O SIMBOLISMO MAÇÔNICO: A LÍNGUA UNIVERSAL (M:. M:. KaeL.)

Irmãos, que a luz do Grande Arquiteto ilumine nossos trabalhos hoje à noite. Permitam-me conduzi-los pelos caminhos do simbolismo, essa linguagem silenciosa que fala diretamente à alma, esse código eterno que transcende línguas e fronteiras.

Quando o profano pisa pela primeira vez em nossos templos augustos, seus olhos vêem formas, figuras, disposições geométricas.

Mas nós sabemos que estamos perante algo muito mais profundo.
Estes símbolos que nos rodeiam não são meras representações: são portas. Portas que se abrem para as mais altas compreensões do espírito.
Fixemos nossa atenção no esquadrão, essa figura tão simples em sua forma e tão profunda em seu significado. Irmãos, o esquadrão não é simplesmente um instrumento do construtor.

É a representação da matéria, do terreno, da base sólida sobre a qual devemos edificar o nosso templo interior.

Seus ângulos perfeitos nos falam de retidão, integridade, necessidade de construir nossa vida sobre alicerces firmes e inabaláveis.
E junto a ela o compasso, aquele instrumento que traça círculos perfeitos, que nos liga ao divino, ao eterno.

Enquanto o esquadrão nos fala sobre a terra, o compasso nos eleva para os céus.

Suas duas pontas representam o equilíbrio perfeito entre o material e o espiritual que todo maçom deve procurar.

Uma ponta firmemente enraizada na realidade, a outra explorando as alturas da compreensão mística.
Mas há mais!

No centro do nosso templo, suspenso em seu esplendor, encontramos a letra "G".

Que mistérios encerra essa simples letra?

Geometria, sim, mas também Gnosis, Geração, Gravitação, Glória.

É o ponto central ao redor do qual todo o nosso sistema simbólico gira, lembrando-nos constantemente da presença do Grande Geómetra do Universo.
Observemos agora a estrela flamigeira, esse pentagrama que brilha com luz própria.

Cinco pontas tem, tipo, cinco são os sentidos que devemos transcender. Seu fogo interior nos fala da centelha divina que habita em cada um de nós, esperando ser alimentada até se tornar uma chama.
E o que dizer do delta luminoso, com seu olho que tudo vê?

Não é um olho que vigia, mas ilumina.

Representa essa consciência superior que devemos desenvolver, esse olhar interior que tudo compreende e tudo perdoa.
Estes símbolos não são meras decorações em nossas logias.

São ferramentas vivas, são chaves que podem abrir as portas da compreensão mais elevada.

Cada um deles encerra várias camadas de significado, e é nosso dever como maçons estudá-los, meditar sobre eles, deixá-los falar à nossa consciência.
Porque o simbolismo maçônico é uma linguagem que se aprende com o coração mais do que com a mente.

É uma comunicação direta entre a alma do iniciado e as verdades eternas.
Em um mundo onde as palavras muitas vezes dividem, nossos símbolos se unem.
Em uma época de barulho e confusão, nossos símbolos falam no silêncio sagrado da loja.
Portanto, convido-os a contemplar novamente estes símbolos e muitos outros que vemos nas nossas postagens.

Não com o olhar superficial do profano,
mas com a visão penetrante do iniciado.

Porque no seu estudo paciente e perseverante encontraremos as chaves para nosso aperfeiçoamento moral e intelectual, para essa busca pela luz que é o verdadeiro propósito da nossa augusta ordem.

Que o Grande Arquiteto do Universo nos ilumine
neste propósito sagrado,
e que nossos trabalhos simbólicos desta noite
nos aproximem um pouco mais
da compreensão dessas verdades eternas
que tanto desejamos.

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