Tentativa de suicídio: um pedido de socorro

Setembro é o mês tradicionalmente dedicado à prevenção ao suicídio, que você já deve conhecer como Setembro Amarelo. 

Por isso, hoje a nossa conversa é sobre tentativa de suicídio

Precisamos falar sobre isso.

Antes de entrarmos no conteúdo em si, uma mensagem a todos:

Você é especial e a vida também é. 

Momentos difíceis virão, mas assim como chegam, eles se vão. 

Se precisar de ajuda, peça ajuda – grite por socorro, com certeza existem pessoas ao seu redor que estão dispostas a te ajudar. 

Tirar a própria vida nunca será a solução e se em algum momento da sua vida vier a fazer sentido, repito, peça ajuda! 

Você é especial e tem muito a contribuir com o mundo.

Um pouco de epidemiologia:

12 a cada 100.000 pessoas cometem suicídio

Prevalência de tentativa de suicídio é de 3%

Estima-se que para cada suicídio há 30 tentativas de suicídio

40% das tentativas de suicídio não procuram assistência médica

Morte por suicídio é mais prevalente em homens, enquanto que ideação suicida é mais prevalente em mulheres

Faixa etária que mais comete suicídio: 18-25 anos

Mortalidade por suicídio é cerca de 4-5x maior entre estudantes de medicina quando comparado com o restante da população

Acho que agora ficou claro o motivo pelo qual precisamos falar sobre isso.

Quais os fatores de risco de tentativa de suicídio?Tentativa prévia: principal fator de risco isoladamente (1 a cada 100 pessoas com tentativa de suicídio prévia irão cometer suicídio dentro de 1 ano)

Doenças psiquiátricas: depressão / ansiedade / TAB / abuso de substâncias / esquizofrenia (mais de 90% das tentativas de suicídio são cometidas por pessoas com alguma doença psiquiátrica)

Minorias sexuais (3x mais prevalente)

Doenças crônicas

Dor crônica

Abuso na infância

História familiar

Classificação (ideação suicida) 

Baixo risco: Alguns pensamentos suicidas, mas sem plano elaborado

Médio risco: Possui pensamentos e planos, mas não pensa em cometer o ato neste momento

Alto risco: Possui plano definido, meios para fazê-lo e o deseja prontamente

Tratamento

Primeiramente, vale ressaltar que o mais importante é evitar e para isso temos que tratar doenças de base quando existentes e saber classificar a ideação suicida, para que assim, saibamos indicar uma internação hospitalar, por exemplo.

Mas o foco da pauta hoje é outro: o que fazer quando o paciente no teve uma tentativa de suicídio?

O que NÃO fazer:

Julgar, Fazer piada, Falar que outras pessoas têm dificuldades piores, Falar que o paciente “quer se aparecer”

E, se alguém fizer alguma dessas coisas, é nosso dever chamar a atenção e exigir respeito a pessoa. 

Estamos lá para ajudar, não para julgar.


O que fazer:

Tratamento clínico e estabilização (injúrias / intoxicações…)

Reduzir o risco imediato (retirar objetos com os quais o paciente pode se machucar por exemplo)

Planejar o tratamento (internação ou seguimento ambulatorial intensivo)

Transferir para instituições especializadas se necessário

Ou seja, no serviço de emergência, você não vai fazer ciência, mas o básico deve ser feito. 

Então, mesmo que você não vá acompanhar este paciente após, você deve assegurar o acompanhamento e tratamento. 

O principal fator de risco para o suicídio, é ter tentativa de suicídio prévia.

Tema “pesado”, mas que devemos colocar em pauta. Sem tabu, sem preconceito e sem julgamentos. 

O nosso blog se alia aos profissionais da saúde com o dever de ajudar quem de nós precisa, pois uma tentativa de suicídio nada mais é do que um pedido de socorro.





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