Castro Alves: o poeta que incendiou as palavras e libertou consciências

 


Em um tempo de correntes, ele escreveu liberdade.
Em um século de silêncios, ele gritou.

E quando a poesia brasileira parecia falar apenas de flores e saudade, Castro Alves escolheu os navios negreiros.
Antônio Frederico de Castro Alves nasceu em 1847, na Bahia. Era belo, carismático, de fala arrebatadora e ideias maiores do que o mundo que o cercava.

Não queria apenas escrever versos.
Queria mudar o destino.
E usou a poesia como arma.
Chamaram-no de “Poeta dos Escravos”.
Mas ele foi mais do que isso.
Ele foi a consciência ardente de um Brasil adormecido.

Quando muitos se calavam diante da escravidão, Castro Alves apontava o dedo, escrevia em praça pública, enchia os teatros, fazia do papel um campo de batalha.
“Existe um povo que a bandeira empresta / P’ra cobrir tanta infâmia e covardia…”
Com apenas 21 anos, escreveu O Navio Negreiro, um dos poemas mais contundentes da literatura de língua portuguesa.
Não era apenas lirismo.
Era denúncia.
Era desespero transformado em ritmo.
Era sangue vertido em palavras.

E ao lado do abolicionismo, também cantou o amor.
Mas mesmo o amor, em Castro Alves, parecia urgência, incêndio, tempestade.
Amava com o mesmo fôlego com que lutava — profundamente, intensamente, desesperadamente.
Mas os que vivem como tochas
não duram muito.
Aos 24 anos, morreu de tuberculose.
Deixou poucos livros, mas infinitas brasas.
Sua obra atravessou o tempo como flecha em direção ao futuro.
Inspirou poetas, inflamou revoluções, tocou almas.
Castro Alves morreu jovem, mas não cedo.

Porque quem vive em fogo deixa sua marca em cada sombra.
Ele foi voz, foi fúria, foi chama!
E onde houver poesia que sonha com justiça,
haverá sempre um pouco de Castro Alves aceso...


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