ABRAXAS (POR VICTOR SALAZAR)

O estudo da Gnosis usa-se consistentemente a palavra “esotérico” e vale a pena compreendê-la, pois a sua má interpretação pode levar muitos sinceros a rejeitar o ensino.

A palavra esotérica é uma adaptação latina da palavra grega esoterikos, que segundo a escola de Aristóteles (384 a 322 A.C.), se referia a “Filosofias muito complicadas que só os estudiosos, ou ‘os de dentro’, podiam compreender”.

Além disso, a Real Academia define-o como “Oculto ou impenetrável para os não iniciados”.
Portanto, “esotérico” significa “escondido”, “velado” ou “para os poucos”.

Esotérico nada tem a ver com a interpretação assustadiça de “escondido” que mal traduzido implica “da escuridão” ou “meus” que, de lá e em diante, a ignorância continua a acrescentar tantas outras definições inventadas como “demoníaco”, “satânico” e “do diabo.

Do Egito surgiu um dos muitos grandes mestres do Gnosticismo Esotérico Universal: Basílides, que ofereceu o ensino oculto nas terras de Alexandria durante o século II A.C. e a tradição que nos chega de Clemente de Alexandria narra que Basílides mesmo recebeu o ensino dos lábios de Glaucios, um intérprete do Apóstolo Pedro.

Vale referir que o ensino gnóstico que Pedro recebeu dos lábios do Grande Mestre Jesus está escrito de forma minuciosa no Pistis Sophia (que significa “A Sabedoria do Despertar” ou “O Poder da Sabedoria”); livro que guarda os ensinamentos oferecidos pelo Grande Mestre Jesus aos seus apóstolos por onze anos após sua ressurreição.
Abraxas
Basílides falava de ABRAXAS como “o Grande Arcano”, a divindade suprema (representada pelo Sol), fonte das emanações divinas e deus dos Principados das 365 esferas da criação, e o fundamento principal de seu ensino, sendo que a salvação do homem vinha através da gnose somente quando o homem é capaz de encarnar ABRAXAS em si mesmo.

As sete letras da palavra ABRAXAS são baseadas na Lei do Heptaparaparshinok ou na Lei do Santo Sete.

Esta é a lei cósmica que se encarrega de trazer ordem à própria criação.

Cada uma das letras faz referência a um dos “sete planetas clássicos” que podem ser apreciados a olho nu; devemos entender que planeta não se refere ao que hoje em dia visualizamos imediatamente como uma mole de matéria que orbita ao redor do sol, mas planeta no seu sentido original de viajante ou Homem Voador.

ABRAXAS é um acrônimo dos Sete Cosmocratores (criadores do cosmos) ou Sete Homens Celestes que no cristianismo se reconhecem como Arcanjos:
GABRI-EL (O Herói de Deus).
RAPHA-EL (A Sabedoria de Deus ou a Cura de Deus).
URI-EL (O Amor e a Misericórdia de Deus).
MICHA-EL (Quem como Deus).
SAMA-EL (A Justiça de Deus).
ZACARI-EL (A Memória de Deus ou o Grande Homem que Guarda o Poço da Sabedoria de Deus).
ORIFI-EL (A luz de Deus).

Estes estão associados aos “sete planetas clássicos” porque cada Arcanjo em si é uma alma planetária:

Gabriel é a alma da Lua,
Rafael de Mercúrio,
Uriel de Vênus,
Michael del Sol,
Samael é Marte,
Zachariel é Júpiter e
Orifiel é Saturno.

Por sua vez,
estes sete planetas são o alicerce
dos sete dias da semana, pois:
Domingo é dia de sol.
Segunda é dia de lua.
Terça é dia de Marte.
Quarta é dia de Mercúrio.
Quinta é dia de Júpiter.
Sexta é dia de Vênus e s
Sábado é dia de Saturno.

Portanto, ABRAXAS é a força que organiza a própria criação, e é também a força que influenciam a nossa psique, e as forças que permeiam e influenciam o nosso diário de vida.
Em um nível superior ABRAXAS é em si o Grande Sopro; como fonte das emanações divinas, é a Coroa da Vida – o Kether dos cabalistas hebraicos – e é também o Grande Raio, o espaço incrementado e a luz imanifestada.
Os praticantes dos antigos mistérios reconheceram que tal poder, ao verbalizar o seu nome, transmitia qualidades de tipo superior com capacidade de influenciar eventos e realizar prodígios fazendo uso das forças ocultas da criação.

É por isso que vemos amuletos como a Pedra de ABRAXAS, onde um galo movido por duas serpentes se move para a direita, vestido de guerra, protegido com um escudo e com um chicote na mão. Tal pedra sintetiza ocultamente (esotérica).

O galo é símbolo do Chrestos grego ou Cristo Cósmico; a inteligência do Pai que está em segredo.

Este mesmo galo é aquele que vemos no evangelho do Apóstolo Marcos:
E o galo cantou da segunda vez: e Pedro lembrou-se das
palavras que Jesus lhe tinha dito: Antes que o galo cante duas vezes, você me negará três vezes.
E pensando nisso, chorava. Marcos 14:72, Rainha Valera Antiga.
As serpentes que o movem são
PITON (à sua esquerda)
e KUNDALINI (à sua direita).

A primeira é a serpente tentadora do Éden, a segunda é a serpente sagrada dos nossos poderes mágicos; aquela que em trabalho da magia do amor tem a capacidade de destruir nossos defeitos, de nos regenerar e nos transformar profundamente.

PITON é simbolizada na [Divina] Comédia de Dante por aquelas serpentes que atormentam as almas nos mundos infernos. Kundalini é o seu aspecto contrário, a serpente enrolada na garganta do Senhor SHIVA ou “o Senhor da Criação”, que no cristianismo é o próprio Espírito Santo.

O GALO está vestido de guerra e tal vestimenta é símbolo dos veículos superiores do Ser que não temos, há que fabricá-los através do processo científico da transmutação alquímica das energias do mesmo ser humano.

Seu escudo é semelhante ao escudo de penas do deus Asteca Huitzilopochtli, símbolo do Cristo e do Ser.
O escudo é símbolo do amor, pois é o amor a força que nos protege contra as forças negativas externas e internas.
Finalmente, o seu chicote é símbolo da força da vontade, a eliminação do fariseu interior que nos permite viver a vida no caminho do recto pensar, do reto agir e do reto sentir.

Tal caminho de retidão é simbolizado com o Galo caminhando para a direita, o caminho dos “destros”.
Todos estes símbolos estão cinzelados em pedra, pois o trabalho Gnóstico Esotérico é o trabalho com a pedra filosofal.
O nome da pedra filosofal é Patar, que também é o nome do Apóstolo Pedro, então o Grande Mestre Jesus disse:
Mas eu também te digo que tu és Pedro (Patar), e sobre esta pedra edificarei a minha igreja; e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.
 
O estudo da Gnosis usa-se consistentemente a palavra “esotérico” e vale a pena compreendê-la, pois a sua má interpretação pode levar muitos sinceros a rejeitar o ensino.

A palavra esotérica é uma adaptação latina da palavra grega esoterikos, que segundo a escola de Aristóteles (384 a 322 A.C.), se referia a “Filosofias muito complicadas que só os estudiosos, ou ‘os de dentro’, podiam compreender”.

Além disso, a Real Academia define-o como “Oculto ou impenetrável para os não iniciados”.
Portanto, “esotérico” significa “escondido”, “velado” ou “para os poucos”. Esotérico nada tem a ver com a interpretação assustadiça de “escondido” que mal traduzido implica “da escuridão” ou “meus” que, de lá e em diante, a ignorância continua a acrescentar tantas outras definições inventadas como “demoníaco”, “satânico” e “do diabo.

Do Egito surgiu um dos muitos grandes mestres do Gnosticismo Esotérico Universal: Basílides, que ofereceu o ensino oculto nas terras de Alexandria durante o século II A.C. e a tradição que nos chega de Clemente de Alexandria narra que Basílides mesmo recebeu o ensino dos lábios de Glaucios, um intérprete do Apóstolo Pedro.

Vale referir que o ensino gnóstico que Pedro recebeu dos lábios do Grande Mestre Jesus está escrito de forma minuciosa no Pistis Sophia (que significa “A Sabedoria do Despertar” ou “O Poder da Sabedoria”); livro que guarda os ensinamentos oferecidos pelo Grande Mestre Jesus aos seus apóstolos por onze anos após sua ressurreição.

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