Pode-se afirmar que, o rito foi introduzido oficialmente no Brasil no mês de novembro de 1815, com a fundação da Loja Comércio e Arte, na cidade do Rio de Janeiro, sendo seus trabalhos interrompidos em 30 de março de 1818, quando o Imperador D. João VI, emitiu um Alvará Régio, "Lesa Majestade" obrigando as sociedades secretas, de qualquer forma e denominação no território luso brasileiro cessarem suas atividades.
A Maçonaria Adonhiramita no Brasil Ao lado do Rito Moderno, o Rito Adonhiramita foi um dos primeiros introduzidos no Brasil, precedendo, por pouco tempo, o primeiro, no início do século XIX. O Grande Oriente do Brasil – inicialmente Grande Rito Moderno Oriente Brasílico – criado em 1822, todavia, adotou o Rito Moderno. Embora, no início do século XIX, o Rito tenha tido muita aceitação, ele acabaria, logo, sendo praticamente ignorado, pois, quando, depois do fechamento do Grande Oriente Brasílico – a 25 de outubro de 1822 – foi reerguida a Maçonaria brasileira, em 1830 e 1831, através de dois troncos, o Grande Oriente Brasileiro e o Grande Oriente do Brasil, respectivamente, nenhuma Loja adotou o rito. Ele só seria reintroduzido em 1837, quando foi fundada a Loja "Sabedoria e Beneficência", de Niterói, regularizada a 16 de janeiro de 1838, na jurisdição do Grande Oriente do Brasil, vindo a abater colunas em 1850. A segunda Loja – "Firmeza e União" – surgiria em 1839, ano em que a Constituição do Grande Oriente do Brasil instituía o Grande Colégio de Ritos, para abrigar os Altos Graus dos ritos então praticados: Moderno, Adonhiramita e Escocês Antigo e Aceito. Este último havia sido introduzido em 1829 e seu Supremo Conselho, fundado em 1832, sendo Obediência independente, começava a criar suas próprias Lojas. Em 1842, com a promulgação de uma nova Carta Magna do Grande Oriente do Brasil, foi reorganizado o Grande Colégio dos Ritos, com os três ritos então praticados, o que mostra como foi extemporânea a comemoração, em 1992, no Rio de Janeiro, do "sesquicentenário" da Oficina Chefe do Rito Moderno. A incorporação, em 1854, do Supremo Conselho do Rito Escocês ao Grande Oriente do Brasil teria de provocar uma modificação no Grande Colégio de Ritos, do qual já não faria parte o Escocês. Assim, de acordo com a Constituição de 1855, foi criado, apenas para atender aos Ritos Moderno e Adonhiramita, o Sublime Grande Capítulo dos Ritos Azuis. Em 1863, ocorreria uma dissidência, no Grande Oriente do Brasil, liderada por Joaquim Saldanha Marinho, sendo criado o Grande Oriente do Vale dos Beneditinos – que, depois de uma fracassada tentativa de reunificação, passou a se denominar Grande Oriente "Unido" – em alusão ao seu local de funcionamento. Nesse Grande Oriente, o Rito Adonhiramita floresceu, chegando, o número de suas Lojas, a suplantar o do Grande Oriente do Brasil: neste, foram fundadas as Lojas "Aliança", em 1869, e "Redenção", em 1872, perfazendo três Lojas do rito, contra cinco, existentes, na mesma época, no Grande Oriente dos Beneditinos. Com essas três Lojas, o Grande Oriente do Brasil criou pelo Decreto nº 21, de 2 de abril de 1873, o Grande Capítulo dos Cavaleiros Noachitas, ligado, como Supremo Conselho Escocês, ao Grande Oriente que era uma Obediência mista (simbólico-filosófica), numa situação que iria perdurar até 1951. Nesse ano, a 23 de maio, pelo Decreto nº 1641, o Grão-Mestre do GOB, Joaquim Rodrigues Neves, promulgava a nova Constituição, a qual passava a reger apenas a Maçonaria Simbólica, fazendo com que o Grande Oriente voltasse a ser uma Obediência estritamente simbólica, separando-se das Oficinas Chefes de Rito. A Constituição esclarecia que o Grande Oriente "com elas mantém relações da mais estreita amizade e tratados de reconhecimento, mas não divide com elas o governo dos três primeiros graus, baseados na lenda de Hiram, que exerce na mais completa independência em toda a sua vasta jurisdição". Estabelecida pela Constituição durante a Fundação do Grande Oriente de Brasil de 1839, com a criação do colégio dos Ritos. Em 1851 foi criado o colégio dos Ritos Azuis e, em 1873 o GRANDE CAPÍTULO DOS CAVALEIROS NOAQUITAS PARA O BRASIL, através do Decreto nº 21, de 24 se abril de 1873. ![]() Após a separação da Maçonaria Brasileira, onde os graus simbólicos ficaram sob a jurisdição do Grande Oriente do Brasil e os Altos Graus jurisdicionados às respectivas Oficinas Chefes dos Ritos, a 02 de junho de 1973, o MUI PODEROSO E SUBLIME GRANDE CAPÍTULO DOS CAVALEIROS NOAQUITAS PARA O BRASIL, decidiu pela transformação do Rito para 33 graus, instituindo os Graus Kadosch. A partir desta data, o governo das Oficinas Litúrgicas do Rito Adonhiramita, antes exercido pelo MUI PODEROSO E SUBLIME GRANDE CAPÍTULO, ficou afeto ao EXCELSO CONSELHO DA MAÇONARIA ADONHIRAMITA. O novo ordenamento, preservando todas "as generalidades ritualísticas compiladas pelo Barão Tschoudy" e publicado por Guillemain de Saint-Vitor foi adotado com a aprovação do Projeto apresentado pela Comissão instituída pelo MUI PODEROSO E SUBLIME GRANDE CAPÍTULO DOS CAVALEIROS NOAQUITAS PARA O BRASIL, com o objetivo de aprofundar os estudos. Assim sendo, todos os graus do antigo ordenamento foram preservados em toda a sua essência, mantendo intactas até os dias atuais, tradições ritualísticas e práticas iniciáticas muito antigas, algumas das quais, datam do surgimento da própria maçonaria operativa, outras foram adotadas no início do Século XVIII, à época do surgimento da Maçonaria especulativa. A 15 de abril de 1968, era assinado, entre o Grão-Mestre do Grande Oriente, Álvaro Palmeira, e o então Grande Inspetor do Sublime Grande Capítulo, Josué Mendes, um Tratado de Aliança e Amizade entre as duas Obediências. Com a morte, em 1969, de Josué Mendes, Aylton de Menezes assumiu o cargo de Grande Inspetor, tratando de alterar, totalmente, a estrutura administrativa do rito, que, há muito, não era mais praticada em qualquer outro país do mundo. Com isto, de acordo com sua Constituição, promulgada a 2 de junho de 1973, o Sublime Grande Capítulo passou a se denominar Excelso Conselho da Maçonaria Adonhiramita, enquanto o Grande Inspetor assumia o título de Magnífico Patriarca Regente. Conforme os termos da Constituição, os poderes e autoridades do Sublime Grande Capítulo eram transmitidos ao Excelso Conselho, embora o tratado de 1968, com o GOB, tivessem sido feito em nome do Grande Capítulo. Além da alteração administrativa, os graus adonhiramitas eram, então, aumentados de treze para trinta e três. Bibliografia Castellani, José, Fragmentos da Pedra Bruta, Editora A Trolha, 2001, Volume II. |
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