O termo “Temperança”, vem do latim “temperantia ”, que significa ter moderação, equilíbrio e parcimónia nas suas atitudes”.
Temperança é um substantivo feminino, que nomeia a qualidade ou virtude de quem actua comedidamente, com prudência, sem a prática de exageros e que tem habilidade de controlar os seus próprios anseios e atitudes, viver moderadamente de acordo com as suas condições pessoais.
É a virtude que consiste no constante aperfeiçoar da potencialidade sensitiva de modo a conseguir equilibrar, colocar sob limites, moderar a atracção dos prazeres, assegurando o domínio da razão sobre os instintos e propiciar o equilíbrio no uso dos bens.
Ter temperança é ter controle sobre as paixões, é ter sobriedade nas suas atitudes e decisões, é evitar os excessos nos seus apetites, seus desejos e vontades.
Pelo lado religioso, Temperança é uma das quatro virtudes cardeais definidos pela Igreja Católica, juntamente com a Prudência, Fortaleza e Justiça, que são usadas como princípios fundamentais e orientadoras para a vidas dos cristãos católicos.
Vamos ater-nos somente com a virtude da Temperança, que é a virtude pela qual fazemos com moderação o uso dos bens temporais, quer sejam na alimentação, no consumo de bebidas, no sono, na diversão, no sexo, e muitos outros.
Ela é o autocontrole, a renúncia ao excesso e a moderação das atitudes. Domestica os instintos, sublima as paixões, modera os impulsos e apetites.
Agir com temperança é abrir caminhos para a sobriedade e o desapego. A temperança leva ao caminho para o cumprimento dos deveres e para a maturidade.
Temperança na Maçonaria
A Temperança na Maçonaria requer o exercício de cautela no pensamento, julgamento, sentimento, expressão, acção e realização em todos os aspectos da vida do Maçom, dentro e fora da Oficina.
Quando ingressamos na nossa Sublime Ordem, fazemos isto, por livre e espontânea vontade, como predisposição para aceitar e começar um novo desafio para novos conhecimentos, muito diferente de todos aqueles que aprendemos no mundo profano.
A começar pela iniciação quando somos colocados na Câmara de Reflexão, ali já percebemos que algo novo estava por vir.
Nas reuniões da nossa Oficina, passamos a conviver com as instruções ritualísticas, bem como, também somos instruídos pelos Irmãos mais antigos e experientes, que nos aconselham sabiamente, a estudar, a cumprir os nossos deveres maçónicos.
Com muita atenção observamos, respeitamos e seguimos a hierarquia, a disciplina e a obediência às Leis Maçónicas, que até então nos eram desconhecidas e que agora em diante, desafiam o nosso intelecto e o nosso propósito de fazermos uma pessoa melhor.
Na própria instrução ritualística já nos ensina o lema “Levantar Templos a Virtude e Cavar masmorras aos Vícios”.
O propósito deste texto não trata de “cavar masmorras aos vícios” e sim de “Levantar Templos à Virtude”, em especial à virtude da “TEMPERANÇA”.
Praticando a autocrítica, haveremos de conquistar a virtude da Temperança e desta maneira nos libertaremos da insipiência do orgulho que nos prejudica; da vaidade que nos ilude pela sua temporalidade material efémera e passageira; do sentimento de superioridade que nos apequena perante os nossos Irmãos.
Certa vez ouvi de um amigo, uma expressão interessante:
“Nós temos dois ouvidos e somente uma boca, portanto temos que ouvir mais e falar menos”
Temperança é isto e muito mais, tem-se que ter a parcimónia na dosagem dos conhecimentos, para que seja alicerçado e solidificado com a argamassa da aprendizagem, tendo como base o Tríplice Ensino Maçónico: Ritualístico, Esotérico e Espiritual.
O Ensino Ritualístico, propicia a nossa correcta participação em todos os procedimentos em Loja e fora dela, dá a condição de identificar-nos com os nossos Irmãos Maçons, se assim o desejarmos, onde quer que estejamos, através de sinais, toques e palavras.
O Ensino Esotérico, foi introduzido pelos os nossos antepassados, para dar sentido de organização na nossa Ordem, quando entramos no nosso templo, temos a visão clara, de que todos os símbolos e objectos estão ali colocados nos seus exactos lugares, por alguma razão, obedecendo o determina as orientações maçónicas.
O Ensino Espiritual, é o mais profundo e sensível para concepção do que é a Maçonaria, pois através da aprendizagem, é o complemento, é o adorno e é a aureola, que começa a tornar-se evidente para aquele Maçom, que deseja construir uma carreira maçónica profícua.
Fato é, o homem Maçom que não conseguir incorporar, nos seus sentimentos, o ensino espiritual da Maçonaria, com certeza, com o tempo, ele vai abandonar a Ordem.
Pode até demorar, porém mais cedo ou mais tarde ele vai embora. Como se diz popularmente: “tem que haver química entre o iniciado e o mundo maçónico”, caso contrário o cidadão vai reconhecer que: “isto aqui não é a minha praia”.
O Maçom ao usar da Temperança, adquire dom da paciência, da observação, da compreensão e da fraterna união; aí sim, será um homem livre e de bons costumes e um espelho para os demais.
Como sabemos a Maçonaria não é uma religião e sim uma escola de conhecimentos, tendo como missão a forja do bom carácter e do aprimoramento das virtudes, tendo como fim preparar o homem Maçom para o desempenho do glorioso papel de construtor social.
A virtude da Temperança é como formão de aço usado para aparar as infinitas arestas da Pedra Bruta, que existe dentro do homem Maçom, pois é ela que disciplina os impulsos, os desejos e as paixões humanas.
Conclusão
Todas as virtudes têm os seus méritos, porque elas são peças que compõem a bússola que direcciona para o caminho do bem, além de servir de alicerces para o progresso de uma sociedade justa e pacífica.
Havendo virtude sempre que haverá resistência voluntária ao arrastamento das tendências; pois isso é uma das características do ser humano, mas a sublimidade (conquista) da virtude consiste no sacrifício do interesse pessoal para o bem do próximo, sem segundas intenções.
Por mais que lutemos contra os vícios, não conseguiremos extirpá-los se não os atacarmos pela raiz e se não destruímos as suas causas e efeitos.
Mas pela nossa natureza humana, todos os esforços tendem para esse fim, porque neles (vícios) estão encrustadas as mais perversas e verdadeiras chagas da sociedade.
Porém, é importante afirmar que: “Não se deixem vencer pelo mal, mas vençam o mal com o bem” (Romanos 12:21)
“O homem Maçom ao usar da Temperança, adquire pela paciência, pela observação, pela compreensão, pela fraterna união, o dom da Tolerância, aí sim, será um homem livre e de bons costumes, exemplo para os demais, Irmãos e Profanos”
(Bruno Bezerra de Macedo – M:. M:.
ARLS Adolfo Bezerra de Menezes n° 100 – GLMECE)
Elson Levi Eustáquio Pinto – M:. M:. – Loja Cláudio das Neves nº 1939 – GOB – Uberlândia -MG – Br.
Fontes de pesquisas
- Dicionário da Língua Portuguesa
- Diversos textos maçónicos e religiosos
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