Também chamado de Príncipe do Líbano, o Cavaleiro do Real Machado (Grau 22) pertence à categoria dos Graus herméticos, onde o esoterismo e o misticismo são acentuados.
A lenda do Grau remonta ao Líbano e lembra a utilidade encontrada pela Maçonaria para os cedros do Líbano.
Os sidónios eram os encarregados dos cortes dos cedros e foram eles que produziram as madeiras para a Arca de Noé, para a Arca da Aliança e para os Templos de Salomão e de Zorobabel. Os cortadores de cedros organizaram Colégios no Monte Líbano adorando a Deus.
O Grau desenrola-se numa oficina de carpintaria onde um Cavaleiro Prussiano ou Noaquita, 21, se apresenta aspirando ao título de Príncipe do Líbano, baseado na sua nobreza de nascimento e o seu posicionamento social.
O seu pedido foi rejeitado, sendo-lhe informado que deveria renunciar à sua posição social e procurar merecer o prémio a que aspirava através do trabalho com o serrote, a plaina e o machado. (uma relação com a carbonaria neste ponto)
A Iniciação no Grau divide-se em quatro partes:
- A Porta do Éden,
- No Líbano,
- No Banco de Carpinteiro e
- Sob o Machado.
Após diálogos com o Venerável Chefe, o Neófito, um Cavaleiro Prussiano, Grau 21, é conduzido pelo Mestre-de-Cerimónias ao Jardim do Éden, onde é colocado entre as árvores da vida e da ciência, onde se passa o drama do pecado original.
Apaga-se então a Luz do Éden e acende-se a do Templo. O Neófito sentado ouve do Venerável Chefe e do Orador a segunda parte – No Líbano.
A tradição dos drusos relata que, expulso do Éden, Adão levou uma muda da Árvore da Vida que, plantada no Líbano, deu origem aos cedros. O Ritual fala da utilidade e da utilização dos cedros e do trabalho de lavrá-los com o machado. E então o Cavaleiro Prussiano levado ao Banco de Carpinteiro, que é uma sala adequadamente preparada, onde se vêem os Obreiros talhando e cortando madeiras.
O Segundo Vigilante narra a lenda que, após o término do Dilúvio, Noé criou a Ordem do Machado, pois para a construção da Arca foram cortados e preparados os mais altos cedros do Líbano. Fala que o Machado, a Serra e a Plaina são os Instrumentos de Trabalho de um Cavaleiro do Real Machado, Príncipe do Líbano, e discorre sobre a simbologia destes instrumentos.
Finda a explanação, o Neófito retira-se e os Obreiros fazem a votação, após o que o Neófito retorna ao Templo e ouve explanação do Venerável Chefe sobre o trabalho e presta o seu Juramento.
Ornamentação da Loja
A Loja funciona em sala com dois ambientes. O primeiro representa a Oficina do Monte Líbano e é decorada em azul; o segundo, que é o Conselho da Mesa-Redonda, é decorado em vermelho. No primeiro, as ferramentas estão espalhadas pelo soalho, e no segundo, há uma mesa redonda sobre a qual estão colocados Compassos, Esquadros e um Plano dourado.
O Grau é transmitido por Iniciação.
Insígnias do Grau do Príncipe do Líbano
Avental – Tem duas apresentações: a primeira é a de um Avental branco, tendo, no corpo, bordada, uma mesa redonda sobre a qual estão alguns planos desenrolados e Instrumentos de Trabalho. Noutra versão o Avental tem no corpo o desenho de um olho.
Fita – Da cor do arco-íris, forrada de vermelho, tendo, pendurada, a Jóia do Grau.
Jóia – Um Machado dourado e coroado, tendo inscritas no cabo de um lado as letras L. S. A. A. C. D. X. Z. e A., e do outro lado as letras S. N. S. C. J. M. B. O. As letras do primeiro lado são as iniciais de: Líbano, Salomão, Abda, Adonhiram, Ciro, Dario, Xerxes, Zorobabel e Ananias. As do outro lado significam: Sidónio, Noé, Sem, Cam, Jafet, Moisés, Beseleel e Ooliab.
São palavras que de uma forma ou de outra estão ligadas aos Graus e ao Velho Testamento.
O Príncipe do Líbano ou Cavaleiro do Real Machado, no primeiro momento da Iniciação, está armado de um Machado e, na segunda parte, armado com uma Espada.
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