuos importantes, tenha criado e utilizado símbolos zodiacais como fonte de poder sobre sua comunidade. Desde sempre houve pretensos videntes ou adivinhos que se valiam da ingenuidade humana para utilizá-la a favor de suas artes divinatórias. Criaram-se desta forma, mitos, religiões, submissão, revolta e obviamente curiosidade, o que levou outros seres humanos a estudar o assunto e transformar o saber em conhecimento.

Em seu livro Eram os Deuses Astronautas Erich Von Daniken escreve: “O número aproximado de estrelas, somente em nossa Via Láctea, sobe a trinta bilhões. A suposição de que nossa galáxia contém, pelo menos, dezoito bilhões de sistemas planetários, é admitida pelos astrônomos da atualidade. Se tentarmos reduzir essas cifras, tanto quanto possível, e imaginarmos que as distâncias no interior de sistemas planetários são reguladas de tal modo que somente num caso entre cem existe planeta em órbita na ecosfera (região onde não existe a presença de seres vivos) de seu próprio sol, tudo isso ainda deixará 180 milhões de planetas capazes de manter a vida. Se, em prosseguimento, somente num deles, em cada centena, o potencial vitalizante haja sido aproveitado, ainda teremos 1,8 milhões de planetas com seres vivos. Admitamos, para concluir, que num só planeta, entre cem com seres vivos, existam criaturas com grau de inteligência semelhante ao Homo sapiens. 

Pois esta última conjectura ainda garante para nossa Via Láctea o enorme número de 18.000 planetas com vida inteligente semelhante à nossa.”

Pode-se dizer, portanto, que o desenvolvimento humano esteve e ainda esta muito ligado ao estudo dos astros e, portanto aos primitivos Símbolos Zodiacais.

Conclusão

Para a realização de sua própria iniciação, que há de levá-lo ao caminho do Conhecimento, o Maçom vale-se de elementos colhidas por toda parte, bebendo nas mesmas fontes que dessedentaram as religiões e as sociedades iniciáticas do passado e alimentando-se de todo o conhecimento científico do presente. E firmando um pé na tradição, que lhe transmite os valores espirituais, e outro na Ciência, que o mantém no caminho do progresso, consegue o Maçom o equilíbrio perfeito, aquele mesmo equilíbrio que sustenta os corpos celestes no cosmos.

Pelo método iniciático, o Maçom distingue-se culturalmente dos outros homens. Não conhece nem pode conhecer a satisfação espiritual e intelectual, pois ele sabe que a verdade de hoje pode não ser a verdade de amanhã. Pesquisador eterno, o Maçom faz jus à denominação de Filho da Luz.



Maçonaria e Astrologia

José Castellani

Introdução

A Astrologia era na antiguidade considerada a chave de todas as ciências humanas e naturais e não é de duvidar que algum dia descubra, inúmeras razões para que volte a ocupar esta posição. A Astrologia teve sua origem, por volta do ano 3000 a.C., provavelmente na cidade de “Ur”, supostamente a pátria de Abraão, fundada no 4º milênio a.C., por um povo do norte da mesopotâmia, os Sumérios. Este povo tinha um grande interesse pela observação do céu. Para os Sumérios, este parecia uma grande abóbada de veludo negro onde as estrelas estavam fixas como enfeites de brilhantes. Notaram, entretanto que além do Sol e da Lua, cinco estrelas apresentavam um movimento mais rápido que as outras; eram os planetas: Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno.

Mais tarde foram os Caldeus que introduziram a astrologia como hoje é conhecida. As estrelas foram agrupadas em constelações, para servirem como marcadores do movimento dos planetas. O Zodíaco, ou o Caminho de Anu, era a rota seguida no céu pelo Sol, Lua e planetas, sempre pela mesma massa de estrelas, as Constelações Zodiacais.

A divisão do Zodíaco em doze partes talvez tenha vindo da divisão em doze partes de duas horas cada uma do dia dos Caldeus.

A maçonaria, com seus templos onde sempre são representados os signos do zodíaco e a abóbada celeste, sempre serviram de veículo para a difusão de ensinamentos da Astrologia e, com certeza, foram em lojas que a Astrologia deve ter primeiro florescido em nosso país, em especial no Rio de Janeiro.

A Interpretação Astrológica

A Igualdade é o símbolo de Libra ou Balança. Este signo é o símbolo universal do equilíbrio, da legalidade e da justiça, concretizado pelo senso da diplomacia e da cortesia. Libra significa, em última análise, um caráter afável, um sentido de justiça, harmonia e sociabilidade, que são todos atributos da igualdade.

A Fraternidade é perfeitamente ilustrada pelo signo de Gêmeos em sua dualidade, que são os míticos Castor e Pólux, cada um desempenhando seu papel sem nenhuma proeminência sobre o outro. O signo de Gêmeos é dual, porque simboliza o momento em que a força criativa de Áries e Touro dividem-se em duas correntes: uma tem sentido ascensional, espiritual, e a outra é descendente, no sentido da multiplicidade das formas e do mundo fenomênico. Considere-se, também que face a Gêmeos está Sagitário, governado por Júpiter Zeus, Deus do qual todos os homens emanam, o que os faz irmãos uns dos outros, com cada um procurando-o, à sua maneira.

A Liberdade é apanágio de Aquário, simbolizado por Ganimedes, pelo anjo derramando sobre a humanidade o cântaro do saber; saber que, se for bem utilizado pode ser um meio de acesso à liberdade, com a condição de que aceite a superioridade do iniciado. Só o iniciado, o sábio, poderá reconhecer os limites além dos quais não poderá ir, pois esta é a maneira dele chegar ao conhecimento dos mistérios divinos. Essa ligação com o divino, da qual Moisés é um símbolo, o respeito às leis divinas, fundamentais para uma existência pacífica e harmoniosa, serão também assinalados pelo signo frontal a Aquário: Leão, cujo símbolo é o Sol, símbolo do UM, símbolo de Deus.

Esses três signos: Libra, Gêmeos e Aquário são os signos do ar do zodíaco. E os signos do ar são símbolos do espírito, são símbolos do cosmos, que o iniciado deve procurar conhecer e compreender.

As Provas dos Quatro Elementos

Uma das primeiras lições que aquele que receberá a Luz recebe é justamente da simbologia e da importância da depuração pessoal ou “limpeza” pelos quatro elementos: terra, água, ar e fogo. Estes são os elementos básicos que formam toda a Criação no estudo da Astrologia. Compreendendo as características destes elementos pode-se compreender tudo, pois tudo o que existe foi criado com esta matéria prima básica.

Muitos IIr.’. restringem os estudos dos elementos às lições e indicações do Ritual e assim deixam de compreender a amplitude deste conhecimento.

Só para ilustrar, nas antigas tradições iniciáticas, aquele que dominava os elementos tornava-se igual e semelhante ao Gr.’. Arq.’. do Un.’. pois dominaria totalmente tudo o que foi criado. 

O iniciado deveria dominar o elemento em seu universo particular. Deveria dominar a terra e o medo do desmoronamento, a melancolia, a avareza, a falta de horizontes em circunstâncias que elevariam ao máximo estas tendências como, por exemplo, dentro de um buraco ou caverna estreita, úmida e profunda. 

A água deveria ser dominada, por exemplo, dentro de um rio caudaloso e com correnteza violenta, vencendo-se a incerteza, a insegurança, a sensação de abandono e da falta de apoio. 

O elemento ar deveria ser dominado nas alturas de um precipício ou montanha (hoje uma montanha russa serviria), vencendo-se a vertigem, o desequilíbrio, a dificuldade de respiração em função da apreensão.

Finalmente o fogo deveria ser dominado dentro de um salão incendiado, ou com o iniciado circundado por três enormes fogueiras. 

Ele deveria controlar suas reações quanto ao calor, à luz excessiva e à sensação de proximidade com um poder terrível que pode destruir.

Os Cargos em Loja e os Sete Planetas Esotéricos

Ven.’. M.’. – assimilado ao planeta Júpiter, (número 6) que no panteão dos deuses babilônicos, simbolizava a sabedoria. Rege a visão, a prosperidade, a misericórdia, a liturgia, o sacerdócio, o mestre e a felicidade.

Ord.’. – está relacionado com Mercúrio (número 2) o planeta que rege a expressão da Verdade, pois é o “enviado de Deus”. Mercúrio tem asas nos pés e é o porta-voz, aquele que dá as boas vindas e domina os escritos. Associado ao Sol, pois dele emana a Luz, como guarda da lei maçônica que é, além de responsável pelas peças de arquitetura.

1o Vig.’. – associado ao planeta Marte, que era o senhor da guerra, simbolizando a força. Marte rege o início, a coragem, o pioneirismo e o impulso.

2o Vig.’. – assimilado ao planeta Vênus, feminilizado na mitologia babilônica e que, sendo a deusa mágica da fertilidade e do amor, simboliza a beleza. Vênus rege a harmonia, o prazer, a alegria, e a beleza como reflexo da manifestação do Gr.’. Arq.’. do Un.’..

Secr.’. – relaciona-se com o planeta Saturno (número 7). É ele o responsável de gravar para a eternidade os fatos de forma fria e exata. Ele é o controlador rígido da ordem dos processos e cioso pela documentação dentro das normas. Assimilado à Lua, pois reflete as conclusões legais do Orador.

Tes.’. – associado à Cronos (Saturno, para os romanos), pai de Zeus e filho de Urano, um dos deuses primordiais, que, com Gaia (a Terra) estava no início de todas as coisas, simboliza a riqueza. Recebe a simbologia da Lua (número 1) em sua atividade. A atividade de receber os metais e de organizar o movimento financeiro da Loja é considerada —por lidar com a frieza dos números— fria e calculista, além de inflexível. A Lua rege a família, a cidade, o lar e o corpo; portanto rege o Templo.

M.’. de Cer.’. – assimilado ao planeta Mercúrio, o deus veloz e astuto. Está relacionado ao planeta Sol. O Sol (número 4) caminha diariamente pelo Céu, levando e trazendo a existência, a verdade e a justiça. É ele que anima a vida e que circula no oriente e no ocidente.


Notas Sobre Astrologia e Maçonaria

Francisco Cezar de Luca Pucci

A astrologia tradicional, nos ensina Teixeira de Freitas, foi desenvolvida, principalmente, a partir do trabalho do astrólogo francês Jean Baptiste Morin de Villefranche (1583-1656), que serviu ao cardeal de Richelieu e à corte francesa de sua época. Posteriormente, duzentos anos mais tarde, uma nova vertente do pensamento astrológico se desenvolveu a partir da Teosofia, movimento político e espiritualista iniciado em fins do século passado por Helena Petrovna Blavatski, influenciando significativamente o trabalho atual da astrologia através de nomes como Annie Besant e Alice Bailey.

Tanto a posição de Villefranche quanto a visão teosófica, baseada no carma, são fortemente deterministas, deixando ao homem pouca possibilidade de interferir com seu “destino”, já que este ou é obra dos deuses ou é resultado dos pecados de vidas passadas.

Com o trabalho do pintor, músico, escritor e astrólogo norte-americano Dane Rhudyar, a astrologia do século XX, a partir dos anos trintas, vem alternando esse enfoque determinista. Em lugar de uma astrologia “centrada nos ventos, Rhudyar propôs uma centrada na pessoa”, que chamou de astrologia humanística. Entendendo que as ações das pessoas refletem necessidades profundamente arraigadas nelas, mesmo que inconscientes, propunha uma astrologia que visasse descobrir essas razões do agir humano, permitindo a possibilidade de escolhas mais conscientes.

Com essa perspectiva, do ponto de vista desse autor destino passou a ser visto como uma possibilidade predefinida dentro da própria pessoa, vindo a manifestar-se pela seleção, inconsciente, que essa pessoa faz dos eventos ou objetos no mundo fenomênico.

Dentro dessa visão, não há signos bons ou maus, mais fáceis ou mais difíceis. Cada signo é apenas o indicativo de um dos caminhos – estilos, poderíamos dizer – através dos quais a pessoa busca a sua totalidade, a sua individuação.

A astrologia passa assim a ser vista como simbolizando os impulsos inconscientes do comportamento emocional, representando-os através dos signos. Por isso, em seus primórdios, a astrologia só trabalhava cinco planetas, depois sete e posteriormente dez, dependendo, assim da evolução do conhecimento humano.

Adotando essa perspectiva simbólica, para Teixeira de Freitas o Sol representa o centro da consciência humana, o Ego, representando o impulso de auto realização, cujo objetivo é integrar harmoniosamente as várias partes do psiquismo. A Lua, simbolizando o lado feminino, representa a vivência emocional instintiva, com a qual a vivência consciente se combina para permitir a totalidade do psiquismo.

Os doze signos, portanto, são caminhos da vida psíquica e simbolizam, arquetipicamente, as possibilidades tanto do indivíduo quanto da coletividade.

O número doze se apresenta, também, sob outras formas: no número de apóstolos, de filhos de Jacó, de tribos de Israel, de trabalhos de Hércules. Também está representado na figura da abeta sobre o avental e da pirâmide sobre o cubo.

Tomados na sua totalidade, ainda segundo Teixeira de Freitas, os signos podem ser vistos como uma espiral evolutiva de três ciclos de quatro signos cada, representando o ciclo completo do amadurecimento humano: Áries, símbolo cardeal de fogo, positivo, iniciando o impulso da vida que surge do inconsciente indiferenciado no início da primavera no hemisfério norte (equinócio vernal); impulso que tem que ser contido e direcionado pela praticidade de Touro, para poder explorar o mundo exterior com a velocidade e superficialidade de Gêmeos até consolidar possessivamente, em Câncer, as informações assim obtidas. Com isso se cumpre o primeiro ciclo.

Em Leão, a intuição se acentua, marcando mais a autoconsciência, que produz em Virgem uma maior capacidade de discriminação e crítica, exigindo um equilíbrio, em Balança, que integre o outro em si mesmo, o que faz com que se inicie um recesso emocional profundo, em escorpião, preparando a morte do Ego no inverno que se prenunciava nesse outono. Cumpre-se o segundo ciclo.

Saindo de si em busca de princípios coletivos mais universais, em Sagitário, há maior inclinação à comunidade e à fraternidade. Mas o que foi adquirido é posto à prova, exigindo a perseverança e a paciência em Capricórnio. Todas as experiências do coletivo, intelectualmente analisadas em Aquário, devem finalmente se integrar aos traços da personalidade individual, o que exige profundo sentimento, em Peixes. E tudo recomeça em um nível superior. Podemos relacionar esses ciclos aos três graus da Maçonaria Simbólica, visando o desenvolvimento da Intuição, da Análise e da Síntese, como ensina Castellani.

Por esse prisma podemos entender os quatro animais do Evangelho de Mateus: águia, boi, leão e homem, como sendo a representação das quatro funções básicas do processo de individuação: intuição (fogo); sensação (terra); pensamento (ar) e sentimento (água).

Temos a mesma representação no enigma clássico da Esfinge de Gisé que interpelou Édipo na peça de Sófocles. 

Como coloca muito bem Jorge Adoum – embora com conotação mais mística que simbólica – quem domina esses “elementais” torna-se senhor de si mesmo. Quem não o faz, será “devorado”.



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