Que a Paz esteja em nossos corações
e a Luz se manifeste
em nossas consciências
Ergamo-nos hoje diante de um tema inquietante, tão antigo quanto a própria história da humanidade, e que atravessa os séculos como uma adaga silenciosa cravada no flanco da consciência moral: a omissão dos homens bons.
“Muitas vezes a injustiça reside no que tu não estás fazendo, não só no que estás fazendo.”
A injustiça não se apresenta apenas como atos hediondos ou palavras cruéis.
Ela muitas vezes veste o manto da neutralidade, se esconde na covardia elegante dos que dizem “não é comigo”, e repousa na indiferença dos que assistem ao mal como quem assiste à chuva pela janela.
O SILÊNCIO DOS JUSTOS
A história da humanidade, que também é a história da consciência humana, nos mostra que os grandes males raramente se perpetuam apenas pela mão dos algozes.
A escravidão, o genocídio, os regimes totalitários, as segregações, os abusos em nome da lei ou da fé, tudo isso se fez possível não apenas por aqueles que arquitetaram o mal, mas também por aqueles que se calaram diante dele.
Quantos homens bons assistiram ao sofrimento de outros com os braços cruzados, o olhar baixo e a alma ausente? Quantos se refugiaram no silêncio confortável do “isso não me diz respeito”?
Quantos justificaram a covardia com a prudência?
MAÇONARIA E RESPONSABILIDADE ATIVA
A Maçonaria não é um reduto de neutralidade.
Ela é um santuário de compromisso.
Compromisso com a Verdade, com a Justiça e com a Dignidade Humana.
Ao sermos iniciados, não juramos apenas silêncio e fidelidade.
Juramos agir.
Juramos ser luz onde houver trevas, ponte onde houver abismo, martelo onde houver pedra bruta a ser desbastada.
Se formos bons e nada fizermos, seremos apenas cúmplices silenciosos do mal.
O verdadeiro Maçom não se contenta em não praticar o mal: ele combate o mal onde estiver, ainda que isso lhe custe o conforto ou a aprovação dos outros.
O MAL SE ALIMENTA DA INÉRCIA
“Tudo de que o mal precisa para prevalecer é que os homens bons não façam nada.”
Essa máxima, atribuída a Edmund Burke, nos serve como advertência moral.
Assim como o templo não se constrói com a intenção apenas, o mundo não se transforma com a neutralidade.
Ficar em cima do muro é tão perigoso quanto descer para o lado errado.
A omissão se mascara de prudência, mas por trás dela pode haver medo, apatia ou egoísmo.
O verdadeiro compromisso maçônico exige ação: uma palavra dita no momento certo, uma denúncia corajosa, um gesto de compaixão, um posicionamento firme diante da injustiça, mesmo que em silêncio, mas nunca na indiferença.
CONCLUSÃO:
SÊ UMA FORÇA PARA O BEM
Não basta apenas não fazer o mal.
É preciso, como nos ensina o texto base, ser uma força ativa para o bem, o melhor que pudermos.
Não somos pedras imóveis num templo inacabado. Somos obreiros conscientes, com malhete e cinzel na mão, e uma missão clara: transformar o mundo, começando por nós mesmos.
Seja dentro ou fora do Templo, que possamos lembrar:
"A pior covardia de um homem bom é se calar
quando sua voz é necessária".
E quando o mal bater à porta do mundo mais uma vez, como inevitavelmente baterá, que ele encontre resistência nos nossos passos, luz nas nossas palavras, e firmeza nos nossos corações.
Que assim seja.
O mundo está querendo nos oprimir e nos calar.
Somos um elefante preso por uma corda.
Despertemos desse sono!!
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