Quando fechamos os olhos podemos imaginar o que seja escuridão.
O dicionário define escuridão como “estado que ocorre na ausência de luz. Não é algo tangível, nem existente por si mesmo, tendo em vista que, ao ser atingida pela luz, deixa de existir, revelando diferentes matizes de cor daquele local, antes escuro pela falta de luz”.
Ao fechar os olhos imaginamos a escuridão porque estaremos em uma escuridão aparente porque nossa mente continua trabalhando e somos capazes de nos locomover, isto em local antes conhecido.
Se for local desconhecido, não saberemos nos locomover sem tropeçar nos objetos presentes no local.
Lembremo-nos da venda nos olhos, quando foi necessário um guia para nos conduzir por várias viagens na iniciação.
Será que poderia dizer que tudo aquilo que é escuridão, no sentido simbólico, representa as dificuldades, os tumultos de paixões e suas dificuldades contrárias à Maçonaria?
Ou seja, a Maçonaria, que é luz, tirando o homem da escuridão, porque o estado de cegueira em que o homem poderá se encontrar “é o símbolo das trevas que cercam o mortal que ainda não recebeu a luz que o guiará na estrada da virtude”. Isto é dito por ocasião da iniciação, quando saímos da Câmara de Reflexão, local quase escuro, com a iluminação de apenas uma tênue vela.
A escuridão é representada por todas aquelas arestas, todos aqueles vícios que estamos constantemente, com o Maço e Cinzel, desbastando a Pedra Bruta no combate diário da vida.
É um dos deveres que prometemos de combater e “vencer as paixões ignóbeis, que desonram o homem e o tornam desgraçados, cabendo-vos a prática constante das virtudes…”, como diz o Ritual.
Antes de ser dada a luz nós sentamos na “cadeira de reflexão” para que a obscuridade que envolvia os nossos olhos e o horror da solidão fossem nossos únicos companheiros. Isso nos fez provar, mais uma vez, que a escuridão não faz bem ao ser humano, a não ser para os momentos de reflexão.
E a escuridão se acaba quando chega a luz. E isso nos leva a lembrar, quando estávamos na escuridão, e foi-nos dada a luz que, paulatinamente, foi derrotando a escuridão, destruindo o velho e surgindo o novo.
E, recebemos o nosso “avental” para trabalhar e sermos sempre ativos e laboriosos. Trabalhando sempre para adquirir as virtudes necessárias para sermos líderes no meio da comunidade em que vivemos.
Porque, como disse Theodore Roosevelt, “apesar dos riscos de fracasso, ainda é preferível lançar-se na busca das grandes realizações e triunfos gloriosos do que confundir-se com os pobres de espírito que jamais se atrevem a experimentar alegrias ou tristezas porque se acomodam no crepúsculo cinzento que não conhece vitórias ou derrotas”.
Juarez de Oliveira Castrohttps://www.freemason.pt/a-escuridao/
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