No Mistério da Árvore erguem-se três colunas como guardiãs do labirinto interior.
Não são de pedra nem de madeira, mas de substância invisível, correntes de força que sustentam a alma em sua ascensão.
À esquerda ergue-se o Pilar da Severidade, preto e férreo como chumbo.
Lá habitam as formas que restringem, o julgamento, a disciplina, a espada que corta o impuro e o obriga a transmutar.
Na sua sombra batem Guevurah, Binah e Hod...
fogo que consome, água que endurece, intelecto que disseca.
À direita resplandece o Pilar da Misericórdia, branco e dourado como o sol no amanhecer.
É a expansão, a graça, o hálito que dá vida. Aqui moram Jésed, Jojmá e Netzaj, bondade transbordando, sabedoria radiante, vitória na paixão criativa.
E entre ambos, como uma ponte de mercúrio, eleva-se o Pilar do Ser Humano, o do Equilíbrio, caminho de reis e de loucos.
É a balança secreta onde
a dureza ameniza
e a compaixão afia.
Lá caminha o iniciado entre Malkut e Kéter, atravessando Yesod, Tiféret e Daat como espelhos sucessivos.
Quem contempla os três pilares compreende a obra alquímica, o enxofre (fogo) e o sal (a terra) se confrontam nos extremos, enquanto o mercúrio (água) dança no centro, unindo o que parecia impossível de unir.
Pois sem equilíbrio, o fogo devora...
sem rigor, a graça apodrece...
sem compaixão, a disciplina vira tirania...
O limiar, entre colunas, é o meio onde Deus o homem aperta as mãos. É o meio entre luz e sombra, matéria e espírito, finito e infinito.
A Árvore ensina que o caminho não é escolher um lado, mas aprender a transitar o abismo entre os dois, ser ponte entre as polaridades, e forjar no coração do alquimista a pedra que brilha no escuro.
O ser humano é a coluna do meio, que segue o caminho através dos opostos pode ser chamado de "O Caminho Meio", "O Caminho Estreito" ou "O Caminho do Redentor" e é observado em muitas culturas.
Por exemplo, o conceito chinês de Tao, com seus componentes Yin e Yang; o ditado do filósofo grego Aristóteles de "Conheça-te a ti mesmo" vem da religião apolínea, que afirma que "O meio é o melhor".
Esta é a base da
Proporção Áurea na Arte e Filosofia.
No funcionamento da Árvore da Vida na Cabalística Hermética, o seu significado é simbolizado pelo Pilar Médio.
O caminho através dos opostos também é simbolizado como caminhar sobre a lâmina.
O pilar esquerdo é também o pilar feminino associado à terra, ao inferior e à receptividade.
O pilar direito é o pilar masculino associado ao celestial e à atividade.
Os dois pilares, que representam a dualidade
entre Deus e o Humano, só podem ser unidos
através do terceiro princípio, o pilar médio,
a Sushumna, a espinha dorsal e o caminho da iluminação.
O pilar central é onde o céu e a terra se unem.
Malkuth é a Terra e Kether é o Céu. Eles se unem em Tiphareth, associado a Jesus Cristo, que é uma manifestação do pilar central, pois une em si o físico e o espiritual.
Jesus é o homem terreno,
Cristo é a unção e o espírito,
Jesus Cristo é a Unidade de ambos;
daí o pilar central.
O Humano é o Pilar Central, centrado entre o Pilar do Princípio Feminino (Boaz) e o Pilar do Princípio Masculino (Jachin).
Textos esotéricos afirmam que os iniciados começavam nos mistérios caminhando pelos pilares. O iniciado, situado entre ambos, tornou-se o centro e o ponto de ligação.
Céu e terra se unem no ser humano.
O Humano é o pilar central, o Sushumna, o lugar de poder onde o divino e o terreno se unem. O pilar central é a iluminação que procuramos, pois esta só pode ser alcançada através da consciência de unidade. O pilar central representa o equilíbrio entre os dois pólos: yin e yang, masculino e feminino, superior e inferior, dar e receber, céu e terra, água e fogo.
Alcançar a iluminação é se tornar uma manifestação do pilar central.
Mesmo na alquimia, a iluminação espiritual é personificada pelo Rebis, um ser que é simultaneamente masculino e feminino, racional e intuitivo, celestial e terreno.
Isso mostra que o pilar central é representado de maneiras diferentes nas diferentes tradições, mas a mensagem é a mesma: a unidade.
O hexagrama, uma estrela oca de seis pontas formada pela sobreposição de dois triângulos equilíbrio, explica a mesma verdade da unidade do Superior e do Inferior, tema principal da Tabela Esmeralda.
O Renascimento Espiritual torna o ser humano o pilar central porque o Humano e o Divino se uniram no ser, os Dois se tornaram Um e o Um se tornou o TUDO.
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