Ritual do último adeus na maçonaria.

 

Vamos nos mergulhar no profundo e simbólico ritual do último adeus na maçonaria.

Imagine a serena solenidade de um funeral onde os presentes não se vestem simplesmente de preto, mas carregam sobre seus seios os aventales e as insígnias do seu grau maçônico.

O ambiente está carregado não só de dor, mas de um profundo simbolismo que transcende a morte.

No coração desta cerimônia fúnebre encontra-se uma inscrição enigmática que coroa muitos monumentos maçônicos: as três letras D. •. D. •. D. •. (Dor, Dor e Dor).
Este triplo lamento não é uma expressão de desespero, mas um código sagrado e um eco das correntes maçónicas europeias mais antigas.

Cada "Dor" representa uma camada diferente de significado:
-a primeira dor é a dos Irmãos que permanecem na terra, sentindo a ausência do seu companheiro;
-a segunda é a da Sociedade, que perde um dos seus pilares, uma pedra fundamental na sua estrutura fraterna; e -o terceiro, o mais profundo, é o do Universo Maçônico como um todo, que se vê empobrecido com a partida de um homem justo que contribuiu para a grande obra de construir um mundo melhor.
A cerimônia em si é
um poderoso drama alegórico.

O caixão do irmão falecido está normalmente coberto com um pano preto, sobre o qual repousam as ferramentas simbólicas do seu grau: o esquadrão, o compasso, talvez um martelo e um cinzel.

Cada uma dessas ferramentas se torna uma metáfora póstuma.

O esquadrão lembra a vida reta e honrada que levou; o compasso, a capacidade que teve de delimitar suas paixões e ambições, mantendo-se dentro dos limites da virtude.
O ato alto, carregado de emoção, é a quebra de uma coluna.

O Venerável Mestre anuncia em voz alta:
"Nossa Sociedade sofreu uma perda irreparável. Uma das suas colunas quebrou."

Em seguida, um martelo atinge simbolicamente a parte superior de uma coluna de madeira, partindo-a.

Este gesto poderoso significa que o irmão completou sua obra terrena e que o seu espírito, libertado das amarras da pedra bruta da existência material, ascende agora à Loja Celestial do Grande Arquiteto do Universo.

Não é um adeus, mas um "até sempre", um reconhecimento de que seu trabalho está concluído e que sua memória permanecerá como parte fundamental do templo invisível da fraternidade.

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