A MORTE JUSTA !

 

Há uma grande variedade de tópicos abordados nos nossos períodos de sessões.

Passamos da filosofia para a sociologia, esculpimos painéis de alto valor cultural, mas às vezes deixamos de fora a história de nossa ordem e daqueles que dela participaram. 


A morte já foi falada como um estado necessário para a criação do maçom como tal, a partir de seu estado de Aprendiz. 


Mas houve um maçom que, mais do que ninguém, exportou os ensinamentos obtidos para fora das colunas, tornando-se um dos símbolos mais brilhantes do liberalismo italiano, Giuseppe Zanardelli.

Evitarei fazer uma biografia dele, pois ela não seria resumida em poucas linhas e é de fato bem pesquisável e ao alcance de todos. Limitar-me-ei simplesmente a alguns dados funcionais para a Tabela. 


Nascido em 26 de outubro de 1826 de sentimentos liberais e patrióticos, lutou tanto na Primeira quanto na Segunda Guerra da Independência, foi jornalista e maçom, iniciado na Loja de Propaganda do Grande Oriente da Itália em 29 de fevereiro de 1860, foi político e como tal, especificamente no cargo de Ministro da Graça e da Justiça, foi o promotor de uma das reformas mais importantes da história do nosso país, 


A abolição da pena de morte.

O chamado Código Zanardelli foi apresentado à Câmara dos Deputados em novembro de 1887, publicado em 22 de novembro de 1888, promulgado em 30 de junho de 1889, entrou em vigor em 1º de janeiro de 1890 e permitiu que a Itália, a primeira entre as principais nações da Europa e do mundo, abolisse a pena de morte.


Mas quanto maçônico está em seu Código?

A Maçonaria não tem barreiras étnicas, religiosas, ideológicas e políticas, é universal e, como tal, nenhuma teoria baseada na Lei de Retaliação pode encontrar terreno fértil, pois todas as obras da Maçonaria devem ser guiadas pela Sabedoria, Beleza e Força para chegar à perfeição das mais altas condições da humanidade.

É verdade que condenar à morte pode ser entendido como um ato de cura de uma injustiça sofrida, uma espécie de controle do homem sobre a morte.


Mas um maçom já derrotou a morte, ele já a domina e deve sempre se mover no equilíbrio entre o preto e o branco, entre a luz e as trevas, estabelecendo seu julgamento sobre o uso do Nível e da Linha de Prumo. 


Zanardelli sabia disso, na verdade acreditava que o direito penal jamais deveria esquecer os direitos do homem e do cidadão e que não deveria olhar para o criminoso como um ser necessariamente irrecuperável: era preciso não apenas intimidar e reprimir, mas também corrigir e educar. 

Não há correção no medo. 

O que poderia ser um guia?

Na parede norte do Gabinete de Reflexão está escrito: "Se sua alma teve medo, não vá mais longe".


Finalmente. 

Ser maçom não deve, portanto, ser uma mera demonstração de conhecimentos ou práticas mais ou menos esotéricas a serem feitas sem entusiasmo, mas também deve ser um campo de treinamento para a Vida e, portanto, possível trazer o que foi aprendido dos Pilares do Templo.


Zanardelli foi um dos nossos melhores exemplos, um exemplo de vida humana, de política saudável, numa nação que, como sempre, prefere perseguir a falsidade a buscar a verdade.


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