Dizei-me, bom leitor e melhor espírito: reparaste no mistério que encerra o número três, número não vulgar nem profano, mas sim símbolo arcano, raiz do eterno e espelho da alma?
Pois saibam que não é em vão reverenciado pelos sábios de todos os tempos e logias, e não sem causa ele se ergue no coração do Templo como coluna invisível que sustenta o equilíbrio do mundo.
Três são as luzes que guiam o Iniciado, assim como três são os passos que o aprendiz dá ao abrir-se o limiar do conhecimento.
Três perguntas que ressoam no peito dela:
— Quem sou eu?
— De onde eu venho?
— Para onde eu vou?
E três, também, as virtudes que adornam o bom maçom como coroa invisível:
Sabedoria, Força e Beleza, que como estrelas fixas iluminam seu caminhar.
Não é o 3 dígitos qualquer.
Não.
É o número da manifestação perfeita, da unidade feita forma, do Verbo que encarna em obra, pensamento e ação.
Nele mora o segredo do Triângulo, figura que sem se mexer sustenta o universo.
Nele está o equilíbrio dos opostos: onde dois se confrontam, o terceiro concilia.
Nele se canta a harmonia do alto, do meio e do baixo; do céu, da terra e do homem.
"E assim como o templo se ergue com três colunas, e a logia se acende com três luzes, assim também a alma humana, se tem de conhecer o seu destino, tem de se elevar por três graus, vencer três sombras e tocar três vezes o limiar do Grande Mistério. "
Não despreze, pois, o humilde número, no seu centro palpita a geometria do cosmos e a arte de viver.
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