À meia-noite simbólica, quando o silêncio é pleno e o espírito busca a verdade por trás do véu da ilusão, a Morte ergue-se não como fim, mas como Mistério...
E ela fala, não com terror, mas com sabedoria antiga:
Ó Vida... por que foges de mim como se eu fosse tua inimiga?
Não sou teu oposto, mas teu espelho.
Sou o compasso que mede tua obra, o prumo que desafia tua retidão.
Sou a guardiã do portal, não sua destruidora.
Por que não me perguntas o que vim ensinar?
A Vida, ainda presa às correntes da ilusão, hesita.
Mas a Morte insiste:
Me questione, ó Vida!
Atravesse o limiar do medo e ouse ver com olhos iniciados.
Por que temes o que dá sentido à tua própria jornada?
Sem mim, tua luz não brilha, tua pressa não faz sentido, tua busca não tem peso.
E ali, entre colunas invisíveis, a Morte não exige respostas.
Ela exige perguntas.
Porque aquele que verdadeiramente
busca a Luz,
questiona até o silêncio,
até o fim, até a própria Morte.
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