O Compasso é o símbolo do limite e da ordem que surge do caos.
Com ele, o Iniciado aprende a traçar o círculo sagrado onde a alma é reconhecida como emanação do Um, reflexo do Sephirah Kether, o princípio e a coroa de toda emanação.
Enquanto o Esquadro mede a terra,
o Compasso mede o céu;
um fixa o comportamento,
o outro dirige a intenção.
Assim, o maçom que domina o compasso torna-se arquiteto de seu próprio cosmos, medindo com equilíbrio seus pensamentos e desejos.
No ensino cabalístico,
o círculo representa a emanação do Infinito
( אין סוף, Ein Sof) para o manifestado.
Abrir o Compasso é participar do ato criador do Grande Arquiteto, é delimitar o caos interior com a linha luminosa da consciência.
Nietzsche disse:
“O homem deve ser superado. ”
O compasso é o instrumento dessa superação:
abre o horizonte do divino dentro do homem,
para que a faísca se expanda para a sua totalidade.
Ser livre é traçar, com o compasso do espírito, o contorno exato da própria vontade.
O Iniciado que usa o compasso corretamente não busca dominar, mas sim concordar com a Lei oculta do Universo.
Porque cada círculo que traça é um reflexo do eterno retorno, onde o centro e a periferia são um só.
Pregação Maçônica
“O Compasso do Centro e do Caos”
Compasso é o instrumento da criação silenciosa.
No seu gesto esconde o mistério do Fiat Lux, o primeiro ato de ordem sobre a escuridão primordial.
Quando o Compasso se abre, manifesta-se a dualidade: espírito e matéria,
criador e criado,
pensamento e forma.
Mas no seu ponto central, onde ambos os braços se unem, mora a vontade divina — esse ponto invisível que a Cabala chama Ain, o Não-Ser que gera o Ser.
O Compasso ensina que o homem sábio não deve expandir-se sem medida nem fechar-se em rigidez.
Deve manter a abertura justa: suficientemente ampla para abranger o mundo, suficientemente precisa para não perder o centro.
No trilho ocultista,
o círculo traçado pelo Compasso
é também o círculo de proteção do mágico, onde o caos não pode penetrar.
Mas o verdadeiro mágico sabe que o inimigo não está fora, mas dentro:
seus pensamentos sem forma,
suas paixões sem direção.
Nietzsche, o filósofo da superação, nos lembra que o homem não é meta mas ponte.
O Compasso Maçônico nos mostra como fazer essa ponte: uma perna na terra do Esquadro,
a outra no céu do espírito.
E quando o Iniciado consegue unir os dois braços sobre o ponto central, descobre que o círculo não fecha, mas revela a unidade entre o Criador e a criatura.
Então, o Compasso torna-se um sinal de liberdade interior, pois quem domina o seu próprio círculo não precisa mais de fronteiras:
o centro dele é o seu universo!
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