Narrativa simbólica e cronológica da Maçonaria
Na escuridão do tempo, quando os nomes ainda não eram esculpidos em pedra e a palavra era transmitida de mestre para aprendiz sob céus estrelados, surgiram os primeiros construtores.
Com martelos e esquadros, eles levantaram templos não só de pedra, mas de saber.
Egito, Grécia, Jerusalém... foram testemunhas mudas do germe de uma ciência oculta: a do espírito erguido, que se mede a si mesmo.
Os séculos passaram, e os maçons operacionais, aqueles que cinzelaram a matéria, deram lugar aos especulativos, que procuravam polir a alma.
As lojas foram então povoadas de pensadores, médicos, cientistas, poetas e homens de Estado, unidos sob símbolos comuns: o esquadrão, o compasso e a Luz.
Mas a Luz incomoda aqueles que
habitam na sombra.
Durante a Idade Média e a Inquisição, muitos foram perseguidos, acusados de heresia, condenados ao silêncio.
No entanto, nas oficinas góticas, os construtores ainda escondiam ensinamentos secretos entre vitrais e arbotantes. Cada pedra, uma letra, cada templo, um livro selado.
No Século das Luzes, quando a razão começou a brilhar, a Maçonaria foi o bastião do pensamento livre.
Revoluções nasceram sob as suas colunas: independência da América, emancipação do espírito europeu, princípios da igualdade, liberdade e fraternidade.
Mas essa proximidade com as mudanças trouxe suspeitas e muitas vezes perseguição.
Em impérios totalitários, ditaduras religiosas ou nacionalismos extremos, o avental foi considerado uma ameaça.
Eles foram chamados conspiradores, hereges, traidores.
Mesmo assim, as logias resistiram.
No século XX, enquanto o mundo ardia em guerras, campos de concentração e bombas atômicas, muitos maçons foram exterminados por regimes que temiam o homem livre e pensante.
Seus símbolos foram banidos, seus templos profanados, seus membros torturados ou mortos.
E ainda assim...
A luz não está extinta.
Hoje, no século XXI, a Maçonaria enfrenta outros desafios: apatia, banalidade do mundo moderno, incompreensão das massas, infiltração de interesses alheios à Arte Real.
Muitos confundem seus rituais com superstição, seus princípios com elitismo, seus segredos com conspiração.
Mas para aqueles que entendem a sua essência, ela continua sendo o que sempre foi:
Um caminho de perfeição interior.
Uma oficina onde a alma se esculpe.
Uma escola de liberdade, pensamento e virtude.
Desde a poeira dos antigos pedreiros até as telas digitais das novas gerações, a Maçonaria atravessou os tempos como um rio subterrâneo que nunca seca.
E lá, no coração de cada loja, continua viva a chama que nem ferro nem fogo conseguiram apagar.
Porque enquanto houver
homens dispostos
a buscar a verdade,
a Maçonaria viverá!
Frase ad hoc
"Lux perit, nisi custodiatur in silentio et sapientia."
"A luz perece, se não for guardada
em silêncio e sabedoria. "
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