A prática da maçonaria e o preconceito

 

Ainda existe confusão ao conceituar o que é a prática da maçonaria.

A maçonaria está a confundir a sua prática com a ritualística.

As Lojas Maçónicas, quando em reunião, estão praticando apenas a ritualística, ou seja, executando o desenvolvimento dos rituais dos diversos ritos existentes.

Poucas lojas durante as práticas das ritualísticas conseguem transmitir conhecimentos filosóficos mais aprofundados, o que torna invariavelmente, as reuniões monótonas, e cansativas, não existindo satisfação e proveito.

O Maçom tem que ter muita força de vontade para superar tudo isto, e buscar o conhecimento pelo processo de pesquisa e estudo, o que o torna um autodidata.

Quem não procura aprender através dos seus próprios esforços, dificilmente obtém conhecimento e sabedoria.

A prática da maçonaria não acontece dentro de Loja, ela acontece do lado de fora, no dia a dia do mundo profano.

A aprendizagem do conhecimento e obtenção de sabedoria é de foro íntimo, onde cada irmão procura a sua evolução por si mesmo.

É dito que quando o discípulo está pronto, o mestre aparece, e o mestre aparece quando o fazemos despertar no nosso interior. Não adianta buscar o conhecimento e não o praticar.

A prática da maçonaria é de trabalho em grupo, e como foi dito, não é feita dentro de Loja, que geralmente se transforma numa reunião social, sem maiores objetivos.

Na constante busca pela luz, temos que ter consciência que para a encontrar, o nosso coração deve estar acesso e receptivo.

Na prática do ritual maçónico estamos perdendo o que é essencial, estamos praticando a fraternidade pela metade, hoje o que mais importa é saber a qual potência ou obediência pertencem os irmãos, não importa que eles também estejam em busca de conhecimento e luz.

Os ensinamentos da filosofia maçónica devem ser exercidos e praticados em favor dos menos favorecidos.

É quando estamos do lado de fora do templo que temos o dever de colocar em prática, as virtudes que procuramos obter, só então, entenderemos o significado da Liberdade, da Igualdade e da Fraternidade.

Quando alguma Loja impede acesso às suas reuniões de irmãos de uma ou outra potência ou obediência, elas só estão a impedir a participação nos trabalhos ritualísticos, pois, como se deve saber a maçonaria não tem proprietários, não se sabe de alguém que tenha depositado nas mãos de qualquer pessoa uma chave ou mesmo um título de propriedade da sublime instituição, ninguém tem condições de impedir a prática da maçonaria fora dos templos, aliás, é melhor que não se participe de uma reunião com aqueles que se dizem irmãos, mas possuem mentalidade tão atrasada e que só demonstram desconhecer totalmente o que seja Liberdade, Igualdade e Fraternidade, aquilo que pregam e divulgam só consta nos discursos oficias, não existe a sua verdadeira prática, não tendo portando nada de positivo a acrescentar para o engrandecimento da maçonaria.

Desconhecem o grande ensinamento cristão “amai-vos uns aos outros, formai uma única família, sejam todos irmãos”.

O preconceito utilizado na maçonaria mostra a pequenez de administrações mal preparadas para gerir a maçonaria, eles desconhecem o que seja maçonaria universal; o valor dos vários ritos existentes; a existência de outras potências e obediências que praticam a verdadeira maçonaria; eles não sabem o significado da palavra, Irmão. Eles podem ser tudo e qualquer coisa na vida, mas não podem dizer que sejam irmãos.

A ausência de Liberdade, Igualdade e Fraternidade, gera o fanatismo, a ignorância e a superstição, que por sua vez, causam o preconceito.

Então, surgem a brigas, ofensas, desarmonias entre potências e obediências.

Os ensinamentos maçónicos preconizam a busca constante da verdade. Como a procurar onde existe o preconceito?

A filosofia de vida e conhecimento maçónico veio até nós, através dos tempos, é o somatório da sabedoria de outras instituições e que nos foram passados gratuitamente por gerações passadas que desconheciam o termo preconceito.

“O pior cego e aquele que não quer enxergar”, o pior Maçom é aquele que não conhece as origens da maçonaria e não sabe quando e onde praticar a maçonaria, não está preparado para utilizar a palavra Irmão.

Existem vários caminhos que levam ao aperfeiçoamento maçónico, e não apenas dois ou três como querem fazer crer alguns insensatos “irmãos”.

O verdadeiro Maçom não pode ter preconceito de raça, cor ou religião, o conhecimento é uma necessidade para a prática da maçonaria, a busca da sabedoria e o aperfeiçoamento espiritual.

A disputa pelo poder afasta-nos dos nossos objetivos.

Vemos hoje a formação de grupos para-maçónicos, academias, associações, museus, e até mesmo fundações, que só fazem aumentar o preconceito entre irmãos, a fraternidade é desconhecida, fecham-se em grupos de potências ou obediências, devem sentir-se com grande orgulho, os eleitos pelo Grande Arquiteto do Universo para serem os donos da luz. A luz está à disposição de todos, receber esta luz e retê-la, significa perdê-la.

Só quando o nosso autoconhecimento estiver completo, teremos condições de abrir os véus que nos impedem de ver a verdadeira universalidade, então, não haverá mais as ditas potências ou obediências, só então, poderemos afirmar com convicção que nos reconhecemos como irmãos, e que a Maçonaria é Universal.

Pedro Neves

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