A INFLUÊNCIA DO AMBIENTE SOBRE A MENTALIDADE ..

Tem-se demonstrado repetidamente que objetos estranhos para o indivíduo produzem ou despertam uma certa reação definida dentro daquele que é exposto a eles.

Os gregos acreditavam que o homem era o produto em parte pelo menos do meio ambiente.

Eles consideravam essencial, portanto, que todas as pessoas fossem rodeadas por coisas projetadas para estimular apenas os mais elevados e nobres sentimentos da sua natureza.

Provaram concludentemente que a beleza na vida podia ser produzida cercando a vida com beleza.

Eles descobriram que corpos simétricos eram construídos por almas que estavam sempre na presença de ideais simétricos; que pensamentos nobres eram produzidos por mentes rodeadas de exemplos de nobreza mental.

Eles acreditavam que se um homem fosse forçado a contemplar uma edificação plebeia assimétrica, despertaria dentro de si sentimentos baixos e lhe provocaria o desejo de cometer atos ignóbil.

Portanto, se construíssem edifícios mal fornecidos no meio da cidade, nasciam crianças deformadas nessa comunidade; e homens e mulheres assistindo a essa
edificação assimétrica, viveriam, consequentemente, uma vida inarmônica.

Muito pouco compreendemos nós o efeito profundo, ou de longo alcance que as discordâncias nos produzem.

Em forma potencial, o homem contém dentro de si tudo o que existe em relação a ele na natureza. Todas as coisas com as quais você tem contato externamente evocam correspondência interna.

É por isso que é possível mudar o modo de viver com algo trivial, como a cor ou o design do papel das paredes da própria sala ou algum elemento discordante do ambiente que nos rodeia diariamente.

Um criminoso que por muito tempo tinha contornado a lei foi perseguido e finalmente capturado pela marca especial com que ele assinava.

Como bravata, este homem desenhava sempre três quadrados no depósito ou caixa de caudais onde roubava.

A polícia, estando no apartamento de um indivíduo suspeito, constatou que, olhando da sala, havia em frente uma parede de tijolo alta, na qual havia três janelas distribuídas da mesma forma que a assinatura característica do criminoso.

Essas três janelas fizeram tal impressão na mente do indivíduo que, involuntariamente, começou a assinar com um design semelhante.

No século XX, particularmente, vivemos uma vida discordante no arquitetônico, musical e artístico.

Os prédios estão amontoados em estranho design cubista; instrumentos musicais que nada têm em comum, são executados ao mesmo tempo; e o artista moderno encontrou fórmulas coloridas que não têm seu contraparte nem no céu, na terra ou no inferno.

A barahúnda e confusão gerada por esta civilização não podia deixar de produzir efeitos nocivos na tripla constituição do indivíduo mental, moral e físico.

Consequentemente, sua mente é tão desorganizada quanto sua arquitetura; sua moral tão discordante quanto sua música e seu corpo físico tão desagradável quanto sua arte.

Se quisermos produzir uma raça de homens e mulheres capazes de ter pensamentos racionais e inteligentes, uma nova ordem de super-homens e super-mulheres, devemos
cercá-los de exemplos de estabilidade e proporção, que evocam esses mesmos princípios adormecidos na alma humana.

A Grécia compreendeu profundamente que os seus filósofos eram o produto direto dos nobres ideais de música, arte, estética e arquitetura que tinham estabelecido como modelo ou “standard” do seu sistema cultural.

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