A MAÇONARIA, MORAL E ESPITUAL HUMANA

 

A maçonaria, como sistema de iniciativa do melhoramento moral e espiritual do homem, pode ser entendida, a nível simbólico e essencial, como uma Coluna do Infinito: uma construção perpétua, viva, elevada, que não conhece nem início absoluto nem fim definitivo, mas apenas transformação e continuidade.

Esta imagem, profunda e universal, transcende qualquer fronteira temporal ou geográfica.

A maçonaria não é uma criação de um único povo, nem uma instituição nascida num momento exato da história, mas o resultado de uma longa evolução da consciência humana, que desde o início da civilização, tem procurado expressar através do símbolo e do ritmo interior a ligação entre o homem e o Princípio Supremo.

A maçonaria revelou-se gradualmente como o homem, com os instrumentos da razão e da intuição sagrada, entendeu que o mundo poderia ser compreendido e moldado de acordo com uma ordem interior.

Em cada era, em diferentes formas, em várias tradições, egípcias, gregas, judaicas, islâmicas, cristãs, houve uma classe separada de pessoas:
Construtores, não só de templos, mas também de ideias.

Eles não construíram apenas edifícios materiais, mas também um edifício invisível, uma escola do espírito.

Desse fio invisível de tradição surgiu a maçonaria, como uma síntese viva entre conhecimento, moralidade e iniciativa.

A força da maçonaria reside na sua capacidade única de se adaptar sem alterar.

Ao longo dos séculos, numa paisagem histórica em constante mudança, ela soube dobrar-se diante da opressão e expressar-se livremente em tempos de luz.

Mas, em todos os casos, manteve o seu núcleo inviolável: a dignidade do homem, o respeito pela verdade, a aspiração pela perfeição.

Cada geração de iniciados adicionou um novo segmento a esta coluna simbólica, contribuindo para a construção de uma estrutura viva que une o Céu e a Terra, o Ideal e o Real.

Assim, a Maçonaria não é uma relíquia do passado, mas uma instituição viva, enraizada na Tradição e numa visão voltada para o Futuro.

Hoje, em um fragmentado, relativístico e muitas vezes sem marcos firmes, a maçonaria continua a ser um ponto de equilíbrio, um espaço de reflexão, trabalho interior e comunhão espiritual.

Numa era dominada pela tecnologia, velocidade da informação e superficialidade, a Ordem oferece profundidade, silêncio, rigor e significado.

Cada Loja é um fragmento ativo
da Coluna do Infinito.

Cada irmão, uma célula viva de uma estrutura moral. Cada iniciação, um novo passo na reconstrução sagrada do Templo Interior.

A maçonaria não procura dominar o mundo, mas compreendê-lo.

Não promete soluções fáceis, mas causa autoanálise e transformação.

Não imponha verdades, mas aprenda a arte de procurar e respeitar as muitas faces da Verdade.

Enquanto o homem existir como um ser consciente, capaz de fazer perguntas fundamentais sobre si mesmo, o mundo e a Divindade, a Maçonaria terá a sua razão para ser.

Ela não é uma estrutura dependente de conexões sociais, mas um arquétipo espiritual, uma expressão da aspiração humana por verticalidade, ordem, equilíbrio e luz.

A Coluna do Infinito não é apenas uma metáfora de plástico.

Ela é a expressão de uma verdade profunda, que o homem, na sua busca incessante pela nobreza, constrói uma escada de luz entre os dois extremos da existência, o telúrico e o sagrado.

E esta coluna, composta por todas as gerações de iniciados, todos os ritos, obediência e símbolos, vive e viverá enquanto a Humanidade existir.

Em conclusão, a Maçonaria é mais do que uma Irmandade.

É um trabalho contínuo, iniciado pelos antigos e continuado por todos os Irmãos que receberam a Luz.

Ela é a Coluna do Infinito construída não de pedra, mas de ideais, não de argamassa, mas de vontade e discernimento.

No centro desta Coluna está o Homem, não apenas como um indivíduo, mas como um ser a caminho da perfeição.

Enquanto ele, homem, existir, a Maçonaria vai em frente, e a coluna continuará a subir.

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