O Rei Salomão, filho de Davi, decidiu erguer um templo em Jerusalém dedicado a YHVH, o Deus de Israel.
Esta obra monumental não foi apenas um prodígio arquitetônico da antiguidade, mas também um símbolo carregado de significados espirituais e esotéricos.
O templo representava o cosmos e, ao mesmo tempo, o microcosmo do homem.
Suas proporções, medidas e símbolos não eram arbitrários: cada detalhe respondia a leis divinas e princípios de harmonia universal.
Assim, as suas colunas de bronze J e B não só seguravam o pórtico, mas simbolizam a dualidade complementar da existência:
estabilidade e força, sabedoria e rigor,
equilíbrio necessário na vida do iniciado.
Na visão maçônica, o Templo de Salomão é o modelo do templo interno que cada iniciado deve levantar dentro de si.
Não se trata de um prédio de pedra,
mas de um processo espiritual e moral.
Cada pedra lavrada do templo corresponde às virtudes, pensamentos e ações retas que constroem a personalidade do maçom.
Trabalhar na pedreira não é físico, mas simbólico:
polir a pedra bruta significa polir o caráter,
se libertar dos vícios e moldar as virtudes.
A Sabedoria, representada pelo Rei Salomão, guia a construção.
Força, simbolizada em Hiram de Tiro, sustenta-a.
Beleza, refletida em Hiram Abif, o arquiteto, a embeleza.
Estas três colunas invisíveis
são a base do edifício espiritual
que cada maçom ergue dentro de si.
O templo, então, torna-se o coração e a mente do homem, o lugar onde se encontra a centelha divina.
Não basta contemplar seu exterior grandioso:
o verdadeiro iniciado sabe que seu trabalho é interno, silencioso e constante,
edificando cada dia
com atos de justiça, caridade e fraternidade.
A tradição ensina que o Templo de Salomão foi destruído e reconstruído várias vezes na história, o que lembra que o homem também pode cair, mas sempre tem a possibilidade de reconstruir seu templo interior com maior firmeza.
Assim, o mistério do Templo de Salomão transcende os séculos:
não é uma ruína arqueológica,
nem uma simples narração bíblica,
mas um ensinamento eterno que convida
a humanidade a edificar um santuário
nas profundezas da alma,
onde reine a Sabedoria, a Força e a Beleza
e onde a presença do
Grande Arquiteto do Universo
possa ser contemplada em todo o seu esplendor.
(Por Carlos L. Sánchez)
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