DIA DAs MÃEs ...

 




De ti guardo o suspiro das saudades...


A gargalhada que ribombava na casa frágil onde apertávamos os favos de mel, roubados à volúpia das abelhas.

Roubo é palavra forte, eu sei.

Mas eras a abelhinha que nos levava nas asas.

E contavas histórias

E vinte e poucos anos depois escuto o som das mesmas palavras como se nunca tivesses partido para os céus de outro mundo qualquer.

Porque aqui não estás, estando.

Porque sinto o teu afago maternal, sem saber das tuas mãos.

A tua fala doce que te deixava cantar como se fosses um rouxinol. O nosso rouxinol!

Paro, olho e escuto e há aqui, no meu coração, um deserto.

O teu lugar que fugiu para a memória. Para os prados da saudade.

E é um deserto frio que vinte e poucos anos de ausência não aqueceram.

É por tudo isto que digo aos meus amigos e Irmãos, quando falam das suas mães, que as aproveitem enquanto é tempo.

Que não as façam esperar um minuto, que seja.

Aproveitem esse orvalho das madrugadas que existe no beijo de todas as mães do Mundo.

Aproveitem-nas porque depois…depois é um vazio onde existem sons, passos, palavras, abraços embora já tenham partido.

São as mães que já só habitam no jardim da memória.

Aproveitem-nas enquanto é tempo. Porque, depois, só restam suspiros de saudade.

Comentários