Conta a tradição que, em uma noite silenciosa, um homem adentrou o templo em busca da Luz.
Seus olhos estavam vendados, seus passos guiados apenas pela confiança.
Ele não sabia o que o aguardava, apenas tinha em si a esperança de renascer diferente daquele que entrou.
Diante dele surgiu a figura da Morte, envolta em um manto escuro, segurando a foice do tempo.
Não falava, apenas o fitava com o vazio de sua face, lembrando-lhe que todos os homens, grandes ou pequenos, ricos ou pobres, são iguais diante do destino inevitável.
O iniciado tremeu.
Pensou em desistir, mas a Morte, com sua presença, não estava ali para condená-lo, e sim para ensiná-lo.
Ela o recordava de que o ego, a vaidade e as ilusões da vida precisam morrer, para que o verdadeiro homem nasça.
Assim, naquela fábula simbólica,
a Morte não era inimiga, mas mestra.
Mostrava ao iniciado que a iniciação é morrer para as trevas da ignorância e renascer para a sabedoria.
O véu cai, o coração se abre e o obreiro desperta para a construção de um templo interior.
E a lição ficou marcada:
A iniciação é um encontro com a própria morte, mas não com o fim da vida — com o fim do velho ser, para que um novo se erga, firme, justo e iluminado.
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