O piso quadriculado ou mosaico é um retângulo colocado no centro do Templo, em torno do qual ocorre a marcha inicial, chamada de quadratura ou peridromo, que tem a função de consagrar o espaço em que será realizada a obra da Loggia, isolando-a das influências negativas do mundo profano.
Em seu sentido mais imediato, escreve Mainguy, pode-se ler a justaposição entre preto e branco, representando luz e escuridão, dia e noite, e todos os outros pares de opostos complementares.
O simbolismo do piso quadriculado é, de fato, o do bem e do mal e sua luta contínua e incessante, inerente à própria existência terrena, mas também se refere ao corpo e ao espírito, unidos, mas não confundidos. Escuridão e luz estão entrelaçadas no piso de mosaico; elas são tecidas, se considerarmos as fileiras de azulejos; mas os traços virtuais que os separam formam um caminho reto, tendo preto e branco ora à direita, ora à esquerda.
Essas linhas representam o caminho do iniciado, que, sem rejeitar a moral comum, sabe elevar-se acima dela.
O iniciado segue o caminho estreito, mais fino que o fio da navalha, e passa entre o preto e o branco que não obstruem seu caminho; isso permite que ele não se abandone a visões dogmáticas e intransigentes, mas compreenda que o que é preto e negativo pode ser visto como branco e positivo, de modo que cada elemento da trilha, ou seja, cada telha, encerra seu oposto, como no símbolo do Yin/Yang.
Com a iniciação, o aprendiz (cujo avental é preto e branco...) é convidado a um caminho de aperfeiçoamento, que só pode ser alcançado aplicando-se com constância, dedicação e concentração à meditação dos símbolos e à prática perfeita dos rituais.
Um outro significado hermético-alquímico do piso quadriculado refere-se à grande Obra, para cuja realização são necessários um fluido de luz e um de sombra; na verdade, é apenas a oposição que permite o devir, pois os opostos sempre podem substituir-se uns aos outros com base em uma reconciliação superior proporcionada pelo Ser Supremo.
Por fim, o xadrez preto e branco também representa o manifesto e o não manifesto, o significante e o significante, o que aparece e o que não aparece, conceitos presentes em cada símbolo do Templo.
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