A Maçonaria é uma instituição antiga, repleta de símbolos e tradições que atravessaram séculos. Essa herança é o que lhe dá identidade, força e permanência. Mas, ao mesmo tempo, é preciso reconhecer que o mundo mudou e continua mudando em um ritmo acelerado. Diante disso, surge a pergunta: como a Maçonaria pode continuar viva e relevante sem perder a sua essência?
Modernizar não é romper com o passado, mas sim reinterpretá-lo à luz dos novos tempos.
Durante muito tempo, as mudanças dentro da Ordem se limitaram a ajustes nos rituais ou na administração.
Esse modelo funcionou no passado, mas hoje já não basta.
Vivemos em um mundo conectado, diverso, tecnológico e repleto de novos desafios sociais e culturais.
Se a Maçonaria quiser continuar sendo um espaço de reflexão e crescimento humano, precisa se abrir a essas transformações.
Isso significa, por exemplo, usar melhor a comunicação digital não para expor segredos, mas para mostrar à sociedade a importância de valores como fraternidade, liberdade e solidariedade.
Significa também acolher a diversidade, permitindo que pessoas de diferentes gerações, culturas e trajetórias possam encontrar na Maçonaria um espaço de diálogo e aprendizado.
Outro caminho é reforçar a presença social da Ordem.
A Maçonaria sempre teve em sua essência o compromisso de contribuir para uma sociedade mais justa.
Hoje, isso pode se traduzir em projetos comunitários, ações educativas e iniciativas de solidariedade que mostrem, na prática, que os princípios defendidos em loja também se realizam no mundo lá fora.
Modernizar, portanto, não é abandonar os rituais, os símbolos ou as tradições.
Pelo contrário: é garantir que eles continuem tendo sentido para as novas gerações.
É dar vida ao que já existe, adaptando a linguagem sem perder a mensagem.
Em um mundo de tantas mudanças, a Maçonaria tem diante de si uma oportunidade única: mostrar que seus valores, mesmo antigos, são atemporais e continuam sendo faróis para a construção de um futuro mais humano e fraterno.
Referências
“A tradição não é adoração às cinzas, mas a preservação do fogo.” — Gustav Mahler
·HOBSBAWM, Eric; RANGER, Terence (orgs.). A Invenção das Tradições. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1984.
·MACKEY, Albert G. Encyclopedia of Freemasonry.
New York: Masonic History Company, 1917.
·REICHEL, Heloisa. Tradição e Modernidade: A Maçonaria no Mundo Contemporâneo. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2012.
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