O culto de Isis e suas ordens filhas esotéricas místicas mágicas (por Karlo Luebbert)

O culto de Isis foi uma das religiões mistéricas mais influentes do mundo antigo, nascida no Egito faraônico e depois amplamente difundida pelo Mediterrâneo em épocas helenísticas e romanas. escola de mistérios com rituais iniciais, níveis de conhecimento e uma visão esotérica de mundo.

Objetivo do culto de Isis

O objetivo central do culto de Isis era:

• A união com a deusa mãe e o conhecimento da alma.

• A regeneração espiritual do iniciado.

• A compreensão dos mistérios da vida, morte e ressurreição.

• Participar do mito sagrado de Isis, Osíris e Hórus, entendidos como arquétipos internos.

Isis não era apenas uma deusa maternal: também era vista como a guardiã dos segredos da vida, morte e iniciação, uma espécie de Sophia egípcia, portadora do conhecimento oculto e mediadora entre o céu e a terra.

Crenças do culto de Isis

1. A imortalidade da alma: crença de que a alma poderia renascer, guiada pelos mistérios revelados por Ísis.

2. O poder da magia (heka): Isis era uma deusa maga suprema. Seus iniciados estudavam fórmulas, rituais e nomes secretos de poder.

3. O princípio feminino como fonte da ordem cósmica: Isis representava a sabedoria feminina, a fertilidade e o equilíbrio universal.

4. A ressurreição mística: simbolizada na união de Isis com Osíris, representa a capacidade de “reaviver” espiritualmente a alma adormecida ou fragmentada.

5. O silêncio como virtude inicial: os mistérios não podiam ser revelados aos não iniciados, sob pena de morte ou excomunhão espiritual.

Estrutura de graus iniciais

(segundo Plutarco e Apuleyo)

Embora não haja listas exatas como na maçonaria moderna, alguns testemunhos — especialmente em textos greco-romanos como O Asno de Ouro de Apuleyo — sugerem uma estrutura hierárquica implícita:

1. Neófito (o purificado)

• Estava passando por rituais de limpeza, jejum e abstinência.

• Foi preparado secretamente sob um mestre ou padre.

2. Iniciado (mystês)

• Participou em ritos simbólicos de morte e renascimento.

• Poderia ter sido trancado em um túmulo ou câmera escura.

• Recebia visões e juramentos de silêncio.

3. Hierofante ou padre

• Encarregado dos rituais, conhecedor dos nomes secretos dos deuses, fórmulas mágicas e ritos de consagração.

• Provavelmente ligado a práticas astrais e de leitura simbólica.

4. Sumo Sacerdote ou Adepto Maior

• Responsável pelo templo e pelos mistérios mais altos.

• Foi-lhe atribuído conhecimento dos textos herméticos, do ciclo da vida e do além, e do simbolismo do olho de Hórus, do escaravelho e da cruz ansada (ankh).

Princípios e valores fundamentais

• Verdade, pureza, devoção, conhecimento esotérico e magia prática.

• A sabedoria é feminina, e deve ser cultivada a partir da conexão interior e não apenas do intelecto.

• Mistério não se ensina, se vive.

• A ressurreição espiritual é o objetivo de todo iniciado.

Figuras reconhecidas ou historicamente ligadas ao culto de Isis.

1. Apuleyo (século II d.C.)

• Autor do Asno de Ouro, onde narra uma iniciação real ao culto de Isis, considerada um dos únicos testemunhos literários em primeira mão sobre esses rituais.

2. Plutarco (século I d.C.)

• Em De Iside et Osiride, interpreta o mito de Isis como uma doutrina filosófica e mística, influenciada pelo platonismo e pelo hermetismo.

3. Alexandria e os neoplatônicos.

• Filósofos como Plotino, Porfírio e Proclo estudaram os símbolos de Isis no quadro da teosofia hermética.

4. Cleópatra VII

• Considerada uma encarnação política e religiosa de Isis. Ela se proclamou “a nova Ísis” em seu esforço para unir religião, política e espiritualidade no Egito.

5. Sacerdotes egípcios anônimos de templos

...como Filé, Dendera, Abidos e Saqqara, que guardavam os segredos mágicos e astrais atribuídos à deusa.

Semelhanças

com Hermetismo, Cabala e Magia.

Elemento do Culto de Isis :

Isis como mãe divina.