Desde suas origens a Maçonaria está ligada a um princípio espiritual:
O GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO, símbolo de caráter indefinido e aberto, mas indispensável para a manutenção do caráter inicático da tradição maçônica.
O G.A.D.U. como símbolo supremo do R.E.A.A.E.A.E.A.A.E.A.A.D.U. é, na tradição maçônica, a fórmula simbólica, pressupõe impregnações míticas de leitura e textura aberta:
"O logos é o próprio fundamento de todos os símbolos e da ação simbólica; o logos é o símbolo por antonomasia, o paradigma dos símbolos; o logótipo é a reunião dos símbolos em sua unidade, aquilo por que existem símbolos, tal como as letras do livro estão reunidas nesse mesmo livro e a partir dele narram e dizem as coisas do mundo".
A ideia do GADU, do ponto de vista do método maçônico, não é uma ideia de algo, mas uma ideia para alguma coisa. É um símbolo para a transcendência que chama a livre interpretação e não a ser tomado como uma revelação.
No momento em que a loja desse uma definição obrigatória desse símbolo quebraria o pacto metodológico que o ritual maçônico impõe e transformaria a loja em uma entidade de tipo religioso.
Deve-se observar que esse método maçônico, não é mais do que um método, um catalisador, é a pedra de toque que decanta o que está em cada um de nós, é como uma TRAMA INCOMPLETA, que cada maçom deve completar.
A logia através do rito age no coletivo comum, que permite o sentido de união, de fraternidade, de afeto, de intuitiva compreensão mútua, de solidariedade.
Alguns autores maçônicos tentaram explicar o conceito de GADU através de uma oposição entre deísmo e teísmo e, mais especificamente, entre religião natural e religião revelada.
A corrente deísta, que surge no início do século XVII, atingiu grande predicamento no decurso do século XVIII. Enquanto o teísmo se baseia na crença em Deus como Criador e Supremo Reitor do mundo, no qual a presença do mal é sempre justificada como necessária, o deísmo reconhece a existência de Deus como criador da harmonia e maravilha do universo, mas exclui-o da vida espiritual e histórica do homem, mergulhada no mal e no pecado.
Por outro lado, a singularidade do conceito de GADU reside nas escassas notas que lhe são atribuídas; isto é, as suas qualidades ou atributos próprios, muito menos explícitos do que na religião revelada e mesmo natural: apenas uma noite alusão, também simbólica, ao seu carácter de Grande Arquiteto, herança de e concessão a uma Ordem dos Construtores, ou sua intrínseca liberdade.
A única coisa que a concepção escocista não pode admitir é o ateísmo.
As Constituições de 1723, cuja redação se deveu essencialmente aos pastores Anderson e Desaguiliers, e que constituem a carta maiormente reconhecida da Maçonaria Especulativa, apontam no seu artigo primeiro:
"Um maçom tem a obrigação de obedecer a lei moral e, se bem entender a Arte (Real), não será NUNCA um ateu estúpido nem um libertino irreligioso."
Aceitando o conteúdo do aserto, embora não sua forma depreciativa, acreditamos o seguinte:
1. Na linha do espírito que caracteriza o escocismo, ao designar a Divindade com esse conceito fundamental de GADU, assinalado por Anderson, evoca-se um Princípio de Ordem Reguladora do Mundo manifestado. Segundo a Tradição, ele constitui a chave do ritual que trabalha para glorificá-lo, o que significa que o escocismo presta uma homenagem de respeito e admiração ao Ser Supremo, sem nunca tentar defi ni-lo, deixando cada Irmão adoptar sua própria concepção sobre o assunto; sendo admitido que a prática escrupulosa dos rituais, o estudo do simbolismo, do trabalho e da intuição pessoal - fora de todos os dogmas - são os únicos meios de acesso ao conteúdo inicático da Ordem.
2. Para o maçom escocista, o GADU é o Ser Supremo por excelência, mas nenhum dogma teológico ou tendência filosófica deve ser-lhe atribuído.
3. O símbolo do GADU - o mais amplo e universal dos símbolos maçônicos não está ligado a nenhuma crença coletiva, seja qual for, e expressa, portanto, a fé ou convicção individual do maçom e a sua adesão à total liberdade consciência, por mais variadas, díspares e ainda opostas, que essas visões sejam entre si.
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