MAQUIAVEL

 

Nicolau Maquiavel é um nome que causou durante muito tempo um misto de sensações em quem acompanhava sua obra, embora seja considerado um pensador sobre assuntos que envolvam dinâmicas de poder, também foi escritor de poemas e comedias.


Sua personalidade é pouca conhecida, mas relatos escritos de amigos de Maquiavel, de modo frequente o descrevia como um homem irônico e bem-humorado, diferentemente da maior parte dos assuntos que o rodeia.

Não elaborou teorias políticas profundas, mas fez explanações sobre o absolutismo e como o modo de governo deveria ser gerido com punhos de aço.

Niccolò di Bernardo dei Machiavelli viveu durante a ascensão do renascimento italiano.
Nasceu em 1469 Florença, de uma família que tinha boa condição financeira, e embora não fosse necessariamente um burguês de origem, atuou como secretario de serviços externos, cargo equivalente a um diplomata nos dias de hoje, e teve nesse momento de sua vida contato com pessoas importantes da nobreza e burguesia, mantendo boa relação com às duas classes.
Sempre se dedicou aos estudos, e o conturbado momento do local onde viveu levou a Maquiavel ser indicado a serviço da República, quando já estava com quase 30 anos de idade.

Após boa passagem em cargos expressivos de estado, em 1498 é nomeado secretario pelo grande concelho, onde passa a ter importantes missões diplomáticas devido ao seu elevado nível de conhecimento na área, e teve seu grande feito em 1505, quando um conflito contra a cidade de Pisa estava acontecendo, e a falta de um exército nacional fazia com que grande parte da verba da cidade fosse para mercenários que lutavam pela cidade em troca de dinheiro ou favores, ao meio do conflito, Maquiavel não somente apaziguou o conflito, mas convenceu a cidade a investir sua verba para criação de um exército fixo.

A resolução desse conflito passou diretamente pelas suas mãos.
Em 1512 os Médici, rivais dos políticos que Maquiavel apoiava, e em 1513, Nicolau Maquiavel foi envolvido em uma conspiração, sendo aprisionado em uma cela próxima a onde costumava a trabalhar, e torturado.

É liberado algumas semanas depois, mas decide deixar Florença e se mudar para Sant’Andrea, em Percussina.

A perda de seu cargo juntamente aos julgamentos injustos que sofrerá o deixou desanimado, mas o deu tempo para escrever sobre suas reflexões políticas, seu longo tempo trabalhando em relações de poder o deu grande escopo de ideias, onde o mesmo passou a traçar alguns ideias que em seu ponto de vista, deveria ser seguido para manutenção da paz e ordem.

Após lançar alguns livros, ganhou novamente certa notoriedade, retomando trabalhos no estado, e realizando até mesmo algumas obras sob encomenda de Júlio de Médici, o qual Maquiavel não tinha nenhum tipo de admiração, mas realizou a encomenda, a História de Florença, concluída em cinco anos.

Mesmo com a queda dos Médici em 1527 e o retorno da república, continuou trabalhando na elaboração de obras e reflexões que dessa vez sim, sobre teorias de poder e a história regional de seu país.

O filosofo e teórico político faleceu em 1527, deixando duas obras para ser lançadas de modo póstumo que foram o principal  discurso sobre a primeira década de Tito Lívio, publicadas em 1531 e 1532 respectivamente.
Embora fosse um funcionário publico, diplomata de sucesso e uma pessoa considerada bem humorada, não ficou conhecido por ser necessariamente democrática, pelo contrário, como Florença era um antro de disputas políticas, traições e absolutismo, Maquiavel foi um fruto de seu tempo, e em seus ideais podemos destacar:
Virtu e fortuna: é melhor ter a virtu do que contar apenas com a fortuna, isto é, é melhor ter uma capacidade de provisão, uma força e, em alguma tradução, até a virtude, do que contar apenas com a sorte. Virtu é toda a característica de bom preparo do governante. Ter a boa sorte é bom, mas aquele que tem a boa sorte, e está preparado para a sorte ruim, permanece no poder.
Os fins justificam os meios: Maquiavel não disse essa frase, mas ela foi atribuída à sua obra por estar alinhada com o seu pensamento. Um bom governante, para manter o governo e a ordem social, precisa tomar medias impopulares e até cruéis às vezes. Em nome da ordem, essas medidas são justificáveis.
Ser amado é bom, mas é preferível ser temido: o temor impede a revolta. O amor é inconstante, e a confiança do amor permite a revolta. Não é de todo ruim ter algum amor do povo, mas é melhor ser temido, pois o que teme não se levanta contra.
Ações populares e ações impopulares: as ações populares, aquelas que agradam ao povo, que são boas para o povo, devem ser feitas lentamente. As ações impopulares devem ser feitas de uma vez. Essa tática visa a manter a popularidade do governante. Ele sempre será lembrado como bom, caso venha de tempos em tempos soltando parte do resultado de sua ação popular, e será rechaçado por um tempo (mas logo cairá no ostracismo), se tomar uma medida impopular de uma vez.

Podemos destacar algumas frases de Maquiavel :
“Os homens têm menos escrúpulos em ofender quem se faz amar do que quem se faz temer, pois o amor é mantido por vínculos de gratidão que se rompem quando deixam de ser necessários, já que os homens são egoístas; mas o temor é mantido pelo medo do castigo, que nunca falha.”
• “O primeiro método para estimar a inteligência de um governante é olhar para os homens que tem à sua volta.”
• “Tornamo-nos odiados tanto fazendo o bem como fazendo o mal.”
• “Nunca foi sensata a decisão de causar desespero nos homens, pois quem não espera o bem não teme o mal.”

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