Em nossa jornada iniciática, à medida que burilamos a Pedra Bruta com o Cinzel da Razão e o Malho da Virtude, é inevitável que encontremos obstáculos.
Não apenas obstáculos exteriores, mas também resistências sutis, muitas vezes encarnadas nas atitudes, incompreensões e limitações dos que nos cercam.
Mesmo quando nos deparamos com os que atrapalham nosso caminho, não devemos nos corromper com irritação, nem abandoná-los com frieza.
Pois tanto a desistência quanto a raiva são fraquezas, e ambas revelam que ainda não dominamos verdadeiramente o Espírito que a Maçonaria nos convida a cultivar.
O Caminho da Retificação é Solitário...
Mas Não Exclusivo
Quando o Irmão decide alimentar-se da Luz, dos princípios, da reflexão e do autoconhecimento, ele pode, por instinto, afastar-se daqueles que ainda se alimentam da sombra da ignorância.
Mas atenção: isso seria uma deserção da missão que nos foi confiada.
O verdadeiro Iniciado não se afasta com orgulho,
nem se vinga com silêncio.
Ele permanece firme, com coragem, mas também com ternura. Ele avança, sim, mas deixa sempre uma tocha acesa atrás de si, para que os que ainda hesitam possam ver o caminho.
Não se Trata Apenas de Evoluir…
Mas de Elevar Juntos
O ensinamento aqui é claro: não se trata de abandonar nossos irmãos de caminhada. Tampouco devemos justificar nosso crescimento com desprezo aos que ainda não compreenderam o que compreendemos.
O Iniciado verdadeiro aprende a pacificar a si mesmo quando os outros perturbam.
Aprende a ensinar sem impor, a servir sem esperar recompensa, e a amar mesmo quando é rejeitado.
Dentro do Templo, Fora do Templo
Na Loja, chamamo-nos de Irmãos. Mas quando saímos do Templo, esquecemos muitas vezes que aqueles que nos causam dificuldades são nossos potenciais irmãos.
Talvez estejam apenas no estágio em que um dia também estivemos. Lembremo-nos: fomos, um dia, brutos... e alguém nos teve paciência.
A Maçonaria nos ensina
a usar o Esquadro da Retidão e
o Compasso da Tolerância.
Assim, não nos afastamos por orgulho, nem nos unimos por conveniência, mas por consciência.
Conclusão
Avançar no caminho da Luz não é afastar-se dos outros, mas tornar-se farol.
Abandonar quem ainda não compreendeu é abandonar a nós mesmos, pois eles são reflexos do que um dia fomos, e talvez, em alguma medida, ainda sejamos.
Sigamos, portanto, com firmeza e com amor. Cultivemos o silêncio que ensina, o exemplo que guia e a gentileza que transforma.
(Andros)
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