O Grande Arquiteto do Universo e o Demiurgo Gnóstico (Alcoseri)

 

Será que o Grande Arquiteto do Universo e o Demiurgo Gnóstico são o mesmo Deus?


Imagine que você está no limiar de um templo maçônico, onde as colunas de J e B se erguem como guardiões de segredos eternos, e o Grande Arquiteto do Universo (G.A.D.U.) observa das alturas com uma sabedoria imutável!

Aqui, neste sanctórum da verdade, convido-o a uma viagem iniciática que rasgará o véu da ilusão.

Você está pronto para questionar o andaime cósmico que sustenta sua realidade, para descobrir que o construtor aparente deste mundo não é o Supremo Designer, mas sim um impostor cego?

Prepare-se, porque o que se segue não é mera leitura: é um ritual de despertar que acenderá a chama do seu espírito livre.

Será que o Grande Arquiteto do Universo e o Demiurgo Gnóstico são o mesmo Deus?

Não, não!

Contemple ao seu redor: você acredita que essa realidade, saturada de dor, medo, escassez e caos, foi forjada por uma inteligência divina, amorosa e perfeita?

Essa intuição profunda de que algo está torto no cosmos não é casual; surge em sonhos febris, crises existenciais, silêncios que gritam anomalias.

Vivemos em uma sinfonia mal orquestrada, onde o sofrimento é o compasso inevitável, sistemático, como um desenho perverso.

Revelo-te um segredo maçônico:
O Grande Arquiteto do Universo não é um nome sectário, mas um título simbólico, não dogmático, que evoca o Ser Supremo, o eterno Designer que ordenou o cosmos com precisão geométrica e se retirou para observar à distância infinita, sem interferir nos assuntos humanos.

Para um judeu é Yahvé;
para um muçulmano, Alá;
para um hindu, Brahma ou Visnu;
para um cristão, o Pai Eterno.

Na loja maçônica, este deísmo adogmático celebra a crença livre, rejeitando revelações dogmáticas. O G.A.DU é o Deus Supremo, benevolente e observante, não um tirano que exige adoração.

Em vez disso, o Demiurgo, esse falso deus definido pelos gnósticos, é um criador cego e vaidoso, um programador defeituoso da realidade física que não projeta com amor divino, mas aprisiona almas em matéria corrupta.

Ele precisa de orações, adoração; alimenta-se de suas emoções, boas ou ruins, como um parasita cósmico.

Não é o G.A.DU, o justo observador que odeia o mal e permite a liberdade; o Demiurgo é um deus falso, um impostor que usurpa o trono, moldando um mundo de percepções invertidas, leis morais tortas que chamam a luz de perigo e sagrado às trevas.

Como bem o expressa Emil Cioran na sua agonia existencial: "A ilusão, a substância da vida, é salva pela rejeição consciente do absoluto; assim resistimos a Deus".

Esta ilusão é a prisão do Demiurgo, mas o G.A.D.U. convida-nos para o mestrado da nossa própria arquitetura interior.

Serge Hutin, em sua exploração gnóstica, nos lembra:
"Na Gnosis, encontramos o culto da Mulher Divina, a Mãe eterna: Ela é o 'caminho' entre Deus e o mundo; Ela é Sophia, a Sabedoria, a luz virgem que gera o mundo".

Sophia, ao conceber sem consentimento, deu à luz o Demiurgo, um erro cósmico que aprisiona a centelha divina em ciclos de sofrimento.

Cíntia de Salvador Freixedo, em "Gnosticismo Revelado:
Arquétipos, Mitos e Mistérios da Revolução Espiritual", alerta: "Nosso plano dimensional é uma Matrix aproveitada por entidades interdimensionais".

Esta Matrix é obra do Demiurgo, não do G.A.D.U., que nos chama a transcendê-la através da meditação, jejum e moderação, evitando vícios e fazendo o bem ao próximo.

E o jesuíta Salvador Freixedo, precursor da teoria de que somos vítimas dos deuses, clama:
"Em tempos passados, os homens sempre procuravam deuses para adorar. No presente, é hora de eles começarem a defender-se deles."

Deuses, como o Demiurgo, não se interessam por vidas privadas; interferem apenas para seus fins enigmáticos.

O Demiurgo não age sozinho: cria arcontes, entidades sem alma que guardam o sistema, influenciando crenças, culturas e instituições.
Eles reforçam a ilusão de que o mundo material é tudo, e o sofrimento é natural.

Este falso deus aparece em textos sagrados como ciumento e punitivo – na Torá exige sacrifícios, na Bíblia ordena guerras –, justificando cruzadas e perseguições.

Nada de divino nisso: é dominação.

Os gnósticos chamam-lhe Yaldabaoth, "filho do caos", um ser malévolo que cria imperfeição.

Cioran aprofunda a dor:"As dores imaginárias são de longe as mais reais que sofremos, pois sentimos uma necessidade constante delas e as inventamos porque não podemos prescindir delas".

Este sofrimento é o combustível do Demiurgo.

Saturno, símbolo cósmico do Demiurge, o senhor do tempo como Cronos, cristaliza a consciência, impõe limites disfarçados de estrutura.

Seus anéis representam dogmas que cercam sua mente: ideias inquestionáveis de cultura, religião e ciência.
Quebre esses ciclos!

O labirinto não é externo; está impresso na sua percepção, uma prisão do tempo onde o Demiurgo te mantém em loop.

Freixedo insiste: "Os deuses não são homens; concordam connosco apenas em ser inteligentes, embora o seu conhecimento e inteligência superem largamente os nossos".

Mas o G.A.DU é o verdadeiro Supremo,
não este parasita.

A Matrix da alma é um simulador de sofrimento, repetindo lições em vidas disfarçadas.

O ego é seu espelho interior: "Eu sou isso, preciso provar meu valor". Mas sua essência é presença pura, a faísca que o Demiurgo não toca.

Cioran grita: "A vida não é, e a morte é um sonho. O sofrimento inventou ambos como autojustificação. O homem só está dividido entre uma irrealidade e uma ilusão".

A chave maçônica: observe sem julgamento.

Viva em Dharma, o agora puro, onde você age pela presença, não pelo karma cíclico. Arcontes perdem o controle, a prisão se dissolve. Liberdade não é um destino: é um estado que você lembra.

Hutin evoca: "Os gnósticos acreditam numa dualidade: o Demiurgo Proto-Archon, o Deus Criador, bem abaixo dos anjos, os Arcontes, os Senhores". Distingue: G.A.D.U. é o Alto, não este inferior.

Cynthia Freixedo acrescenta: "Meditação, jejum, moderação com a alimentação, evitar imoralidades, vícios, fazer o bem ao próximo". Ferramentas para fugir da Fazenda Humana.

O véu rasga-se; toda alma desperta enfraquece o Demiurgo.

Você não está sozinho: você é um farol na loja universal.

Lembre-se, a verdade sussurra no silêncio.
A viagem continua do outro lado do véu.

Alcoseri

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