"O Preparo e a Qualificação do Maçom" (@AndrosBaruc)


Reflitamos juntos, hoje, sobre uma pergunta de aparência simples, mas de profundidade abissal:
“Como deve ser feito o preparo e a qualificação
de um Maçom?”
Muitos, ao ouvirem essa indagação, poderiam recorrer de imediato aos rituais, às instruções litúrgicas, ao tempo de Loja ou aos títulos adquiridos com o passar dos anos.
No entanto, como bem sabemos, e como a Verdade exige, ser Maçom vai muito além do cerimonial.
Preparo: o chamado ao Despertar
O verdadeiro preparo de um Maçom não começa no dia da Iniciação, mas no instante em que a inquietude invade sua alma e ele, olhando para o mundo ao seu redor, começa a buscar algo que não encontrou fora: o sentido, a verdade, a luz.
Preparo é ter coragem de olhar para a própria ignorância e dizer:
"Sou pedra bruta. Quero ser lapidado."
Preparo é o silêncio da vaidade, a renúncia da arrogância, a morte do ego diante da Verdade.
É compreender que a Maçonaria não está na veste ou no avental, mas na alma que se desnuda diante do Sagrado.
Qualificação: a lapidação cotidiana
Qualificar-se como Maçom é fazer da vida um ritual constante.
É acordar a cada dia decidido a ser melhor do que foi ontem, mesmo que o mundo à sua volta permaneça mergulhado no caos.
É viver segundo a máxima:
"O que fazes no escuro define quem és na Luz."

O Maçom qualificado:
Não fala o que não vive.
Não impõe o que não compreende.
Não julga o que ainda não lapidou em si.

O tempo de Loja, os graus ou os títulos, se não forem acompanhados de transformação interior verdadeira, tornam-se meros ornamentos vazios.
A qualificação do Maçom está no domínio de si mesmo, na retificação dos próprios erros, na capacidade de ouvir mais do que falar, e no cultivo da virtude em silêncio.

Pedra sobre Pedra: o Templo Interior
A cada ato ético, a cada escolha justa, a cada renúncia feita em nome da verdade, uma nova pedra é assentada no Templo Interior.
E esse Templo só se ergue com os instrumentos
simbólicos do trabalho:
Com o malhete, que disciplina a vontade.
Com o cinzel, que lapida os excessos do caráter.
Com o compasso e o esquadro, que alinham nossas ações à Lei Maior.
E com a Luz, que é buscada por quem reconhece a própria escuridão.

A Maçonaria como Caminho,
não como medalha
Ser Maçom não é uma conquista que se pendura no peito.
É uma caminhada que nunca termina.
A qualificação maçônica não está nos olhos dos outros, mas na consciência reta diante do G.A.D.U.
É possível enganar os homens.
Mas ninguém engana a pedra que se é.
Conclusão
O preparo e a qualificação de um Maçom devem nascer da fome de luz, da sede de justiça, da entrega silenciosa ao ideal de aperfeiçoamento.
O mundo carece de heróis.
Mas a Maçonaria não busca heróis.

Ela forja homens justos, retos, fraternos e discretos, que viram heróis .
Porque é deles que o mundo precisa.
"Não te conformes com este mundo.
Transforma-te pela renovação do teu entendimento."
E é nesse espírito que devemos nos preparar e qualificar:
não para sermos admirados, mas para sermos úteis.
Que cada irmão aqui presente
continue sua obra com mãos firmes, olhos abertos e coração limpo.


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