Há um instante silencioso em que a semente sabe que já não é apenas semente.
Ela não apressa o brotar, não teme o frio, nem se envaidece com o sol.
Espera.
O tempo é o artesão secreto que trabalha na sombra, lapidando o invisível antes que o visível possa nascer.
Assim também
é o ser humano diante da perfeição.
Não é a pressa que nos molda, mas a paciência de permitir que o invisível se alinhe ao inevitável.
A flor que desabrocha cedo demais se perde no vento; a pedra que não suporta o cinzel jamais se tornará escultura.
O tempo certo não é medido por relógios, mas pelo encontro exato entre maturidade e oportunidade.
Quando a vida,
como um mestre silencioso,
nos conduz até o ponto em que
nada mais falta e nada sobra,
a perfeição deixa de ser meta distante
e se torna o reflexo fiel do que fomos,
do que somos
e do que nos tornamos.
Porque a perfeição, quando chega, nunca se apressa, ela apenas acontece,
no instante exato em que estamos prontos para reconhecê-la.
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